ALYSSA CLEVELAND
Quando entrei no apartamento estava silencioso, Vivian já deveria estar a dormir, ela morava comigo e tinha o seu espaço reservado, pois a cobertura era enorme, tinha espaço de sobra. Ela sempre me trata como uma filha e eu a deixo à vontade. Não é nada mecânico, como muitas funcionárias são.
Tinha algumas mensagens no meu celular e algumas eram de Theo dizendo estar preocupado e que eu o avisasse quando estivesse em casa, e assim fiz, tranquilizando-o.
Entrei no meu quarto, pois enfim iria tomar um banho quente e caprichado para descansar, pois estava exausta, precisava dormir, amanhã seria um dia um tanto inusitado. Então, despida, entro na banheira bem-preparada com sais de banho, encostando a minha cabeça no lugar adequado e fechando os olhos lembrando de minutos atrás. Eu não conseguia nem ao menos explicar o que sentia naquele momento, era excitante, desafiador e aquela situação instigava, eu precisava de muito mais e iria conseguir.
Passo as mãos no meu corpo que mesmo coberto d’água sabia que estava arrepiado. Os lábios entreabertos e os olhos ainda fechados lembrando dos beijos e imaginando na minha cabeça como seria se aquilo tivesse seguido.
Acordei no dia seguinte renovada, dormi maravilhosamente bem e estava pronta para o dia que seria imprevisível, pois seria a primeira aula de Eliot. Quando enfim iria entender que eu era sua aluna, procurei uma roupa e acabei escolhendo um conjunto de short, blusa rosada, tênis preto casuais nos pés com a bolsa da mesma cor, e os cabelos soltos em ondas. Fiz uma maquiagem leve, apropriada e estava pronta.
Quando desci as escadas, caminhei em direção a sala de jantar, Vivian já pôs o café da manhã sempre exagerado e caprichado. Eu me sento e começo a comer a optar por uma fatia de bolo tradicional e suco de laranja que era o meu predileto.
— Até que enfim comendo, senhorita Alyssa — ela ironiza.
— Tenho que comer ou então a senhora vai contar tudo para a minha mãe, não é mesmo? — eu brinco.
Comi bem naquela manhã, estava realmente faminta, pronta para ir até à faculdade. Antes de sair dei um beijo na testa de Vivian e corri para o elevador, que daria já embaixo na garagem. Jacob já estava ao lado do carro sempre pontual. Um “bom dia” foi dado e seguimos a caminho da faculdade, eu sentia borboletas na minha barriga só de imaginar como seria vê-lo novamente.
Quando Jacob estaciona o carro e eu desço, caminho um pouco enquanto olho dentro da minha bolsa se não esqueci o celular em casa, quando levanto o olhar paro imediatamente, os meus pés ficaram cravados ao chão, eu não consegui me mover.
Logo a frente, Eliot estava ao lado do seu carro, mas não estava sozinho, pois uma mulher loira que eu nunca vi estava na sua frente. Os dois conversavam e logo ela se aproximou mais dele dando um beijo nos seus lábios, me deixando bastante surpresa ainda mais quando ele retribuiu, era um pouco frio, mas retribuiu mesmo assim. Logo depois ela sai a andar, eu nem ao menos vi a direção que ela tomava, fiquei a olhar apenas para ele, que nem notou que eu estava ali por conta da distância. Um misto de raiva e desgosto tomava conta de mim, pelo jeito, também pela intimidade aquela mulher deveria ter algum tipo de relacionamento com ele.
— Aly, você não vai acreditar... — Cloe chega perto.
Não consegui nem ao menos considerar que a minha amiga estava logo atrás de mim, tentando iniciar um diálogo. Ela então percebeu que eu estava aérea e tocou o meu ombro.
— Aly, amiga… o que aconteceu? — ela pergunta preocupada.
— Ele tem namorada... — falo baixo.
Mandei mensagem antes de dormir para ela contando o que aconteceu na noite anterior. Ela olha para mim confusa, eu suspiro e dou as costas, quando ficava irritada era um tanto impulsiva.
— Tem certeza? — ela pergunta surpresa.
Não disse mais nada, apenas comecei a caminhar em direção a faculdade e a minha amiga vinha junto, como sempre, preocupada, também prestativa. Estava irritada. Por que ele retribuiu o beijo se era comprometido, me convidado para um drink, ainda mais o beijo no fim daquele quase encontro? Eu poderia estar a ser exagerada realmente, pois ele foi educado apenas e o beijo fui eu que praticamente o ataquei, mas não me arrependi de nada que fiz.
Chegamos na sala, já sabia que a primeira aula não seria a dele. A professora nos aguardava, então sento no lugar de costume junto a Cloe ao meu lado. Meu semblante era sério e eu olhava a professora explicando o seu assunto diário, mas não poderia negar que não estava com cabeça, muito menos prestando atenção no que ela falava. Além da parte de ser aluna já dificultaria muito conseguir o que eu queria, agora tinha uma namorada no caminho.
Uma hora depois a professora termina a sua aula e nesse momento sinto o frio na barriga, também a raiva que sentia, eu era geniosa realmente, agora entendia quando a minha mãe sempre dizia que eu era igual ao meu pai de fato.
Olhei para a porta, naquele momento Eliot entra na sala, ele era simplesmente perfeito e não cansava de olhar. Era diferente, charmoso, o olhar penetrante, tinha um ar sério que chamava muito a minha atenção, o seu jeito de se vestir era casual e as roupas ficavam perfeitas no seu corpo bem-cuidado, forte, mas sem exageros.
— Ele é um gato! — Escutei Melany falar.
Ela estava um pouco distante, mas fez questão de falar alto. Reviro os olhos só de imaginar que aquela oferecida irritante já estava de olho no meu professor.
Quando Eliot coloca os seus objetos sobre a mesa e levanta o olhar, parece que foi automático. O seu olhar foi direto para mim, parou completamente, os olhos fixos e eu tinha vontade nesse momento de me tornar uma avestruz, e enfiar a minha cabeça num buraco ao chão. Fui uma mentirosa, nunca fiz isso na vida, na verdade, não sabia nem o que fazia, apenas queria estar um pouco mais com ele. Depois de alguns segundos me olhando, fazendo com que algumas pessoas olhassem na minha direção percebendo a situação, ele aperta os lábios e olha para baixo, como se estivesse a tentar se controlar para começar enfim a aula. Eu não conseguia nem imaginar o que passava pela cabeça dele, mas também não estava muito tranquila com aquela situação.
— Bom dia a todos. Como já sabem, eu me chamo Eliot Spencer e sou o novo professor de Planejamento Estratégico de vocês. Gosto sempre da primeira aula tentar ter o primeiro contato com cada um dos alunos, saber seus nomes mesmo que não decore todos... — Ele dá um sorriso lindo e algumas pessoas dão risada — mas é algo importante para começarmos essa jornada com o pé direito.
Ele olha para a primeira fileira e cada um dos alunos começa a dizer os seus nomes, ele repete, como se estivesse a gravar na sua memória. Era tão agradável vê-lo ali na frente, eu poderia ficar horas na sua aula, a voz dele era grossa, rouca e lembrei quando sussurrou ontem e me arrepiei de imediato.
— Sou Melany, mas você pode me chamar de Mel! — Ofereceu-se quando chegou na sua vez.
Todos riram, ele dá um sorriso brincalhão, mas logo ignora. Continuando as apresentações, não demorou muito para chegar a vez de Cloe, que estava sentada logo atrás de mim. Mas quando chegou a minha vez, eu percebi a sua expressão mudar. Olhou-me de um jeito que os seus olhos pareciam faiscar e eu o encarei a levantar uma sobrancelha, com um sorriso de lado.
— Como você se chama? — Ele pergunta com um olhar fixo ao meu.
— Eu me chamo Alyssa, professor.
— Alyssa! — ele repete.
Eu não sei nem explicar como a adrenalina que corria em minhas veias chegou ao seu ápice naquele momento. A minha vontade era de ir até ele e agarrá-lo ali mesmo, queria mais que aquele beijo. Eu iria conseguir ou não me chamava Alyssa Carter Cleveland.
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●COMPRADA POR ELE●
Romance• Best-seller • Sucesso nacional e internacional • E-book e Físico. Amy Carter , morava com seu pai numa pequena cidade dos Estados Unidos chamada Winchester. Quando ela já tinha seus 21 anos ele descobriu estar doente e não demorou a morrer. Ela...