CAP 49

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- No três ein...- Levanto meu vestido para poder correr melhor.

- Um. - Ele conta

- Dois...- Eu continuo

E antes que possamos dizer "três" o loirinho sapeca sai em disparada pelo gramado.
O lugar é lindo, cheio de pequenas flores e uma grama muito verde, o sol queima de leve a pele e a brisa é fresca.

- Ok..- Ofego quando chegamos na beira do lago. - Você venceu.

- Eu sempre venço. - Ele da de ombros e eu me pego admirando as bochechas vermelhas.

O menino é uma verdadeira graça e me faz feliz quando vem me visitar.
Parece ter oito ou nove anos, os cabelos loiros e compridos na altura dos ombros, os olhos cinzas e a pele muito clara, ele é quase uma pintura de tão bonito.

Me pego rindo com esse pensamento, minha sogra ama esse bordão.

- Meu marido logo vai chegar, ele vai amar te conhecer.

- Eu sei, ele espera me conhecer todos os dias.

Fico encabulada com essas palavras.

- Você já conhece ele? - Não consigo conter minha curiosidade.

- Não, mas ele chama por mim todas as noites, mamãe.- Ele sorri e acaricia meu rosto com sua pequena mãozinha.

Isso não me causa estranheza. Ele é meu filho.

O sorriso fácil logo me alcança.

- Sabe o que eu queria?

Ele se joga em meus braços e eu me sinto em casa.

- Me diga.

- Bolo de abóbora.

- Então, estamos esperando o que? Vamos lá na cozinha.

- Que tal outra corrida? - Ele sugere e sai correndo na minha frente.

- EI ISSO FOI INJUSTO! - Grito alto e começo a correr.

Chegamos na cabana e fomos direto para cozinha, o menino logo se sentou à mesa e eu cortei um pedacinho de bolo para ele.

- Sabe mamãe, você deveria cozinhar mais vezes.

- Não fale de boca cheia, é feio. - Eu o repreendo

Reparo no local em que estamos, as janelas enormes, os móveis antigos de madeira, o brasão dos Malfoy na parede escura, é cabana da minha primeira noite de casada.

- Aqui é bonito. - Penso em voz alta.

- Sim, o vovô Lucius planeja várias vezes me trazer ao lago  - O loirinho responde.

- Porquê você está aqui?

- Estou te fazendo companhia. Não me quer aqui, mãe? - Ele faz drama e um biquinho fofo

- Claro que quero, mas está tudo estranho.

- Você está dormindo, precisa acordar. O meu pai sente muito a sua falta, ele fala comigo o tempo inteiro.

- Acordar?

- Sim mamãe, estamos no seu sonho.- Ele fala como se fosse o óbvio, se levanta e vem em minha direção, acaricia meu rosto e sai.

- Aonde você vai? - Pergunto preocupada

- Tô indo embora.

- Para onde? - Fico alarmada.

- Nos vemos por aí, mamãe. Acorda logo.

E nisso eu entro em um espiral, muita dor de cabeça, me levanto cambaleando e vou até a porta de entrada. Sou tomada por uma angústia sem fim.

- NÃO!! - Levanto-me completamente suada.

Meu corpo inteiro está dolorido. Eu estou em meu quarto, na casa do meu pai.
Olho ao redor e vejo meu marido sentado encolhido na poltrona.
Tento levantar mas sou legal de surpresa por uma fisgada na coluna.

Merda.

"Você precisa acordar.."

A voz infantil se faz presente, quanto tempo eu dormi?

Me forço novamente a levantar, coloco meus pés no chão e sinto um arrepiar por causa do contato gelado.

Caminho a passos pequenos até onde Draco está adormecido.

Estou usando uma tipóia e isso dificulta meus movimentos quando vou acaricia-lo.

Ele salta de susto e acabo caindo sentada no chão.

Uma dor irradia para a minha perna.

- Sansa?! Puta merda. Eu te machuquei?

Ele está muito afobado.

- Só a minha perna que está doendo muito. Me ajuda a deitar de novo.

Ele me pega em seus braços e sou surpreendida pelo cheiro de bebida.

Deito na cama e paro para reparar melhor nele.

Olheiras fundas e azuladas, barba por fazer e cabelos bagunçados.

- O que aconteceu? - Pergunto

- Eu te encontrei caída e sangrando no salão principal, faz dez dias que você está dormindo.

Ele passa a mão pelos cabelos, bagunçando-os ainda mais.

Nessa hora sinto uma cólica e coloco minha mão na barriga.

- está sentindo alguma coisa? - Ele se preocupa.

- Só uma cólica chata.

- Vou chamar um médico.

- Não precisa de tudo isso.

- Você sofreu um descolamento na placenta, precisa de cuidados e acabou de levar um tombo, pode ser alguma coisa grave. Vou avisar a todos que você acordou.

- Ei calma, eu quero ficar com você um pouco longe da loucura e pergunta dos outros.

Ele se aproxima e segura meu rosto com as suas mãos.
Ele está gelado e tremendo.

- Eu achei que tivesse perdido vocês. Você lembra o que te atacou?

Forço a memória.

- Não, eu estava cuidando de uma menina machucada e acabei sendo atingida e apaguei.

Omito a parte dos sonhos.
Ele suspira novamente. Cansado.

- Eu vou chamar o médico mesmo que você queira privacidade. Eu me culpei dia e noite, não posso deixar nada acontecer com vocês.

- Tudo bem. Se isso for te deixar tranquilo.

Ele sorri fraco.

- Deixa sim. Eu já volto. Está com fome? Vou trazer alguma coisa. Fique deitada, se precisar é só gritar.

Dou risada com toda essa preocupação.

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Vocês acharam que não iria ter capítulo hoje, né?

Prometida - DRACO MALFOYOnde histórias criam vida. Descubra agora