Cores

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Violeta eram os sapatos que ela adorava. 
Azul, sua cor favorita entre todas. 
Vermelho, a tonalidade dos lábios que ansiava beijar. 
Branca, a cor da saia que sempre escolhia. 
Preta, a camiseta da banda que eu também amava.

Ainda posso visualizar as cores de seus gestos, de sua aura, do sorriso cativante e das conversas que aqueciam meu coração.

Amarelo era o reflexo dos seus longos cabelos. 
Rosa, o tom que tingia suas bochechas quando eu confessava meu amor. 
Verde, a cor das árvores que testemunharam nossos encontros. 
Marrom, o pelo do gatinho que carinhosamente chamávamos de Chocolate.

Porém, as cores dos seus caminhos, ações, palavras e atitudes, apago. Reescrevo minha vida seguindo nossa antiga paleta, esquecendo seus significados irreais.

Agora, violeta é a cor do meu cabelo. 
Azul é a cor que escolhi para pintar as paredes do meu quarto. 
Vermelho é a cor que melhor me representa. 
Branco é o tom das nuvens no céu em dias ensolarados. 
Preto é minha cor favorita, agora mais do que nunca. 
Amarelo, é a cor do meu doce favorito depois do almoço. 
Rosa, é o tom do batom que mais uso ao sair. 
Verde, é a cor que me traz sorte em dias difíceis. 
Marrom, é o tom dos meus olhos ao sol das 15 horas.

E enquanto caminho no meio-fio da vida, entendo que depois de tentar tirar suas cores, o cinza que prevaleceu, foi em mim.


E enquanto caminho no meio-fio da vida, entendo que depois de tentar tirar suas cores, o cinza que prevaleceu, foi em mim

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Echo and Narcissus - Jonh William Waterhouse

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