2. Proposta?

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Naquele momento, Jisung se encontrava trancado na cabine do banheiro da emissora, sentado sobre a tampa do vaso sanitário. Os cotovelos apoiados nos joelhos e as mãos sobre a cabeça, bagunçando os fios de cabelo que eram apertados firmemente pelos dedos finos. Os olhos arregalados encaravam o chão em pânico, tentando descifrar o que tinha acabado de acontecer.

"Meu deus... O que foi isso?"

Não sabia da onde havia saído aquela coragem para falar de forma tão descarada com Minho mais cedo, talvez tenha sido o calor do momento e a euforia de poder encontrá-lo novamente.

Apertou os olhos, contorcendo o corpo como uma criança birrenta. Como iria encara-lo novamente? Sua maior preocupação naquela hora era sair do banheiro sem encontrar o mais velho, ansiando chegar em casa o mais rápido possível, fechar todas as porta e janelas, barrar qualquer fresta de luz e isolar-se do mundo até sua vergonha passar.

Respirou fundo, recompondo-se, procurando o aparelho telefônico para chamar por socorro ao seu querido empresário, que rapidamente o atendeu.

— Changbin... — Sussurrou, já preparado para escutar o sermão que com certeza viria.

— Jisung, pelo amor de Deus, onde você está? Te procurei por todos os lados e não te achei, você saiu depressa sem dar nenhuma explicação, fiquei preocupado.

— Vem me buscar aqui no banheiro, eu tô morrendo.

— O que você tá sentindo, Han?

— Eu tô morrendo de arrependimento, acho que vou dessa pra melhor a qualquer momento. Foi bom ter você como amigo. — Disse com a voz baixa e chorosa, sabia que o Seo não resistia a aquilo.

Changbin apenas bufou com o drama do mais novo. Com certeza ele estava encolhido com o celular nos braços e fazendo biquinho com os lábios, pensou, revirando os olhos e se levantando para ir atrás dele.

[...]

Alguns minutos mais tarde, os dois se encontravam no carro, sentados despreocupadamente sobre os bancos de couro, em completo silêncio e encarando um ponto fixo em meio ao estacionamento vazio.

Apenas ficaram ali daquela forma por algum tempo, para que o Han pudesse se recuperar do breve desespero que o consumiu. Jisung realmente admirava como seu empresário o tranquilizava em momentos como aquele, sem precisar dizer uma palavra sequer para trazer uma energia calma ao ambiente.

— Se arrependeu de assinar o contrato? — O Seo começou com calma, fazendo o possível para não pressionar o ator.

— Não, não é isso... — A voz era baixa e tinha um tom de incerteza, fazendo as dúvidas do mais velho aumentarem. — Acontece que eu encontrei o indivíduo e fui falar com ele.

— O Minho? — Changbin soltou uma risada baixa com a confirmação do outro. — E o que você disse?

— Isso não importa agora. Mas se eu saísse sozinho daquele banheiro eu com certeza ia trombar com ele, juro parece que ele me persegue, sinto até um arrepio.

— Mas você vai ficar evitando ele? Vocês vão trabalhar por meses no mesmo ambiente.

— Aah só não me lembra disso por favor. —  Jisung resmungou, tentando rapidamente desviar daquele assunto. — Mas vamos almoçar agora hm? Você paga, que tal assim?

[...]

Duas semanas depois.

Minho suspirou cansado saindo do estúdio fotográfico, estava exausto. Nos últimos dias não tinha tempo pra nada, nem mesmo no ocorrido com Jisung tinha parado 'pra pensar. A rotina de ensaios, comerciais, gravações e eventos era desgastante, mas no fim, ainda amava o que fazia.

Reputation | MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora