Estou de volta ao estúdio; me apresentando no mesmo programa que estive com a Diversity pela primeira vez. O holofote desce do teto e ilumina meu rosto tão fortemente que é difícil olhar para a audiência. Sunny Suwanmethanont é tudo que você esperaria de um apresentador. Ainda esplêndido e carismático como eu me lembrava.
- Eu tenho que ser honesto, quase caí da cama quando li que você ia voltar aos palcos. - Os comentários exagerados que ele fazia para denotar sua animação sempre agradava a plateia, que ria das brincadeiras recorrentes do apresentador.
De uma certa forma, sentar nesse sofá enquanto ele senta na sua mesa a uma distância considerável parece antagônico para mim. Gostaria de sentir que estamos no mesmo time; que tem alguém me acompanhando, como no passado. Mas agora estou por conta própria. Apesar de ter a impressão de que, na vida, a gente nunca sabe.
Posso realmente dizer a verdade? Vou ser capaz de fazer isso?
Ajeito minha saia discretamente antes de me inclinar para frente um pouco, com um sorriso no rosto e temor inigualável.
- Sim, foi uma decisão repentina. Impulsiva, na verdade. - Admiti de repente, algo que chamou a atenção de Sunny. A verdade é que essa, ao contrário de outras entrevistas que tinha dado anteriormente, não tinha um roteiro definido. Ele e eu éramos solenemente responsáveis por tornar aquilo dinâmico e interessante para quem estava assistindo.
Uma tarefa difícil, se me perguntar.
- Algo que você nos deixou acostumados. - Ele mencionou quase que imediatamente. O observei com interesse, pronta para ouvir ele terminar a sua frase. - Sua carreira foi incerta desde o início.
Sorri novamente antes de assentir. Sabia perfeitamente bem que Sunny estava sedento para falar sobre o elefante no cômodo; o fim inesperado da Diversity. Não porque ele era inconsequente, ele era um apresentador, afinal de contas, então estava disposto a falar sobre esses tipos de assunto, não importa o quão desconfortáveis eles sejam.
E ele não era o único. Tenho certeza que todo mundo que estava assistindo ao programa ao vivo estava tão curioso quanto ele.
Eu tinha que contribuir de alguma forma.
- Claro. Eu sei que todo mundo ficou chocado com a separação da banda, incluindo eu. - Expliquei calmamente, sem me apressar. Não queria falar muito; eu tinha que abordar o assunto cuidadosamente se quisesse que a entrevista não tomasse o rumo errado. - Mas hoje eu estou aqui para dar ao público a explicação que eles merecem.
Aquela era a verdade. Eu pretendia ficar ali o dia todo se fosse necessário.
Porque eu precisava que todo mundo me escutasse.
Eu precisava que você me escutasse.
- Ah, todo esse suspense está nos matando, não está? - Ele perguntou de forma entusiasmada, recebendo uma forte confirmação da audiência que estava no set conosco. - Mas não vamos nos apressar, ainda temos tempo.
O último comentário foi apenas para reassegurar a audiência, pois eles pareciam querer a explicação o mais rápido possível. A verdade é que não podia culpá-los, porque foi algo que ninguém imaginou. Porque a Diversity acabou no momento mais importante das nossas carreiras, então o que aconteceu definitivamente tinha que ser algo sério.
E foi.
Meses antes da nossa separação eu experimentei o melhor verão que Sam podia me oferecer; com seus dias de sol, brisa fresca e água transparente. Sua atenção era toda minha, assim como os seus beijos, carinhos e amor. Ela fez eu me sentir tão especial que, depois do nosso término, tive dificuldade de lembrar até do meu próprio nome.
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Extended Play
Fanfiction"O nosso amor foi tão apaixonado quanto as músicas que escrevemos." Kornkamon, ex-vocalista de uma das bandas de rock mais populares do final dos anos 90, decidiu retornar aos palcos cinco anos depois do fim da Diversity. Cansada de esconder sua ve...