Os padrões em dourado invadem a janela em raios incertos que atingem as paredes e o chão. Atmosfera serena, imperturbável, as cortinas de tecido leve balançam suavemente, com a brisa fria da manhã, aroma fresco que inicia a semana rotineira. Hoseok acordou ao som do despertador, sem resmungos, sem dor. Hoseok permaneceu deitado, a mente vaga pelo vazio, quietude incomum, piscou os olhos várias vezes sentindo-se ligeiramente desorientado ao despertar. Com coragem, se levantou, na tentativa de ignorar a maciez do colchão que cedia sob o corpo que induz esse a dormir mais um pouco.
O rapaz passou as mãos pelos cabelos desarrumados, o toque que o trazia conforto temporário. Com os músculos ainda relaxados, se esforçou para andar até espelho, ao fixar os olhos ao reflexos de modo crítico, pela primeira vez, as olheiras dos olhos eram menos pronunciadas, seu corpo e rosto pareciam mais descansados, disposto para encarar o dia.— Nada dessa vez.. Estranho.
Murmurou devido a ausência dos devaneios, talvez, o plano tenha começado a funcionar, talvez era apenas carência.. Bem, era o que fazia sentido. Em passos lentos, foi ligeiro o suficiente para se ajeitar adequadamente, a água quente sob a pele ajuda a dissipar os pensamentos da mente, o cheiro do café e o amargor contribui para sua paz. Não tardou em se arrumar de forma confortável, estava radiante, um novo homem. A ressaca não o atingiu, por algum milagre, talvez, ou melhor, tinha certeza que tudo que precisava era uma noite de calmaria, sem perturbações. Arrumado e pronto, pegou sua bolsa de carteiro e saiu de casa, fechando e trancando a porta com um estalo suave.
— A semana começa denovo.. Ótimo.
Foi sarcástico, apenas bufando e aceitando mais uma vez sua escala rotineira, cansativa, mas não tinha o que fazer a não ser aceitar seu destino. Ao chegar na faculdade, se dirigiu-se rapidamente para a primeira aula do dia, horas se passam lentamente, de forma torturante.. De vez em quando perdia o foco, a mente vaga com a noite anterior, as palavras de conexões cósmicas, karmas e conspirações persiste cético o suficiente para não acreditar em tais bobagens, mas, não conseguia negar que talvez.. Mas, bem talvez, possa ser algo relacionado, por mais que considerasse absurdo, toda hipótese é bem vinda.
Dado o horário de almoço, guardou as próprias coisas, atravessou o campus em direção ao refeitório, o sol de meio-dia aquece seu rosto. Ao chegar, pagou a pequena taxa e preparou a própria bandeja, uma refeição simples, suficiente para encarar o resto do dia. Caminhava pelo local em busca de seus amigos, mas, seus olhos pousaram em apenas em Yoongi, sentado sozinho em uma mesa perto à janela e uma expressão pensativa em sua face.— Ei! — O chamou a atenção, se autoconvidando a se sentar com o outro, colocando a bandeja sob a mesa. — Você viu o Tae e o Nam? Normalmente eles são os primeiros a chegar aqui.
— Você não tá sabendo? — Yoongi franziu surpreso.
— Sabendo do que? O que houve? — Se sentou, curioso, sem entender nada do que Yoongi dizia.
— Eles brigaram feio essa manhã. Aparentemente o Namjoon tava putasso porque o Tae levou um namorado pro apartamento deles.. — Suspirou, com sua expressão tornando-se sombria. — Eu só ouvi o Tae berrar nos meus ouvidos hoje de manhã, achei que o Nam tivesse te contado.
— Eu nem sabia que o Tae tinha um namorado.. Nam sempre foi orgulhoso, se não fosse por você, capaz de eu nem ficar sabendo. — Admitiu perplexo com a situação, mas apenas assentiu. — Que estranho.. O Nam nunca foi de se incomodar com essas coisas.. Espero que eles se resolvam logo.
— Também, quando eu morava longe, Tae sempre reclamava comigo das vezes em que os dois discutiam sobre algo, no fim, eles acabam se reconciliando.. — Yoongi deu de ombros, na tentativa de pensar algo positivo.
— Falando em coisas estranhas.. — Hoseok deu uma mordida em seu almoço engolindo em seguida. — Por algum milagre, eu não sonhei com nada, absolutamente nada essa noite.
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✧*:. Spiracle - Yoonseok / Sope
Fanficㅤㅤ✩‧₊˚┋"Hoseok, um viajante de sonhos e memorias passadas, preso em uma encruzilhada de empecilhos e crises existenciais, amaldiçoado a esquecer de tudo. Havia sido enjaulado em uma quietude incessante até ser atingido novamente pela razão de seus s...