Luck is never on my side

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Hanabi Narrando no presente/atualidade

Estrada/Trem a caminho do distrito 12

— Bom dia, queridinha, já dormiu demais, não acha? — Uma voz familiar me tirou da escuridão em que eu estava mergulhada. Comecei a abrir os olhos, tentando focar na figura que falava.

— É muito bom lhe ver, querida, uma pena que seja nessas condições. — Lá estava ela, Effie, com um de seus vestidos extravagantes, tão chamativo quanto sua personalidade. Eu não a via desde os últimos Jogos, e, confesso, sentia saudades.

Effie sempre foi como uma segunda mãe para mim. Ou talvez terceira, se contarmos Persephone... Persephone, que agora descansa em paz. A lembrança dela ainda é um nó apertado no meu peito. Effie assumiu como acompanhante do Distrito 12 depois que Persephone desapareceu. Até hoje, seu sumiço permanece um mistério. Há rumores de que ela se entregou como rebelde, outros dizem que ela simplesmente desistiu... Mas eu sei que Persephone nunca faria isso. Eu tinha 16 anos quando ela se foi, e, desde então, minha vida, que já era complicada, desabou de vez.

— Effie... — Minha voz saiu fraca, quase um sussurro. A garganta parecia arranhada, como se eu não a usasse há dias. — Quanto tempo fiquei desacordada? E cadê aquela víbora da Adelina? — O pensamento de Adelina ainda estando por perto me fez sentar, inquieta.

— Se acalme, florzinha. Adelina já foi. Te deixou aqui e foi embora. — Effie ignorou completamente minha primeira pergunta, mas logo continuou, com sua voz sempre animada: — Você ficou desacordada por três dias. Hoje chegamos ao Distrito 12. Está animada para ver Haymitch?

Eu sabia que Effie tinha um carinho especial pelo meu pai, mesmo que ela tentasse disfarçar. Era quase óbvio. Eles viviam se implicando, mas no fundo, parecia haver algo ali. Eu ri baixo, me levantando devagar.

— Ansiosa pra ver Haymitch, Effie? — provoquei, soltando um risinho ao ver a expressão de espanto dela. — Fala a verdade, vocês se gostam, não é? Por que não admitem logo? Ah, é mesmo, vocês dois são orgulhosos demais pra isso. — O olhar de repreensão dela só me fez rir mais. — Ele precisa de alguns ajustes, mas quem seria melhor do que você pra ajudar nisso?

Effie acabou rindo também, mas logo sua expressão mudou. Eu sabia que tinha falado demais.

— Vamos deixar eu e o bêbado de lado. Agora, me conte: e você e o bonitão do Distrito 4? — perguntou, claramente se divertindo com a situação. — Ele parece combinar com você. Você, sempre firme como a terra; ele, fluido como a água. Ele está sempre sorrindo, e você sempre de cara fechada. Vocês são opostos. Aposto que daria certo.

— Effie... — comecei, já sentindo para onde isso ia.

— Espere! Dizem que vocês já se conheciam antes de ganharem os Jogos Vorazes. Isso é verdade? — O brilho curioso nos olhos dela era quase cômico.

— Quem anda espalhando essas coisas? — perguntei, tentando esconder meu nervosismo. Fazia anos que eu não ouvia aquele nome, mas ele sempre esteve ali, em algum canto da minha mente.

— Como é mesmo o nome dele? — Effie parou por um instante, pensativa, mas logo abriu um sorriso, como se uma lâmpada tivesse acendido. — Finnick Odair! O vencedor mais jovem... Bem, só perde pra você na idade.

O nome dele foi como um soco no estômago. Finnick Odair. O garoto dourado. Meu melhor amigo... ou melhor, ele era isso antes de tudo desmoronar.

Eu o vi outra vez, mas ele não era mais o mesmo garoto que iluminava o mundo com seu sorriso. Ele não era mais aquele que transformava o cinza da minha vida em algo colorido. A luz dele tinha apagado, assim como acontece com todos que passam pelos Jogos.

— Então? É verdade ou não? — Effie insistiu, impaciente com meu silêncio.

A verdade era que conhecer Finnick foi uma das maiores sortes da minha vida. Ele me mostrou que o mundo podia ser mais do que dor e sobrevivência. Mas a sorte tem um jeito cruel de nos escapar. O garoto dourado que conheci se foi, substituído por um homem marcado pelas feridas invisíveis que os Jogos deixam.

— Effie... — sussurrei, com um sorriso triste. — A vida é um jogo de sorte, e, no fim, a sorte nunca está do meu lado.

Ela me observou em silêncio por um momento antes de mudar de assunto, mas aquela conversa ficou na minha mente. A vida tinha mudado Finnick, assim como tinha mudado a mim. E, mais uma vez, eu me preparava para encarar um jogo que parecia estar sempre contra mim.

Espero que vocês gostem, demorei pra postar porque eu não sabia como continuar o último capítulo, e eu queria que a Pérola de Panem aparecesse de novo

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Espero que vocês gostem, demorei pra postar porque eu não sabia como continuar o último capítulo, e eu queria que a Pérola de Panem aparecesse de novo. (Adelina)

Esse capítulo não foi revisado, então perdão pelos erros.

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