CAPÍTULO 5

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ALYSSA CLEVELAND

Meus olhos iam de um lado para o outro, a fim de encontrar o professor, eu não tinha certeza se ele viria, mas tinha muitos outros professores por lá, então não seria impossível. Fui até o balcão onde vendia bebidas, como o evento era em um lugar fora do campus e todos os alunos eram maiores de idade, conseguiram liberar bebida alcoólica, eu estava agradecida, pois precisava de um Dry Martíni para ontem, querendo relaxar um pouco.

Cloe me acompanhava. Sentia a todo momento que ela queria me falar algo desde que me encontrou mais cedo no estacionamento, porém minha cabeça estava tão conturbada que não consegui escutar minha amiga e aquele não seria o momento oportuno. Prometi para mim mesma que no dia seguinte, que era sábado, iria marcar algo com ela para conversar.

Estava segurando minha taça, Cloe, que gostava bastante de cerveja, segurava seu copo grande da cor vermelha. A música estava alta e animada, os meninos que faziam parte do curso de arte musical tinham talento realmente, porque estava bastante animado e divertido.

Observo que Mike vem ao meu encontro, reviro os olhos e me preparo para o ‘show’ de cantadas horríveis que era sua marca registrada. Dou um gole grande da bebida quando ele para na minha frente, olhando-me da cabeça aos pés.

— Você é uma gata, Alyssa! — Mike me analisava.

Eu já disse inúmeras vezes a ele que não tinha a menor hipótese de que eu desse bola, mesmo assim, nunca vi uma pessoa tão insistente na vida como ele era.

— Quando que você vai aceitar sair comigo, gata? — pergunta mais uma vez.

Só de ouvi-lo falar daquela forma comigo já me deixava agoniada, eu sempre gostei de pessoas mais velhas, não tanto assim, mas alguns anos a mais, com um jeito mais sério e educado, não é à toa o encanto pelo meu professor.

— Mike, eu vou ser sincera, como nunca fui com você... 

Ia cortá-lo de uma vez por todas, assim nunca mais iria me perturbar, quando olho para o lado e vejo Eliot chegar no lugar, mas não estava sozinho. Ao seu lado estava uma mulher loira com seu batom vermelho chamativo e a cara dela fechada, um tanto estranha. Ele segurava na mão da mesma e caminhavam entre as pessoas como um verdadeiro casal, o ódio tomou conta de mim, ele trouxe a namorada para esfregar na minha cara, mesmo eu sentindo que me queria tanto quanto eu a ele.

Olhei para Mike à minha frente e abri um largo sorriso, colocando as mãos em seus ombros e ele ficou completamente surpreso com a minha atitude, mas, ao mesmo tempo, feliz.

— Eu aceito o seu convite, que tal? — falo aproveitando a situação.

Olhei de canto de olho para o lado, tentando disfarçar que estivesse a olhar e eu notei que Eliot me olhava também, pela sua cara não estava tão satisfeito, e era exatamente isso que eu queria. Aproximo-me mais de Mike e ele estava em choque, ainda sem acreditar, coloco o dedo indicador em sua boca e ele fecha os olhos, agora segurando em minha cintura.

— Marcaremos o dia logo, logo. — Vou até o seu ouvido. — Até depois, Mike. 

Fiz aquilo sem tirar os olhos de Eliot e a loira que o acompanhava tentava puxá-lo pela mão em direção ao bar, mas ele estava imóvel. Olhei para Cloe, que conversava entretida com umas das meninas da sala. Eu então saí de lá em direção ao banheiro, pois precisava me recompor daquela situação louca. Chego no lugar, abro minha bolsa pegando o batom que levei, e retoco, ajeito o cabelo, mesmo que já estivesse perfeito, respiro fundo, torcendo para que quando voltasse Mike não estivesse mais lá.

Fiz bobagem!

Saí do lugar, era afastado de onde acontecia o evento, e consequentemente tinha pouca movimentação por lá. Guardava o batom que estava em minha mão diretamente na bolsa novamente e estava com atenção voltada para baixo quando esbarro em alguém, e dou um passo para trás, irritada.

— Merda, está ceg... — Levantei o olhar e Eliot estava a minha frente.

Ele me olhava com seu maxilar rígido e os olhos cerrados, conseguia ser ainda mais lindo com as expressões de raiva.

— Sai da minha frente e volta para a sua namoradinha — afirmo irritada.

Dei um passo à frente, mas foi em vão, ele ainda me impedia de ir adiante e eu fico sem entender a sua atitude.

— Você gosta de seduzir, não é, Alyssa? — ele insinua.

A forma que falou foi em tom de ironia e acabava me deixando ainda mais irritada, primeiro mandava eu me conter, agora estava na minha frente impedindo a minha passagem e, pior, ainda acompanhado na festa.

— Sim, eu gosto… eu adoro! Agora, com licença, preciso terminar o que comecei. 

Se eu acreditava que ele estava com raiva, agora era bem pior. Via sua respiração ficar ofegante e seus olhos brilhavam. Mas eu sentia que estava se contendo, tenho certeza de que se não estivéssemos ali já tinha me arrastado para fora. Ou era apenas impressão? Eliot olha para um lado e para o outro e vê pessoas distantes, mas algumas saíam do banheiro sem dar muita atenção a nós dois. Voltou o seu olhar para mim e abaixou em seguida, observando cada centímetro do meu corpo, eu começo a imaginar coisas, mas não iria fazer o que ele queria. Não agora.

— Quero conversar com você, mas não aqui — exige.

— Agora você quer conversar comigo? — Cruzo os braços.

— Alyssa, eu não posso ser visto aqui conversando com você, vamos para fora... — ficava com a voz mais grave.

Ele iria pagar por trazer aquela mulher e, principalmente, por falar daquela forma comigo pela manhã. Isso de fazer tudo na hora dele, definitivamente não iria colar.

— Se não pode ser visto, então não converse! 

Passo por ele e dessa vez ele não me impede, sai rapidamente em direção a festa, procuro por Cloe, mas não a vejo. Perdi-a de vista e olhei de um lado para o outro, tentando achá-la, mas sem sucesso. Sinto uma mão em volta da minha cintura, afastei-me assustada, olhando para trás e vendo Mike feito bobo. Agora eu tinha me metido em uma situação irreversível, iria me encher ainda mais agora.

●COMPRADA POR ELE●Onde histórias criam vida. Descubra agora