Acorda com o seguinte pensamento “caralho, preciso de um celular”, se comunicar com Mari seria um milhão de vezes mais prático com um desses tijolinhos tecnológicos.
Desperta, novamente após aqueles 10 minutos necessários para perceber que ainda estaria no meio da semana e teria que aturar aquele inferno na terra mais dois dias.
Se levanta e então toma coragem para tomar seu banho frio diário, se arruma, dessa vez totalmente confortável, calça jeans escura novamente, seu típico all star preto de cano alto e seu casaco preto, cobrindo sua blusa-cinza-de-dias-ruins, era a favorita quando se tratava de estar confortável mas que precisasse sair e ver pessoas.
Pega uma tangerina duvidosamente fresca na geladeira, põe num saco plástico e então sai do apartamento, trancando a porta, verifica o relógio e então vê “06:24”, então espera Andrew na frente de seu apartamento, claramente desconfortável por ainda estabelecer contato com o rapaz mas não sentia que não podia deixa-lo para trás, não sem alguma resposta.
— Alisson? Cedo dessa vez, né?Diz Andrew, abrindo a porta, prontamente arrumado, cheiroso e empolgado (Alisson ainda julgava e incompreendia isso), com uma maçã mordida em sua mão.
— Ah sim, sim — Diz Alisson ainda pensando numa possibilidade de se distanciar do garoto —
— Hehe, amanhã eu que te espero na sua porta, quer? — oferecendo o fruto —
— Não, tá muito cedo pra comer besteira.
— Saquei, saquei haha!
Seguem da rotina, pegando ônibus e já se aproximando do colégio, alisson fica apreensiva, o único pensamento que passava por sua cabeça era sobre dar um migué em Andrew.
Ônibus para e então já começa a passar pelas pessoas, de novo tentando uma fuga forçada entre a multidão sufocante, apenas grita um:— VALEU ANDREW ATÉ DEPOIS CARA
E assim passa, avista ao longe, Rose, esperando seu namorado-fictício-de-estimação, cruza seus olhos com ela, Alisson assustada. Rose intimidante. Aquela maldita pose de autoridade era impenetrável, se pergunta se essa garota é humana ou se uma vez já sentiu medo.
Ela mesma responde sua pergunta, com certeza já sentiu medo e foi ao ver a garota que se aproximava de Alisson, Darcy, navegando com um skate levemente velho na sua direção com aquele sorriso-farol clássico e explosão de ânimo como sempre, seria irônico saber que aquele demônio vermelho teve medo desse arcanjo castanho.
— Bom dia, gata— Bom dia, Day
E então seguem, adentram a escola, passando pelo pandemônio diário, chega até sua sala, sentam em seus lugares e assim seu alarme já toca, começando assim a aula de física, aquele projeto de Freddy mercury entra então e estando aparentemente animado, começa sua aula aparentemente procurando algo, ou melhor, alguém, até que olha a Alisson e então encontra.
— SENHORITA WALKER! — Diz num tom amigável —
Alisson deseja abaixar a cabeça e ignorar amigavelmente, mas olha para o mesmo, visualmente nervosa, esperando o mesmo terminar sua história.
— A SENHORITA É UMA GÊNIA
Percebe uma multidão de olhares para si, ficando tensa tanto quanto seu peito
— TIROU NOTA MÁXIMA EM PRATICAMENTE TODAS AS AVALIAÇÕES — diz se aproximando e dando um aperto de mão forçado na garota e deixando todas as provas em cima da mesma — ESTOU ABISMADO!!!
Então todos na sala começam a aplaudir a garota, quando estava começando a gostar do holofote, percebe que nem todos estavam batendo palma, mais a frente, ao lado de Andrew, orgulhoso pela garota, está lá, Mason, aquele garoto visivelmente esquisito, imovel com um olhar sanguinario em sua vista.
Alisson sente um arrepio na espinha, seu olhar era doloroso como flechas serrilhadas, era possível cortar o fio de tensão no ambiente com uma tesoura bem afiada.
Ao acabar das palmas, era como se tivesse acordado novamente, todos já não estavam nem aí para sua conquista convencional, mas algo estava diferente, o olhar do garoto era como o de Rose, mas pior.
Já estava de saco cheio dessa galera estranha, “que porra, não tem centro psicologico por aqui não? Quem vai precisar sou eu”, pensa Alisson enquanto rabisca violentamente em seu caderno de bolso.
Vê as aulas passar, ou melhor, não vê, o sinal então toca e estaria livre pra fugir de qualquer ameaça novamente, pega as provas, vai até darcy e a chama:
VOCÊ ESTÁ LENDO
Assassinato no quarto 205
Mystery / ThrillerUma garota introvertida acaba de se mudar para uma cidade distante, durante as tentativas de se adaptar ao novo ambiente, vai percebe que muitas vezes o perigo dorme muito mais próximo do que espera.