Após dois anos de um romance que desafiou todas as expectativas, Valentina Carvajal e Juliana Valdés encontram-se no limiar de uma nova aventura. O amor que floresceu em meio a olhares secretos e gestos tímidos agora se prepara para enfrentar o mund...
Eu estava deitada em minha cama, olhando para o teto do quarto. O silêncio da mansão era reconfortante, mas ao mesmo tempo, fazia minha mente vagar.
Eu estava me recuperando bem, já tinha começado a tomar os remédios para ansiedade e tido minha primeira reunião com o terapeuta, que parecia esperançoso quando à minha recuperação. O médico havia recomendado mais alguns dias de repouso, longe do celular e da internet, para evitar qualquer estresse adicional.
Enquanto me ajeitava na cama, não conseguia parar de pensar em Juliana. As provas finais do curso de design de moda estavam deixando minha namorada extremamente ocupada, e a ausência dela me fazia sentir uma saudade absurda.
Uma batida suave na porta interrompeu meus pensamentos. Silvina entrou, com um sorriso no rosto.
— Querida, como você está se sentindo? — perguntou, aproximando-se da cama.
— Melhor, Silvina — respondi, forçando um sorriso — Ainda um pouco cansada, mas já estou me sentindo mais forte.
— Fico feliz em ouvir isso. E tenho uma boa notícia para você — ela faz uma pausa dramática, esperando minha curiosidade aumentar.
— O que é? — perguntei, erguendo uma sobrancelha.
— Juliana vem te ver mais tarde — sorriu — Ela fez a última prova hoje, me mandou mensagem pedindo pra avisar.
— Sério? — meu rosto se iluminou imediatamente.
— Sim, querida. Ela deve chegar daqui a pouco. Até lá, que tal descansar mais um pouco? Você precisa estar bem quando ela chegar — acariciou meu braço.
— Tudo bem — me deitei novamente.
— Durma um pouco, vou preparar algo que vocês duas adoram para o jantar.
Fechei os olhos, sentindo-me mais tranquila.
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Me mexi ligeiramente na cama, sentindo uma sensação familiar. Ainda meio adormecida, percebi que alguém estava ali, ao meu lado, me envolvendo em uma conchinha. Lentamente, abri os olhos e virei, vendo Juliana deitada ao meu lado, com um sorriso terno nos lábios.
— Juliana? — sussurrei, rouca pelo sono. Me aconcheguei mais perto dela, sentindo-me instantaneamente mais segura.
— Oi, mi vida — respondeu acariciando meu rosto — Desculpa por entrar assim, eu só queria te ver.
Eu sorri sonolenta. Envolvi meus braços em sua volta, a puxando para mais perto.
— Eu estou feliz que você veio — murmurei, deixando um selinhos nos seus lábios.
Aos poucos, o selinho virou beijo e se aprofundou, ainda gentil e cheio de carinho. No entanto, antes que pudéssemos nos perder completamente no momento, fomos interrompidas por batidas na porta.
— Vamos, tem lasanha! — exclamou Silvina.
Sem hesitar, nos levantamos da cama e corremos em direção à cozinha, determinadas a chegar primeiro e desfrutar do delicioso jantar. Com risadas e brincadeiras, competimos de forma amigável e genuína.
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Eu e Juliana estávamos novamente no quarto. Me deitei entre suas pernas, apoiando a cabeça no peito dela - que me envolveu em seus braços, acariciando meus cabelos.
— Eu me sinto tão perdida às vezes, Juls — confessei, com a voz baixa — É como se eu não soubesse como lidar com tudo. Ansiedade, medo... E, ao mesmo tempo, tem essa pressão pra ser forte, pra não decepcionar ninguém.
Ela me apertou com um pouco mais de força, passando a mão pelo meu rosto. Era tranquilizante.
— Você não precisa carregar esse peso sozinha, Valentina. Eu estou aqui com você, sempre. E está tudo bem precisar de ajuda.
— Obrigada, cariño — suspirei — Eu sei, e isso significa muito. Mas eu ainda tenho medo. Medo de falhar, medo de não ser boa o suficiente pra você.
— Você é mais forte do que imagina, Val — ela beijou o topo da minha cabeça — Não precisa ser perfeita pra mim, só precisa ser você mesma. Vamos enfrentar isso juntas, um dia de cada vez.
Eu olhei pra cima, encontrando seus olhos. Um sorriso tímido apareceu em seu rosto.
— Eu não sei o que faria sem você, Juliana!
— Nem eu, mi vida — ela sorriu de novo.
A conversa foi interrompida pelo som do celular vibrando. Era o meu. Estiquei a mão para pegar e vi o nome de Lupita aparecer na tela.
— É a sua mãe, chamada de vídeo.
— Atende.
Nos sentamos lado a lado na cama, ajustando a câmera para que ambas aparecessem na tela. Deslizei o dedo para atender, e logo o rosto sorridente de Lupita apareceu.
— Oi, Lupita — saudei sorrindo — Tudo bem?
— Oi, meninas — sorriu de volta, embora parecesse um pouco pálida e cansada — Desculpe por não ter conseguido ir ver você, Valentina. Tenho me sentido muito enjoada por causa da gravidez.
— Ma', você deveria estar dormindo! — Juliana franziu a testa — Não precisa se desculpar, ela entende.
— Tá tudo bem, Lupita. Sua saúde e a do bebê são mais importantes agora. Mas obrigada por ligar, é bom ver você.
— Por nada, eu só queria ter certeza de que vocês estão bem e saber como a Valentina está se sentindo — suspirou.
— Ela tá bem, mamá — Juliana respondeu, apertando minha mão em um gesto de apoio — Valentina está se recuperando e eu estou cuidando dela.
— Que bom — disse — Se precisarem de qualquer coisa, sabem que estou aqui. Venha me visitar quando estiver melhor, Vale.
— Pode deixar, Lupita.
— Vou desligando, então. Boa noite, mis niñas. Amo vocês!
— We love you so much! — dizemos juntas, rindo, e mandando um beijo.
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Quando a chamada encerrou, nos abraçamos e nos deitamos assim. Juliana deixou um beijo na minha bochecha.
— Eu realmente amo sua mãe, Juls. Ela sempre sabe como nos fazer sentir melhor.
— Ela te ama também, Val. Mas eu... Eu te amo mais do que tudo!
— Mas eu amo mais — sorri, e assim começamos uma discussão interessante.