Enquanto os dias se arrastavam, Jungkook encontrava-se mergulhado em uma espiral de solidão e desespero. A presença de sua governanta apenas servia para destacar o vazio que ele sentia dentro de si, uma sombra escura que ameaçava engoli-lo por completo. No silêncio da noite, os pesadelos se tornavam seus únicos companheiros, suas imagens vívidas e angustiantes assombrando-o sem piedade.
Está noite em particular, Jeon foi levado ao limite de sua sanidade. O pesadelo era mais real do que nunca, cada detalhe uma lembrança dolorosa de seu passado sangrento. Ele viu rostos de camaradas caídos, seus gritos ecoando em seus ouvidos como uma canção macabra. O cheiro de sangue encheu suas narinas, o gosto metálico se espalhando por sua boca, amargo e repugnante.
Quando a governanta o encontrou, encolhido em um canto escuro de seu escritório, Jungkook mal conseguia conter os soluços que ameaçavam sufocá-lo. Ele olhou para ela com olhos vazios, a dor e o desespero refletidos em sua expressão.
— Sr, você está bem? — perguntou a governanta, sua voz soando distante e abafada.
Jungkook soltou uma risada amarga, o som ecoando pelo cômodo vazio.
— Claro, estou ótimo. Apenas revivendo os horrores do meu passado, como de costume.
O sarcasmo pesado em sua voz não passou despercebido pela governanta, mas ela não ousou pressionar. Em vez disso, ela se aproximou com uma expressão preocupada, governanta está que o viu nascer. E chorar Jungkook fez, lágrimas amargas e salgadas queimando seus olhos enquanto ele despejava toda a sua dor e desespero porém sozinho.
Nas semanas seguintes, Jungkook mergulhou ainda mais fundo em sua escuridão interior, cada dia uma batalha perdida contra seus próprios demônios. Seokjin tentava desesperadamente alcançá-lo, mas suas palavras de conforto eram apenas ecos distantes em sua mente tumultuada.
Foi durante uma dessas noites intermináveis que Jungkook olhou para o céu estrelado, sua voz carregada de amargura e desespero.
— Até quando meus demônios vão me perseguir? Já vi o inferno com meus próprios olhos, o que mais podem querer de mim?
Sua voz ecoou pelo vazio da noite, sem resposta. E enquanto as estrelas acima pareciam observá-lo silenciosamente, Jungkook se afundou ainda mais na escuridão que o cercava, perguntando-se se algum dia encontraria uma saída para o labirinto de sua própria mente atormentada.
No silêncio sombrio da mansão, Jungkook sentia-se como se estivesse preso em um pesadelo eterno, onde não havia escapatória. Cada sombra parecia se contorcer com vida própria, sussurrando-lhe segredos obscuros e lembranças dolorosas. Ele ansiava desesperadamente por um vislumbre de luz na escuridão, mas tudo o que encontrava era mais solidão e desespero.
As horas se arrastavam lentamente, o tic-tac do relógio ecoando pela casa vazia como um lembrete constante de sua própria angústia. Jungkook se encontrava perdido em pensamentos sombrios, sua mente uma bagunça de memórias indesejadas e medos profundos. Ele se perguntava se algum dia encontraria paz, ou se estava condenado a vagar pelos corredores escuros de sua própria mente para sempre.
De repente, um som estridente ecoou pela casa, interrompendo seus pensamentos sombrios. Jungkook ergueu os olhos, seu coração acelerando com uma mistura de medo e curiosidade. A governanta, uma figura sombria e silenciosa, apareceu à porta do escritório, seus olhos cheios de preocupação.
— O que foi isso? — ela perguntou, sua voz tremendo ligeiramente.
Jungkook encolheu os ombros, incapaz de encontrar palavras para expressar a confusão e a dor que o consumiam por dentro. A governanta olhou para ele por um momento, como se estivesse prestes a dizer algo, mas então o som de algo caindo em outro cômodo os interrompeu. Com um aceno de cabeça pesaroso, a governanta se afastou, deixando Jungkook sozinho mais uma vez, sem uma palavra de conforto para aliviar sua dor.
No entanto, mesmo com a presença constante da governanta e a tentativa desesperada de Seokjin de ajudá-lo, Jungkook encontrava-se cada vez mais afundado em um abismo de desespero e autodestruição. Todas as noites, antes de se render ao sono fugaz e atormentado, ele tomava os comprimidos prescritos para seus transtornos de estresse pós-traumático, mas mesmo assim, sua mente continuava a ser assombrada pelos fantasmas do passado.
Enquanto olhava para o frasco de pílulas em sua mão trêmula, Jungkook se perguntava se seria mais fácil simplesmente desistir. Às vezes, ele se encontrava desejando que nunca tivesse sobrevivido à guerra, que sua vida tivesse terminado junto com a de seus colegas de batalha. A dor da perda era insuportável, e o peso de sua própria sobrevivência parecia esmagador.
Em momentos de lucidez, Jungkook sabia que seus amigos estavam tentando ajudá-lo, mas mesmo assim, ele se sentia sozinho e desamparado. A ausência deles deixava um vazio em seu peito, uma sensação de desconexão que ele lutava para preencher. Ele ansiava pela familiaridade de seus sorrisos e abraços reconfortantes, mas eles pareciam estar cada vez mais distantes, como se pertencessem a uma vida que ele nunca mais seria capaz de recuperar.
Às vezes, quando a escuridão da noite o envolvia, Jungkook ponderava se seria mais fácil simplesmente se render ao vazio. A guerra havia deixado cicatrizes profundas em sua alma, e ele se perguntava se algum dia seria capaz de superar o peso esmagador de suas memórias. Talvez, ele pensava sombriamente, a morte fosse a única forma de escapar de sua própria prisão mental, de encontrar paz além das sombras que o assombravam dia e noite.
Jeon se afundava ainda mais em sua angústia, incapaz de encontrar uma saída para o labirinto de sua própria mente atormentada. Cada dia era uma batalha perdida contra seus próprios demônios, uma luta que ele temia estar destinado a perder. Sem esperança à vista, ele se encontrava à mercê de suas próprias sombras, perdido em um mar de sangue.
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LÂMINA 10
RomanceApós anos de serviço militar, o ex-médico de combate, Dr. Jungkook, retorna da guerra, carregando profundas cicatrizes físicas e emocionais. Enclausurado em uma mansão gótica e sombria, Jeon vive recluso, atormentado por episódios de estresse pós-tr...