My Dear Obsessor. || Ivantill

04-Quando o diabo não vem, manda o secretário

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  Coloquei confiança naquilo que eu não tinha certeza, bom não o julgo. Ele foi meio que ameaçado por mim.
Passo os dedos pelos cabelos molhados, os puxando para cima. Enquanto desço as escadas, tudo estava muito quieto, essa paz que trazia tranquilidade não me enganava. Coloco meu tênis, indo em direção a porta.
A manhã passou bem rápido do que eu esperava, algo me incomodava, estava sentido que tinha alguma coisa acontecendo fora da minha presença, odeio isso.

Ando pelos corredores, indo até a sala do clube, entro e vejo Till dormindo, ando em passos lentos sem fazer alguma barulho, mas isso não ajuda muito já que minhas pernas estralavam, chego perto do rapaz vendo seu rosto iluminando pela luz da fresta da janela, aquela beleza ameaçadora, ele estava em um sono leve, encosto meus dedos em sua mão, vendo o balbuciar, ele estava sonhando? Vejo o abrir os olhos lentamente, logo saio de perto deixando o garoto que tinha acabado de acorda em completa confusão. Fecho a porta do clube com certa força, e saio em passos largos até o banheiro, entro em uma das cabines e fecho a porta, em seguida me encostando e escorregando na mesma, sento no chão recém limpo com as pernas ao meu corpo e passo as mãos no rosto em completo desconforto, me lembro das palavras de Luka, "você não é obssecado por alguém Ivan, você tá livre disso" ah Luka, eu sou obssecado por alguém, queria poder prende-lo comigo, queria que sua vida fosse a minha, que ele ficasse comigo para sempre, que ele não me abandone, pois se um dia eu provar dele e ele for embora não fará sentido continuar vivo, eu quero que ele seja a cura da minha solidão, seja só meu, meus pensamentos egoístas.

Fico sentando por alguns minutos, mas logo após me levanto saindo da cabine, vou até a sala da direção pedindo para que me liberem fingindo uma dor de cabeça. Saio indo arrastado até o lugar onde moro, mas não consigo chamar de lar, entro, sendo recebido pela empregada, subo as escadas indo em direção ao meu quarto, olho a cama da Lily e ela não tá lá.

—Lily–chamo, andando pelo quarto.

—Lily, onde você tá?–desço as escadas, olhando a sala de estar, ando até a cozinha onde aquela mulher tá sentada, a música alta começa a entrar na minha cabeça, vasculho a casa toda, mas nem um sinal da Lily. Chego na frente da minha madrasta vendo ela beber vinho.

—Onde a Lily tá?–pergunto escutando uma risada.

—pergunte a empregada, ela estava com aquela cadela sarnenta ainda pouco–ela diz bebericando o vinho.

Pego meu celular no bolso da calça e ligo para a empregada, mas a mesma desmente e fala que em nenhum momento entrou no meu quarto.

—ONDE ESTÁ A LILY–questiono levantando o tom de voz, aquela merda de som. Aquela mulher começa a gargalha freneticamente, sinto meu sangue ferver, ando a passos duros até a caixa de som pego e a jogo em direção da loira, mas para minha infelicidade ela desvia, ela começa a rir, vou em direção a ela, mas antes que pudesse fazer algo sinto um soco no meu rosto, me fazendo cair no chão, antes que pudesse entender, outro soco e desferido em minha face, e mais outro em sequência, vejo o rosto daquele que chamo de pai em completa fúria, dava para vê a irá em seu olhar, começo a chorar como uma criança abandonada, ele levanta e vai até a mulher, enquanto fico jogado no chão, tento me levantar, mais sinto minhas pernas pender no chão, novamente faço esforço e consigo levantar, saio cambaleando até a porta e ando pela rua desnorteado.

Grito pela lily, desesperado. Vejo uma lojinha de conveniência e adentro e lily está lá, a atendente me olha esperançosas crendo que sou o dono do cão, me agacho e abraço sentindo seus pelos passarem pelo meu rosto. Aquele conforto.

Eu não podia voltar, a onde eu iria. Eu sou apenas uma casca vazia.

Continua...