As coisas estavam bem melhores desde que tínhamos contado aos demais sobre o nosso relacionamento. Apesar de ser perigoso e divertido manter segredo, também estávamos morrendo para desbloquear um novo ambiente onde a gente podia mostrar o nosso amor sem medo; sem preconceito. Eles foram completamente compreensíveis, na verdade, eles estavam mais chateados por termos escondido isso deles do que com o relacionamento em si.
Ser capaz de descansar a cabeça no ombro de Sam durante as nossas longas viagens de ônibus, poder estar no mesmo quarto que ela antes mesmo de todo mundo estar dormindo e até mesmo segurar a sua mão antes dos ensaios. Para mim, isso não tinha preço, era algo sem precedentes.
- Você está com pressa? - Sam me perguntou quando me afastei dos seus lábios para remover a sua jaqueta de couro de uma vez por todas. Eu estava bastante distraída do meu objetivo até sentir suas mãos segurando o meu rosto, me forçando a olhar em seus olhos.
O calor apareceu nas minhas bochechas quando um sorriso apareceu em seus lábios e, de um momento para o outro, existia apenas eu e ela. Seus olhos eram como duas estrelas brilhantes, cheias de paixão e perigo, mas também havia uma doce quentura que me envolvia como um abraço. O fogo que existia entre nós não queimava apenas, ele também era lindo.
Eu tentei me conter, mas não pude. As palavras saíram da minha boca como se tivessem vida própria, desobedientes.
- Quando eu olho para você... sinto como se tudo em mim se conectasse.
Sam sorriu mais uma vez; um sorriso tão doce que me fez esquecer que o que eu tinha acabado de dizer era provavelmente a coisa mais clichê do mundo.
E me beijou de novo.
Sam fazia eu me sentir especial todas as vezes; única, como se o mundo tivesse aos meus pés. Sua risada me preenchia de alegria e seus beijos sempre iluminavam a minha alma.
Quando estávamos sozinhas, Sam me beijava apaixonadamente e me enchia de afeto, como se a vida que eu tinha antes não existisse mais. Seu sorriso me conquistou e seu olhar tinha o poder mágico de me transportar para um outro mundo. É difícil de explicar o que eu sentia quando estava com ela, mas é um sentimento que eu nunca vou me cansar de experimentar.
Mesmo os seus beijos sendo gentis, tem uma parte dela que sempre me fazia queimar sob os seus toques e cair rendida aos seus pés. Era a mesma coisa quando estávamos no palco, a audiência inteira podia dizer o quanto Sam era atraente, mesmo que ela fosse mais comportada do que antes. Eu sempre tentava não me irritar, mas depois de um tempo parecia impossível não me sentir um pouco intimidada pela quantidade de pessoas que queriam flertar com a minha namorada.
De Los Angeles fomos para Chicago, e de Chicago para o Arizona. Conhecemos muitas cidades, centenas de pessoas e uma miríade de públicos. Percebemos o quão inconsequentes os fãs norte-americanos eram, como a maioria deles eram pessoas que não estavam interessadas nas nossas diferenças culturais e apenas apareciam na nossa frente e diziam as coisas mais ousadas do mundo. Não vou mentir e dizer que fiquei fora disso o tempo todo porque não fiquei; tinham dias que eu não conseguia sair daquilo e, para manter a boa imagem da banda, escutava tudo o que aqueles homens queriam me dizer.
Diferente de Sam, que era abordada por homens e mulheres, eu apenas chamava atenção do sexo masculino. Era torturante porque naquela época eu já tinha certeza que não era nem um pouco interessada em homens, mas Phoom mencionava em diversas ocasiões que tínhamos que ser legais com os nossos fãs. Eu tinha que conter a minha vontade de mandar eles para o inferno.
Teve uma ocasião em que um cara, da minha idade, conseguiu entrar nos fundos do lugar em que estávamos nos apresentando naquela noite. Até hoje não sei como ele conseguiu, mas por uma estranha razão, a equipe de seguranças não demonstraram interesse em tirar ele dali. Talvez porque o cara não era louco nem nada parecido e, apesar de ter mostrado um óbvio interesse em mim, ele foi respeitoso o tempo inteiro.
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Extended Play
Fanfic"O nosso amor foi tão apaixonado quanto as músicas que escrevemos." Kornkamon, ex-vocalista de uma das bandas de rock mais populares do final dos anos 90, decidiu retornar aos palcos cinco anos depois do fim da Diversity. Cansada de esconder sua ve...