Capítulo 3

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A noite de comemoração do meu padrasto foi uma maravilha; chego a esquecer que o dinheiro dele não vai me beneficiar em nada

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A noite de comemoração do meu padrasto foi uma maravilha; chego a esquecer que o dinheiro dele não vai me beneficiar em nada. Meu celular desperta há alguns minutos, mas continuo afundada no colchão. Depois da faculdade, preciso encontrar meu pai e, em seguida, voltar a entregar currículos. Desde que saí do meu último emprego, estou dando um tempo para encontrar algo que realmente goste de fazer. Na verdade, ser herdeira é a única coisa que eu gostaria nesta vida; ninguém em sã consciência quer trabalhar.

Levanto da cama e marcho para o banheiro, que precisa urgentemente de uma limpeza. O cheiro de vômito do dia anterior ainda está impregnado no cômodo. Removo minhas roupas e entro no chuveiro, ligando-o e esperando a água cair sobre meu corpo. Passo um sabonete líquido com essência de bebê, meu favorito. Quando termino o banho, me enrolo numa toalha e vou até a pia escovar os dentes. Ao avaliar minhas garras brancas e limpas, pego uma escova para pentear meu cabelo. Como não estou num bom dia para finalizar o visual, faço um coque baixo com os baby hairs alinhados perfeitamente.

Vago de volta para o meu quarto e pego a roupa em cima da cômoda: uma calça jeans preta com rasgos estilosos nas pernas e um corpete branco que desenha lindamente meus seios fartos. Faço uma maquiagem básica: delineado, rímel, ombre-lips e uma sombra marrom um pouco mais escura que meu tom de pele. Pego minha bolsa e desço as escadas. Minha mãe está sentada na banqueta tomando café enquanto assiste ao marido preparar os ovos para ela—só ele sabe fazer aquele maldito ovo de gema mole perfeito.

— Bom dia — diz ela ao me ver cruzar o vão da cozinha.

— Bom dia — respondo, abrindo a geladeira e pegando um burrito congelado de frango com requeijão.

— Lizzie, eu nem te agradeci por aceitar ficar aqui pra ajudar sua mãe cozinhar — diz Edgar.

— Não vou fazer isso de graça — tiro meu burrito da embalagem e jogo-o dentro do air fryer.

— Lizzie! — minha mãe me encara.

— O chefe dele é dono de uma empresa; pode me indicar no trabalho como estagiária — dou de ombros enquanto pego um copo na lavadora.

— Acabei de ser promovido; não posso ficar pedindo coisas ao meu chefe — Edgar serve os ovos no prato e entrega à minha mãe.

— Hum — dou um gole no suco que coloquei no copo — não custa nada perguntar.

— Quando for o momento certo, ok? — minha mãe me encara como se eu estivesse pedindo muito.

— Ok. — Quando a air fryer apita, pego meu burrito enrolado num guardanapo. — Vou encontrar meu pai hoje, então não esperem por mim no almoço.

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