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San não ousou se mexer enquanto Wooyoung estava dormindo encostado em si. O carinho que fazia nos cabelos negros do moreno, só fazia com o que seu sono se aprofundasse mais e mais.

Num certo momento,o ombro de San pareceu "desconfortável",o que fez Wooyoung,mesmo dormindo,descesse seu corpo,encontrando as coxas musculosas e confortáveis de San. Ele soltou uma risada escárnio,descendo também seu braço para voltar a acariciar os cabelos do garoto,que aparentemente,havia gostado do carinho.

Enquanto o garoto dormia,San lia alguma coisa. Um livro de capa vermelha. Lia calmamente enquanto percebia que a chuva não cessou um minuto sequer.

A casa era silenciosa,o único barulho que se ouvia era o da chuva e o das respirações.

San continuava com o carinho,até...perceber o quão caminho Wooyoung era enquanto dormia. Parou por alguns instantes de acariciar seus cabelos,e o olhou por cima,vendo ele dormir tranquilamente.

Nem ao menos parecia tão elétrico e barraqueiro quanto é acordado.

San percebeu,que além do moreno ter um pouco mais de melanina e sua pele não ser totalmente branca,sua boca tinha uma coloração vermelha escuro,com um sinal no lábio inferior. Quanto mais San o olhava,mais detalhes apareciam,todos eram qualidades mas nenhum de defeito.

Seu rosto era perfeito.

San não sabia porquê,mas sentia algo por aquele 'capetinha. Mas,o quê quer que ele estivesse sentindo,não seria recíproco e ele sabia disso,não que ele se importasse,mas de qualquer forma não forçaria Wooyoung a sentir o mesmo.

𖥸

Wooyoung não sabia como havia ido parar naquele quarto novamente,mas sabia que aquela foi a melhor noite de sono que já teve. Não lembrava do que tinha acontecido depois que chegou perto de San,só se lembrava que havia apagado.

Olhou a janela e então viu que a chuva ainda não havia parado.

Oh céus,quando a de parar?

Ouviu batidas na porta,olhou em direção a mesma e então ela foi aberta.

– bom dia,Senhor.– uma mulher que aparentemente era empregada,entrou.– o senhor Choi pediu-me para que lhe entregasse isto.– a mulher deixou em cima da cama uma caixinha,com coisas que eram de higiene do garoto.

– oh...– não disse nada.– obrigada.

– de nada. Com licença.– a mulher se retirou do quarto.

[...]

Wooyoung desceu após fazer suas higienes,pegando sua mochila e celular. Iria atrás de San para ao menos agradecer pelo o que fez por ele,mas,sem sucesso em acha-lo.

O jeito seria chamar um táxi de aplicativo,pensou. Depois o agradeceria,quando tivesse a chance.

Enquanto mexia no celular,viu San aparecer e aproximar-se dele.

– San!– Wooyoung chamou guardando o celular no bolso.– eu estava te procurando.

San não disse nada,apenas o olhou esperando que ele falasse o motivo.

– olha,obrigado por tudo que você fez por mim nesses dois dias.– fez uma reverência,como forma de respeito agradecimento.

– você não chamou um táxi,chamou?– San questionou,atropelando-o.

– sim,eu chamei.

– cancele.

– por que?– Wooyoung perguntou.

– cancele.– a sua insistência irritava Wooyoung.

– ele ja está a alguns minutos daqui,não irei cancelar.– Wooyoung disse.

– voce irá. Cancele.– friamente,San disse mais uma vez.

– uhm,uhm.– negou com a cabeça.

– cancele.– San disse mais uma vez,exigente.

Wooyoung o olhou,respirando fundo.

– não.

– não importa,lhe levarei. Se lhe trouxe,lhe levarei.– San disse.

– não precisa,eu já chamei o táxi.

– venha.– San chamou.

– mas eu...!– foi cortado.

– venha.– disse frio e assustador.

Wooyoung não insistiria,carona não se recusava,além do mais,era de graça.

O moreno foi com San até seu carro,que estava vestido com uma blusa social, uma calça de alfaiataria e sapatos sociais, aparentemente,iria para a empresa. Junto com o empresário,entrou no carro,fechando a porta logo em seguida.

A chuva estava um pouco mais fraca,mas não parou totalmente.

Wooyoung não trocou uma so palavra com San. Achou melhor,apenas mexer no celular em silêncio.

O caminho não demorou muito,logo estava em frente ao seu apartamento.

– como você sabe onde eu moro sem ao menos me perguntar?– Wooyoung disse sem pensar.

San o olhou,com olhar de tédio.

– eu sei mais coisas sobre você,do que você sabe.– ele disse.

– devo me assustar?

– faça o que quiser.– San suspirou.

Wooyoung pegou sua mochila. 

– valeu por tudo.– disse na janela,sem receber resposta.

Odiava essa mania que San tinha de não falar e quando diz algo,atropela completamente as perguntas.

Se virou e então entrou correndo em seu apartamento,por conta da chuva. San olhou pela janela,apenas para conferir se ele realmente entrou lá. Fechou os vidros do carro,e então deu partida no mesmo.

Não muito tempo depois,San olhou para o banco ao seu lado e viu que o moreno havia esquecido o celular.

– por que, garoto...?– San se perguntou,suspirando enquanto relaxava no banco,massageando suas têmporas.

[...]

Assim que o moreno entrou em seu apartamento,jogou sua mochila no sofá. Pôs a mão no bolso para tirar o celular,mas não sentiu o mesmo. Entrou em desespero.

– Deus,eu esqueci o celular!– falou sozinho.

Sua única reação foi correr até a porta,os corredores,as escadas e logo após,a porta do prédio,mas ele já havia ido.

– AGH! PORRA!– xingou alto.

Xingar não adiantaria. Então,engoliu sua raiva por hora. Precisava trabalhar no restaurante,para não morrer,melhor dizendo. Precisava do dinheiro. Raiva não o salvaria agora.

O Le Jardin Secret estava cheio como nunca. Os garçons corriam de um lado para o outro como loucos.

– até que enfim! Está pensando que aqui é a casa da mãe joana para chegar a hora que quiser?– seu chefe falou.

– me desculpe.– Wooyoung fez uma reverência.

– guarde suas desculpas para outra ocasião,agora,vá trabalhar que assim você ganha mais.– o homem disse.

Wooyoung afirmou e então se retirou.

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