Verdades

260 31 42
                                        

Boa leitura mores

********

- O que essa mulher tá fazendo aqui, filha? – Núbia questionou irritada.

- Vejo que meu nome já virou história por aqui.

- Fala logo o que você quer e não abusa da minha paciência, Pocah! – Pitel soltou raivosa passando pela DJ.

- Eu vim em paz. Não vim aqui com a intenção de causar nenhuma situação desconfortável.

- Acho difícil você se superar... - Pitel disse estendendo a mão, sinalizando
para que ela se sentasse no sofá.

Pocah respirou fundo e sentou-se no sofá ao lado de onde Pitel já estava
acomodada.

-Eu vou deixar vocês a sós. - Núbia
disse a contragosto.

- Não vou me dar ao trabalho de lhe oferecer nada porque eu não sou obrigada e creio que a sua visita será rápida não é?
– encarou a mulher com um sorriso forçado nos lábios.

- Eu estou bem, obrigada. – Pocah sorriu
sem graça.

- Ótimo. Estou aqui na cozinha caso precise de mim, filha. – disse já saindo.
—Estarei aqui cortando alguns legumes
com uma faca beem afiada!- a senhora disse dando mais uma olhada antes de ir para o outro cômodo.

- E então? - Pitel fez sinal para que Pocah prosseguisse.

- Bem, eu não sei por onde começar. — a morena apertou os dedos. Parecia
nervosa.

- Comece explicando por que você
agarrou a minha... – fez uma pausa se corrigindo - A Fernanda daquela forma?

- Eu fiz de propósito. A Fernanda não teve culpa de nada.

- Obviamente. Você não iria até o trabalho dela com a intenção de agarrá- la simplesmente porque sentiu saudades.

- Não precisa se alterar. — sorriu irônica.

- Eu já disse pra você não abusar da
minha paciência, Pocah. Eu já fui educada demais recebendo você aqui.

- Ok... – disse em rendição – Eu vim para explicar o que aconteceu. Não para causar mais confusões.

- Bem, como eu disse, eu planejei tudo aquilo. Eu vim de uma turnê pela Europa com a intenção de abrir uma casa de shows aqui no Rio. Eu cansei de rodar o mundo sem ter lugar fixo em lugar algum. Cansei de viver rodeada de pessoas vazias, cansei de me sentir vazia.

-Eu não estou interessada na história da
sua vida. Se quiser alguém pra desabafar procure um analista. Seja breve por gentileza antes que a minha paciência vá
parar na sua cara.

A mulher suspirou e assentiu.

— Eu conheço a Fernanda há muitos anos.
Desde a sua adolescência. Nós já
viajamos por esse mundo juntas até ela largar essa vida e se tornar uma mulher responsável. Nós já vivemos muita coisa juntas. – sorriu nostálgica.

- O fato é que eu sempre amei a Fernanda. Sempre fui apaixonada por ela desde que a conheci. Eu largaria tudo e me casaria com ela a qualquer momento se ela quisesse.

- O problema é que ela nunca se prendeu a ninguém. Nunca foi de uma só. E eu sempre respeitei isso. Nós tínhamos uma espécie de amizade colorida, sabe? – seus olhos marejados deixavam claro o quanto aquele assunto mexia com ela.

- Sempre ficávamos juntas quando nos víamos, mas nunca passou disso. Eu não a culpo, ela nunca me deu esperanças de viver um relacionamento com ela.

My Boss - PitandaOnde histórias criam vida. Descubra agora