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                         NO INFERNO DA GUERRA

O campo de batalha estendia-se diante de Jungkook como um cenário infernal, com explosões ecoando à distância e gritos de dor cortando o ar. A terra estava encharcada de sangue e lama, uma mistura grotesca que se agarrava às suas botas a cada passo que ele dava. O cheiro de pólvora queimada e carne queimada invadia suas narinas, uma lembrança constante da carnificina que acontecia ao seu redor.

Cada explosão fazia seu coração saltar no peito, um lembrete constante de sua própria mortalidade. Jungkook lutava para manter a calma em meio ao caos, suas mãos tremendo ligeiramente enquanto ele se abaixava para estabilizar um soldado ferido. O tumulto ao seu redor mal permitia que ele ouvisse seus próprios pensamentos, sua mente uma névoa de adrenalina e medo.

— Base, aqui é o Dr. Jungkook, precisamos de mais suprimentos! Estamos sem medicamentos, sem leitos suficientes! — gritava ele pelo rádio, sua voz carregada de frustração. — Como esperam que eu faça meu trabalho nessas condições?

As respostas que vinham do outro lado eram sempre as mesmas, desculpas vazias e promessas de que a ajuda estava a caminho. Jungkook sentia-se impotente diante da burocracia e da incompetência que pareciam impedir cada passo que ele tentava dar para ajudar seus companheiros.

A tenda de cirurgia era um caos controlado, com médicos e enfermeiros correndo de um lado para o outro. Jungkook se preparava para uma cirurgia complicada, seu rosto uma máscara de concentração. O paciente, um jovem soldado com uma ferida grave no abdômen, tinha poucas chances de sobreviver, mas Jungkook não iria desistir.

— Estamos perdendo ele, doutor! — gritou um dos enfermeiros, sua voz cheia de desespero.

— Não enquanto eu estiver aqui — respondeu Jungkook, com uma determinação feroz em seus olhos. — Lamina 10.

O bisturi foi entregue em sua mão, e Jungkook começou a operação. Cada movimento era preciso, cada decisão calculada. Ele sabia que estava lutando contra o tempo, contra a morte que rondava a tenda de cirurgia como uma sombra sinistra.

A cirurgia era uma batalha em si. Jungkook cortava, suturava e estabilizava o jovem soldado, cada minuto uma vitória contra o impossível. Sua equipe trabalhava em perfeita sincronia, confiando plenamente no comando de Jungkook. Mas mesmo com todo o seu esforço, havia momentos de dúvida, de medo que ele não conseguia afastar completamente.

Os pensamentos de Jungkook começaram a se emaranhar em sua mente, uma cacofonia de dúvidas e medos. Ele podia sentir a pressão pesando sobre seus ombros, ameaçando esmagá-lo. Suor escorria por sua testa enquanto ele lutava para se concentrar, cada vez mais ciente do peso de suas responsabilidades.

— Doutor, está tudo bem? — perguntou um dos enfermeiros, preocupado com a expressão angustiada no rosto de Jungkook.

Ele respirou fundo, tentando afastar os pensamentos sombrios que o assombravam. — Sim, está tudo bem. Continue monitorando os sinais vitais dele.

A voz de Jungkook tremia ligeiramente, mas ele se recusava a deixar que seus colegas percebessem sua fraqueza. Ele tinha um trabalho a fazer, vidas para salvar, e não podia se dar ao luxo de fraquejar agora.

Mais tarde, naquela noite, Jungkook estava sentado ao redor de uma fogueira improvisada com alguns de seus companheiros de combate. O clima era sombrio, pesado com o conhecimento de que cada dia podia ser o último. Os homens riam e contavam histórias, tentando afastar a escuridão com camaradagem e lembranças.

Jungkook assentiu, compreendendo perfeitamente. — É difícil pensar em deixar tudo para trás, mas talvez seja o que precisamos.

Um silêncio respeitoso se instalou. Jungkook sabia que aquele era um momento de despedida. Logo, ele estaria de volta ao mundo que havia deixado, tentando descobrir como viver novamente.

LÂMINA 10 Onde histórias criam vida. Descubra agora