Impaciente

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Boa leituraaaaa🍊🫶🏽

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PITEL – POV

Havia quase uma semana que descobrimos sobre o que realmente estava acontecendo de errado na empresa e desde então a Fernanda andava tensa e irritada.

No almoço de domingo passado foi a última vez que a vi sorrir sincera e serena. Desde a segunda, quando retornamos ao trabalho, ela está uma pilha de nervos, principalmente após a reunião com o setor financeiro.

A Fernanda não é do tipo que consegue disfarçar o seu descontentamento com algo. Ela realmente estava muito irritada e soltou farpas a todo o momento, quase que diretamente direcionadas ao Davi e ao Gabriel.

Em alguns momentos eu precisei intervir para que ela não despejasse toda a situação ali mesmo na reunião.

Já estamos na sexta-feira e o humor dela ainda não melhorou. Eu nem me atrevi a tentar qualquer aproximação durante esse tempo. Tudo o que ela faz é pensar em alguma maneira de acabar com a quadrilha, como ela tem chamado desde então.

Todos que mantiveram contato com ela durante essa semana provaram um pouco do fel do mau humor da Senhorita Bande.

Nem eu passei despercebida. Recebi algumas grosserias gratuitas em alguns momentos de impaciência dela.
O problema é que nem assim eu deixei de desejar essa mulher, muito pelo contrário.

- Não me interessa se você não leu as entrelinhas do contrato Senhor Dilson Netto. - ela falava com a voz alterada e o semblante sério com um funcionário do
setor financeiro.

- Senhorita Bande mas isso não foi colocado na nossa pauta inicialmente.- o homem tentava se justificar.

- Terei que tomar medidas drásticas sobre isso então. Já que só tenho incompetentes no setor de finanças.

A cada frase dita uma veia saltava em sua testa demonstrando a irritação.

- O plano não estava totalmente finalizado Senhorita, o prazo dado foi insuficiente para elaborarmos com mais afinco e ... - ela não deixou ele terminar a fala.

- Sim eu sei disso meu caro, não preciso que você me diga ou explique algo que é da sua responsabilidade.- Fernanda
suspirava com cada vez mais impaciência
na voz.

- É que a mensagem dos fornecedores não estava clara quanto a essas especificações da empresa Senhorita. - ele continuava tentando enrolar Fernanda.

Como advogada eu sabia muito bem que aqueles argumentos vazios eram apenas uma tentativa de adiar algo tão óbvio.
De que aquele homem, não fez o seu trabalho por pura preguiça e falta de profissionalismo.

- Quer saber Dilson, pro inferno com esse seu setor. Você só me faça mais um
único favor por hoie. - ela o encarou
diretamente.

- Suma da minha frente! - O homem me olhou tentando pedir ajuda e eu apenas continuei séria demonstrando que não caía no seu jogo antiético.

Diaba de mulher! Até sendo grossa ela era uma delícia!

Ver ela com toda essa fúria só me fez ansiar ainda mais por ela. Perdi a conta de quantas vezes durante esses dias eu me peguei fantasiando com ela descarregando toda essa raiva em mim, na cama ou na mesa do escritório ou em qualquer lugar.

Eu não sei o que tem acontecido comigo, devo ter desenvolvido alguma espécie de masoquismo direcionado a ela. Tudo que envolve essa mulher me faz perder o controle e ela nem ao menos parece notar o quanto me perturba.

Estou aqui mais uma vez, de muitas nessa semana, admirando a mulher que trabalha concentrada na mesa à frente.
Devo ter decorado cada linha que desenha o seu rosto, o seu corpo, cada expressão que ela faz com cada emoção que expressa. Eu já não sei mais o que fazer, não tenho mais controle sobre mim e sobre o que eu sinto.

My Boss - PitandaOnde histórias criam vida. Descubra agora