4 - Lee Donghyuck

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Em um mês inteiro hoje era a primeira vez que não pude tocar na praça, tive que chegar mais cedo no trabalho por causa de um evento que iria ter ali. Cumprimentei Chenle, o menino que me ajuda na cafeteria.

- Esse lugar vai estar uma loucura hoje, e só tem nos dois e um novo funcionário pra ajudar - falou cansado

- Novo funcionário? - não sabia que alguém havia sido contratado - Cadê ele?

- Não chegou ainda, vem vamos arrumar logo antes de abrir.

Arrumamos todas as mesas e cadeiras em seus devidos lugar e fomos para a cozinha, Chenle fica responsável pela parte das bebidas e eu da comida. Coloquei o avental e comecei a fazer alguns bolinhos para servir, em menos de dez minutos o novo funcionário chegou para nós ajudar.

- Bem vindo - falei o cumprimentando

- Oi, qual seu nome? - Chenle perguntou

- Chenle meu filho está escrito Jisung no avental dele - Chenle às vezes é mais lerdo que eu

- Prazer sou o Jisung, você pelo visto se chama Chenle - falou - Você deve ser o Donghyuck certo? O chefe falou sobre você

- Sim, agora vamos deixar a conversa pra lá e começar a agir – falei voltei para o forno, tirando alguns cupcake dali. - A loja vai abrir em cinco minutos.

Jisung me ajudou a decorar os bolos e colocamos no balcão. Fiquei esperando meu chefe sair do escritório para abrir a loja, e ele logo apareceu.

- Meninos – Renjun nos chamou - O dia hoje vai ser corrido, fiquem atentos e atendam todos bem. Entenderam?

Respondemos um 'sim' e ele abriu a loja, voltamos para o nosso lugar e fomos fazer nossas coisas. Jisung iria servir as mesas, Chenle prepararia as bebidas e eu os lanches.

Aquela cafeteria estava uma loucura, nunca vi tanta gente na minha vida. Tive que abandonar a cozinha algumas vezes para ajudar os meninos. Alguém avisa pro Renjun que só três pessoas não dão conta disso tudo?

- Hyuck serve a mesa cinco, por favor? O Jisung está servindo outra e daqui a pouco vão reclamar da demora.

Peguei a bandeja da mão de Chenle e fui até a mesa cinco. Graças a Deus poderíamos fechar a loja em meia hora, trabalhar cansa. Mas se não for assim como viverei? Todo mês recebo dinheiro por causa do acidente dos meus pais, mas não era suficiente para viver.

- É cedo demais pra pedir demissão? – Jisung perguntou quando o último cliente saiu da loja.

- Pare de reclamar garoto – Chenle respondeu irritado - Hyuck eu estou com fome

- Também estou, vamos arrumar e ir comer alguma coisa.

- Vou com vocês – o mais novo avisou

Concordamos e arrumamos tudo, não existe sensação melhor do que o vento batendo em seu rosto. Iríamos jantar no shopping, mas Chenle é apressado e não aguentou esperar. Paramos em uma barraquinha na rua e resolvemos comer ali mesmo.

- Licença, me vê três porções de Tteokbokki - pedi, olhei para o menino que estava parado ali me olhando, e o reconheci. O menino da praça. Mark se não me engano.

- Só isso? Hyuck eu comeria as três porções sozinho - Chenle reclamou – Tem arroz e kimchi?

- Sim, vão querer? - assenti - Claro, podem se sentar ali - apontou para uma mesa vazia - Quando estiver pronto levo até lá.

- Ah você tem Odeng*? – Jisung perguntou e Mark assentiu – Pode levar algumas porções também, por favor?

- Claro – Mark sorriu e foi preparar a nossa comida

Minutos depois Mark levou nossa comida e finalmente matamos a fome. Como terminei primeiro peguei o dinheiro com os meninos e fui pagar cada um pagou sua comida é claro.

- Aqui - falei entregando o dinheiro

- Ok - me entregou o troco e sorriu – Obrigado, voltem sempre

Seu sorriso era fofo

- Você vai cantar amanhã? - perguntou antes de me retirar dali

- Se eu não precisar chegar cedo ao trabalho, sim.

- Ok - sorriu

- Mas por que você quer saber?

- Eu sempre vou lá, e escuto você cantando - respondeu - Eu queria ter a voz tão bonita igual a sua, mas acho só sirvo pra fazer rap mesmo.

- Ah rap é legal, já tentei fazer, mas não ficou bom.

- Podemos cantar juntos um dia, você canta o vocal e eu o rap.

- Claro, um dia. - sorri

- Terminamos, vamos? – Jisung disse

- Vamos estou cansado. – Ouvi Chenle resmungar

- Precisamos ir, tchau.

- Tchau, espero que voltem. – Mark respondeu sorrindo

Acompanhei os meninos até o ponto de ônibus e segui pra casa depois, a pior coisa é você viver sozinho, é deprimente. As únicas pessoas que falo é Chenle, Renjun e agora o Jisung já que trabalham comigo, mas antes de conhecê-los eu era totalmente sozinho. Minha família nunca se importou comigo, principalmente depois que perdi meus pais, mas eu realmente não ligo pra isso. Despi-me e tomei um banho demorado, tentando me livrar do cansaço. Vesti um moletom qualquer e uma cueca e me deitei.

Queria saber se pareço tão triste assim, como aquele Mark percebeu que não sou feliz? Se eu tivesse meus pais comigo eu poderia ser muito feliz. Senti algumas lágrimas descerem pelo meu rosto, eu não gostava de ser fraco, mas quando o assunto é a morte dos meus pais é simplesmente impossível. Acabei adormecendo em meio aos pensamentos.

Dear No One - Markhyuck Onde histórias criam vida. Descubra agora