CARTA ABERTA

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" Olá, queridas leitoras

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" Olá, queridas leitoras...

Começo esse texto falando que mesmo não conhecendo vocês, eu sinto um amor como se conhecesse. Sei que muitas estão preocupadas...

Estamos em 2024 e eu não consigo nem ao menos perceber que 2023 acabou e logo estamos em 2025. Sinto como se o tempo estivesse parado para mim e que o reveillon, foi ontem.

Eu vi os meus dias serem reduzidos a nada e por mais que eu estivesse feito inúmeras coisas, era como se não tivesse  feito nada. Eu me alegrava inesperadamente, acreditando que tudo estava bem e inesperadamente, achava que tudo ia dar errado novamente.  Procrastinei para fazer coisas simples, como se houvesse uma corda envolta do meu corpo.

Eu sempre fiz tudo sozinha. São dois anos e meio fazendo tudo absolutamente sozinha, lutando para chegar onde desejo e realizar todos meus sonhos. Iniciei os trabalhos com escrita em meio ao "resguardo" do meu segundo filho, escrevi amamentando, cuidando de recém-nascido e da minha filha mais velha que na época tinha apenas 2 anos. Eu assumi o desafio, fechei meu salão de beleza e vivi dos livros, mas não era dinheiro caindo do céu, é muito esforço e abdicação.

Isso resultou em um enorme cansaço. Além da vida pessoal, perder o meu pai foi um grande abalo em muitos sentidos.  Não parei, sendo mãe, dona de casa, escritora, responsável por tudo e esqueci quem era Renata.

Hoje eu ainda estou tentando me reconhecer. Olhar para fotos de apenas um ano atrás e ver que não sou mais a mesma. Meu corpo mudou, meu sorriso mudou e minha alegria também mudou.

Comecei a sentir todos os problemas de saúde inimagináveis. Eram dores, palpitações, dormências e muita emergência de hospital. Foi que procurei tratamento. O psiquiatra foi acertivo, me passando terapia e medicamentos que tomo todo santo dia. Na terapia, eu escutei a frase que mais ouvi durante os últimos anos, estou cansada dessa frase:

" Isso depende de você!"

Tudo sempre dependeu de mim. Minha família não entende nada de livros, meu marido muito menos, o meu querido amigo que me ajuda atualmente, ainda pior, ficando angustiado por tentar ajudar, mesmo sem saber como que trabalha dessa maneira.

Os problemas se intensificaram quando foi diagnosticado o desvio de septo, cornetos nasais maiores e sinusite crônica. Na hora da dor intensa, diária e que não passava nem em emergência, o meu aliado era um pequeno pedaço de pano que mordia com força enquanto apertava a mão de alguém.

Hoje, estou me recuperando de uma cirurgia delicada. Que afetou o um pequeno vazinho do meu olho. Não posso fazer esforços e sou teimosa. Tomando remédios para conseguir dormir, pois tinha o hábito de fumar por conta da ansiedade e a abstinência é terrível. Desenvolvi pânicos, como se algo ruim fosse acontecer, ou aquela pessoa ativa no Instagram, agora me sinto mal se aparecer, me sentindo observada. Não desejo nem para o meu pior inimigo. 

Estou lutando, me olhando e não me reconhecendo. Falando para mim mesma que Deus tem um propósito para tudo, que devemos viver um dia após o outro.

Irei tomar as rédeas novamente dos meus livros, não deixar a responsabilidade para quem não tem conhecimento e nem culpa.

Em uma semana estou liberada para voltar a algumas atividades leves e assim farei. Indo contra qualquer recomendação quando o neurologista, psiquiatra e psicóloga sugeriram: Desacelera, Renata!

Eu não posso, pois tudo depende de mim!

Eu sempre fui justa, determinada e correta. Quem me acompanha a anos sabe todo meu empenho e dedicação. Espero que não desistam de mim, para que eu também nao desista.

Me sinto mais leve, obrigada por cada uma de vocês. Obrigada por existirem!

Estou voltando, eu sei.

Tudo são provações e vencerei todas elas."

●COMPRADA POR ELE●Onde histórias criam vida. Descubra agora