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Olívia 🌺

Fomos até a cozinha, era de manhã e segunda feira, eu não trabalho mas ele sim.

— Faz um café ae madame. — Filipe se senta na bancada e mexe no celular.

— Eu? Eu sou a visita querido, faz você. — Faço manha.

— Mas tu é mulher. — Arregalo os olhos e faço cara de brava. — Brincadeira pô, faz ae, por favor. — Reviro meus olhos.

— Só porque eu tô na sua casa e vou retribuir um favor. — Vou até a geladeira e fico parada por 5 minutos olhando. — Filipe você vive do que? Beck?

— Pô...— Ele começa a rir muito e ficar vermelho. — Tipo isso.

— Vou fazer umas compras pra você, isso é inadmissível, é sério, você come o que? — Pego as únicas coisas que tinham, água, café e um coador, coloco a água pra fever e vou até ele. — Me dá aí o seu cartão, anda. — Abro a mão na frente dele.

— Ih mandada, vai com calma. Casamento não vai ser aqueles bagulho de bens totais não, valeu? — Dou risada e continuo insistindo. Ele bufa. — Só tem dinheiro, pega.

Ele pegou a carteira que estava no bolso dele e me deu 10 notas de cem, minha boca abria e fechava.

— Fecha a boca se não entra mosca, viu? Compra tudo o que tiver que comprar. — Ele me dá um selinho e sai da cozinha.

— Aonde você vai? O café vai ficar pronto. — Grito pra ele e escuto uma tv sendo ligada, dou de ombros e coloco o café nas xícaras e vou até ele.

Ele estava sentado no sofá assistindo o jornal e dando risada, me sentei do lado dele e tomamos o café.

— Tá rindo do que?

— Escuta isso. — Ele aumenta o volume e eu presto atenção no jornal, vendo uma reportagem sobre o Investigador Moreira.

"De acordo com as informações, o investigador, Lucas Neto Moreira está sendo investigado por diversas fraudes...além de um processo aberto contra ele, uma denúncia anônima alega que o investigado é usuário de drogas e afirma que ele esconde-as em sua casa. Um mandato foi expedido nessa manhã para a casa do mesmo."

— Filipe, me diz que você não tem a ver com isso. — Olho para ele, que sorri pra mim.

— Ele tem é sorte de ser preso e não morto. Aquele babaca vai apodrecer na cadeia, e que ele reze pra eu não dividir cela com ele um dia.

— Isso não vai acontecer. — Ele me olha e coloca meu cabelo atrás da orelha.

— Isso pode acontecer, Livi, tu sabe. Mas não vai mermo, e se acontecer. — Meu coração dói de ouvir aquilo, o que seria de mim?

— Não pode, não pode acontecer. — Corto ele, que respira fundo.

— SE acontecer, Sidoka tá na responsa de cuidar de tu, tá ligada? Tu não vai ficar desamparada não, valeu? E relaxa ae, sangue ruim não morre cedo.

Eu não quero ficar longe dele, nunca.

Passo a mão em seu rosto, beijo ele calmante e sorrio depois. Somos interrompidos com o radinho dele tocando. Reviro os olhos e ele sorri.

Audaz / Filipe RetOnde histórias criam vida. Descubra agora