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Estava irritada e me sentindo humilhada. Para que tanto empenho em roupas, produção completa para trazer até aqui e ficar sozinha em meio a tantas pessoas desconhecida, conversando bobagens e ainda tendo que fingir interesse em assuntos banais . A intimidade que ele demonstrava estar com aquela mulher, o papel de idiota que fiz enquanto ele se retirava sem ao menos importar onde eu estava, me fazia sentir insignificante.

O homem que a pouco havia mostrado onde Matthew estava, se aproxima de mim mais uma vez e em seu rosto, um sorriso irônico permanecia . Aquela noite parecia só piorar.

— Acho que você o encontrou !— Ele dava um sorriso esnobe.

— Por que você esta tão preocupado com isso ? —  O olho irritada.

— Bem...Eu jamais deixaria uma mulher tão linda sozinha. Ainda mais dessa forma, você merece toda atenção de um homem...alias , me chamo ...

—  Eliot, ela merece atenção sim. Para isso que tem a mim!—  Matthew aparece ali, fica ao meu lado e segura minha cintura com muita força.

Aquilo só podia ser brincadeira. Quer dizer que ele estava me dando toda atenção, não é isso que estou percebendo . Ele não tinha um pingo de bom senso sequer. Olhei para ele irritada.

—  Querido, ele me fez companhia enquanto você estava ocupado !! Obrigada Elliot, sua companhia foi agradável. — Não consegui ficar quieta sem ironizar.

Ele apertou um pouco mais minha cintura e sentia sua respiração pesada. Eu não tive muita coragem de olha-lo nesse momento e mantive meu olhar a frente com um sorriso de canto dos lábios. Tenho certeza que seus olhos estavam me fuzilando , mas quem fez tudo isso foi ele. Quem provocou essa situação não fui eu.

Eliot deu uma leve risada e eu via a qualquer momento Mat ir encima dele. Estava torcendo para ele não abrir a boca novamente e acabar provocando-o ainda mais, pois aquela festa poderia acabar em um tremendo barraco.

— Você tem uma namorada adorável Matthew, até a próxima Amy !— Ele saiu de lá e Matthew parecia soltar fogo pelos olhos.

Ele se virou pra mim, tomou toda a bebida que restava no copo e ficou de frente. Segurou meu braço e puxou saindo do local até a frente do espaço de festas. Eu olhava para os lados e algumas pessoas olhavam rapidamente para nós. Tentei acelerar os passos para acompanhar e não acabar caindo no trajeto. Ja na parte de fora do salão de festa o motorista apareceu com o carro rapidamente e ele me fez entrar com pressa.

— Você acha que está onde? Na boate de onde te tirei ? —  Ele gritava , virado para mim no banco de trás.

— Não fala assim comigo !!— não deixei por isso.

— Falo como quiser ! Está fazendo papel de Vadia!

—  Euu ???? Você diz que me usa pra ter prestígio, mas que prestígio tem levando sua suposta namorada e estando com outra na mesma festa !—  Eu não suportava quando ele falava isso.

Ele acha que fui para aquele lugar de livre e espontânea vontade. Não sabe nada que passei ou que algumas meninas dali passavam. Não dei mais ouvidos, me virei para a janela e ignorei. Em silêncio e sentindo algumas lágrimas que rolavam em meu rosto, sentindo-me magoada. E foi assim que se passaram longos minutos até chegarmos a sua casa. Nada daquilo foi escolha minha, eu perdi a liberdade de escolher até as roupas que estou vestindo. Eu fui obrigada a ser tocada , fui agredida, oferecida como um pedaço de carne e mesmo assim, tinha que suportar isso ser jogado na minha cara como uma escolha que eu mesma fiz e nunca foi minha escolha.

Desci do carro rapidamente e ele não fez nada, entrei apressada. Não queria escutar mais suas palavras grosseiras e subo para o quarto de hóspedes que seria o "meu quarto" pelo jeito. Queria tanto ir embora e ter uma vida normal, aquilo parecia impossível.

●COMPRADA POR ELE●Onde histórias criam vida. Descubra agora