Alastor substitui a espingarda pelo fuzil e corre as escadas. Em uma mão tem a arma de mira e a outra, manteve a inicial, a munição pendurada no peito. O marido some.
Atira incessantemente para abrir caminho. Vidro, madeira, paredes, sofás. Tudo é destruído no percurso até o esposo. Ele faz questão de deixar seu rastro. O segundo andar se torna aos poucos um cenário de guerra devastado e apodrecido. Lúcifer se esconde no quarto de hóspedes para munir a glock. O moreno não o viu entrando ali, por sorte.
Passos lentos. Devagar e fazendo um 360 por onde anda, Al percorre o extenso corredor do andar, o qual abrigava quatro quartos, seu escritório e a sala de jogos. Atento e silencioso. Caça a presa de maneira sutil, a procura da mínima variante de respiração. Em qual porta o loiro entrou?
Quieto, Morningstar escora o corpo sobre a penteadeira repleta de quinquilharias para se aproximar da entrada e localizar o alvo. Manso. Ele não poderia fazer um movimento em falso que derrubaria a merda dos vasos que o marido insistiu em comprar para decorar a casa. Odeia esses vasos. Levanta o braço para mirar. Bate em um.
O pote de cerâmica quase cai. Ele segura.
Suspira aliviado.
A tampa do pote escorrega.
Cai.
Barulho quebrando.
Lúcifer fecha os olhos.
Puta merda.
Alastor sorri e mira contra o papel de parede do corredor no quarto que ouviu a cerâmica. Atira, formando um novo buraco.
Faz uma fileira de tiros naquele espaço. Luci corre para se proteger, desviando do avanço mortífero do cônjuge. Se joga no chão para fora do quarto, o corpo desliza e mira no moreno, jorrando o chumbo contra ele. Alastor dispara para o primeiro andar, quase tropeça nos degraus e se abriga na cozinha. O loiro vai atrás. Todavia, era uma armadilha.
O homem prepara as duas armas e outra que Lúcifer não faz ideia de onde o marido arranjou.
Obrigado a se proteger, abre a porta da geladeira e a usa como escudo. Al utiliza a metralhadora e perfura os alimentos ali, explode as jarras e derrama uma enxurrada de produtos no chão. A lambança é nojenta. Tenta de todas a formas acertá-lo, no entanto, as balas apenas atravessam os pertences dispostos na ilha e guardados nos armários acima da geladeira. Lúcifer aproveita a distração e sujeira para puxar um cutelo, tacando-o na direção do mais alto. A lâmina voa raspando, finca no pilar atrás de si.
“Sua mira é horrível, querido.” O loiro grita, arrancando algo de dentro do balcão.
Hartfelt, cansado dessa merda, recarrega o fuzil apressado e retorna a atenção para a cozinha. Sem pensar duas vezes, atira.
Péssima escolha.
O ignóbil do seu marido havia tirado o tubo do gás.
As balas provocam a explosão.
O corpo do moreno é empurrado para trás, ele tenta se proteger com os braços do fogo, deixando cair a arma.
Maldito irresponsável. Não pensa antes de agir.
Pragueja mentalmente o esposo. O loiro surge como um demônio entre as chamas, saltando para fora e avançando no cônjuge com um chute de joelho no estômago. Alastor engasga.
Em seguida, tenta acertá-lo com o cotovelo, mas o maior desvia e o empurra na lareira, aproveitando o desequilíbrio para puxar um dos pratos de decoração e mirar na cabeça dourada. Luci se protege com o antebraço e agarra o peito de Hartfelt com toda força que nutria, empurrando pelo corredor até a sala principal. Joga o marido na mesinha de centro, que se despedaça embaixo do peso.
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Sr&Sr. Morningstar || Radioapple
FanfictionAlastor e Lúcifer são assassinos casados há oito ou nove anos, mas um não sabe a verdadeira identidade do outro. A desarmonia desse casamento fadado ao fracasso é desestabilizada quando eles vão atrás do mesmo alvo. [Inspirado no filme Sr. & Sra. Sm...