Prólogo

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"De boas intenções o inferno está cheio".
(São Bernardo de Clairvaux)

             Moonhill era uma cidadezinha pacata, quase na divisa norte-americana com o Canadá, no extremo noroeste dos Estados Unidos. O clima na cidade é instável o ano inteiro, e o sol não é uma presença constante. Em Moonhill, assim como qualquer outra cidade pequena, a vida dos moradores não é tão animadora. São os mesmos dias, as mesmas comidas, os mesmos passeios, e tudo é monótono para os cidadãos. A cidade é coberta pelo frio, pelo clima oceânico e fica entre as montanhas, as florestas e o mar, perfeita para quem quisesse viajar para se esconder. O centro da cidade ficava entre as florestas densas de Moonhill e na costa para a baía, onde qualquer morador poderia ver o lindo pôr do sol.

             Por algum motivo, o antigo prefeito resolveu construir um colégio enorme distante do centro da cidade, bem do outro lado da grande floresta, e é aqui onde a história se inicia. Talvez o prefeito quisesse os jovens sonhadores bem longe dos adultos, ou ele só não queria destruir nada já construído e resolveu derrubar umas árvores, mas o fato é que o colégio já estava construído, com dois ginásios, uma quadra de futebol, uma piscina e uma biblioteca. Ela só tinha uma entrada, vindo pela grande e longa estrada asfaltada que abria caminho entre as árvores até chegar perto de ouvir o barulho da correria do dia a dia. Só havia dois ônibus escolares que revezavam entre ir e vir para os alunos não esperarem tanto, e o último ônibus saía às 19h.

             Os moradores mais velhos de Moonhill não chegavam nem perto do mar, pelo clima temperado oceânico, mas os jovens amavam se arriscar nas grandes ondas que o mar da cidade entregava, já que tinha uma colina e uma descida para a praia um pouco próxima ao colégio.

             Dentro daquele local cheio de problemas adolescentes, bem, sabem aquela velha história de uma garota que é a popular do colégio? De quem uns têm medo, uns admiram e uns nem suportam. Pois é, no colégio de Moonhill, existia uma, e seu nome era Rayane Rodrigues.

             Nascida na cidade e filha única, seus pais tinham uma boa condição financeira, e a pequena e curta educação arcaica que ela teve em sua casa fez a garota pensar que ela era o centro das atenções e que nada era mais poderoso que ela. Amava sentir o prazer de estar no topo do colégio, começando desde a sexta série a ser uma pequena garota perversa. Rayane ganhava bastante votos pelos professores, sendo alguns votos por chantagem, seu melhor método para conseguir o que quer.

             Uma vez ela viu um ex-professor se agarrando com a antiga diretora no topo da colina de Moonhill. Rayane imaginava que a colina era uma atração para os românticos ficarem juntos no topo, perto do farol, observando a lua de mais perto. Quando ela estava subindo a colina. pretendendo fazer um piquenique com suas amigas, viu o casal nu, trepando de frente para o mar e para as rochas lá embaixo. Naquele momento, a garota pensou na melhor forma de subir ao trono do colégio, porém, a diretora não aceitou o suborno e, no outro dia, todo mundo sabia que ela e o professor de literatura estavam tendo um caso na colina há dias, fazendo a diretora perder o seu cargo.

             Rayane talvez nunca se importou muito com os sentimentos das pessoas que o cercam, a mente dela se baseia em troca. A menina acreditava que todo mundo tinha um desejo e que sentimentalismo era a forma mais hipócrita de fingir se importar até conseguir o que quer.

             A abelha-rainha do colégio tinha o cabelo preto e liso, a pele sempre bronzeada artificialmente, a boca rosada pelo seu gloss e sempre com uma roupa de dar inveja para o resto das meninas. Seu corpo era modelado por fazer dieta e para poder ser a líder das animadoras de torcida. Rayane adorava ser animadora e seu maior sonho era conseguir uma bolsa na faculdade pelo seu desempenho, indo embora completamente da cidade em que ela odiava morar. Mas, nos seus 17 anos, ela não tinha adquirido nada que pudesse chamar de seu, já que era seus pais que a bancavam, então, não poderia simplesmente pegar o carro e sair, mas, graças a Deus, faltava um ano para ser independente, no mesmo ano que terminará os seus estudos, já que ela estava no segundo ano do colegial.

Sin School - A Escola do PecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora