☄️ | "Somos estrelas caídas, banidas ao abandono, sentenciadas à tragédia de um destino injusto, mas erguemo-nos das cinzas, determinados a desafiar os céus que nos condenaram."
DESDE A TERRÍVEL GUERRA NUCLEAR QUE ASSOLOU A TERRA, a humanidade sobre...
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A luz do sol penetra pela copa das árvores, e eu me permito um momento para sentir o calor na pele. Depois de tanto tempo na Arca, é surreal estar na Terra. Mas a sensação de liberdade é rapidamente substituída pela realidade da nossa situação.
Eu me viro para Parker, que está ao meu lado, olhando ao redor com olhos arregalados.
— Vem, vamos explorar um pouco, baixinha. – Disse oferecendo a mão e a garotinha se agarra nela.
Ela me segue de perto enquanto caminhamos pelo campo em volta da nave. O terreno é irregular, coberto de vegetação densa e desconhecida. O cheiro da terra úmida é forte, quase intoxicante.
— Olha isso. – digo a Parker, apontando para uma flor estranha e brilhante. – Acho que já li sobre essa em algum livro.
Parker sorri um pouco, sua curiosidade superando o medo. — É bonito aqui. – ela comenta, sua voz baixa.
Continuamos andando até avistar Clarke mais à frente, concentrada em um mapa. Ela está de costas para nós, então me aproximo com cautela, ainda com um pé atrás sobre confiar nela, afinal sua mãe fazia parte do conselho que matou meus pais.
— Clarke. – chamo, minha voz carregada de desconfiança. – O que você está fazendo?
Ela se vira, surpresa, mas rapidamente se recompõe.
— Tentando entender onde estamos. – A loira disse voltando a analisar o mapa.
— Temos problemas. – Observei Wells chegando pela minha visão periférica enquanto analisava o mapa e Clarke se virava para o garoto. – O sistema de comunicação não funciona. Eu cheguei em cima da nave, uns doze painéis sumiram e o calor derreteu os fios.
— Tudo o que importa agora é chegar ao Monte Weather. – Clarke explicou, nos deixando confusos. – Vejam, estamos aqui. – Apontou no mapa enquanto prestávamos atenção nas suas palavras. – É aqui que precisamos chegar, se quisermos sobreviver.
— E como você sabe que isso vai nos salvar? – Eu perguntei em um tom um pouco irônico. – O abrigo foi montado a quase um século, podemos perder horas e dias de caminhada para chegarmos lá e não ter mais nada.
Clarke respira fundo, visivelmente tentando manter a calma. — Eu não sei, mas precisamos tentar. Essa é a nossa melhor chance se não quisermos morrer de fome.
— Ótimo. – Eu respondo, minha voz áspera de frustração. – Mais uma coisa para dar errado.
— Legal, um mapa. Tem algum bar na cidade? A cerveja eu pago. – Um garoto de óculos estranhos e cabelos bagunçados disse quando se aproximou por trás e viu Clarke tentando se localizar com o mapa.
— Dá licença? – Wells agarrou o garoto pelo pulso o arrastando para trás enquanto nós observávamos. Parker se escondendo atrás de mim.
Um grupo de garotos entre dezesseis e dezessete anos se aproximou e o que estava na frente chamou a nossa atenção. — Tire as mãos dele! Ele está com a gente. – E assim Wells fez.
