Algo no céu mudou naquele dia
As estrelas se alinharam de forma diferente
O dia acabou com o pôr do sol mais lindo do ano
A noite não estava tão fria como no início de maio
A fome não era tanta quanto pensei
Já a sede..
Quanta sede eu tive durante muito tempo
Sede de viver
E aí, sem tomar água
A sede desapareceu, simplesmente
E aí, aconteceu
Algo brilhou dentro de mim
E não consegui distinguir o que era, onde eu estava
O mundo ficou pequeno demais
O ar era rarefeito
A gravidade mudou, e, do nada,
Tudo ficou leve
Como poderia? Não conseguia racionar direito
Nada mais fazia sentido
Me sentia zonza
Um tanto quanto doente
Então eu entendi
No caminho entre o meio de maio, e o início de junho
Minha sede fora saciada pela presença de uma alma brincalhona
Pelo tom de voz doce
Pelos cabelos rebeldes encaracolados
De um garoto que eu sabia da existência
Mas que nunca vi na vida
Ele mora em outra cidade
E mesmo assim
Me tocou
Sem usar as mãos
E sem esforço
Tocou minha alma.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Desistências E Recomeços
PoesiaÉ sobre ele, mas muito mais sobre o que eu me tornei depois dele. Não há dedicatória maior do que um livro inteiro que contém os melhores poemas que já fui capaz de escrever.