cap 39

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O vento gelado queima minhas bochechas, meus lábios entre abertos estão secos e doloridos, a neve está cobrindo toda a paisagem. Estou próxima a floresta que dá de fundos com a minha casa, observando em volta vejo árvores densas que poderiam me esconder facilmente de qualquer um que esteja me procurando.
Uma lágrima escorre dos meus olhos e eu enxugo imediatamente, não darei a ele o gosto de me ver passando raiva.

Queria um tempo para pensar e absorver todo meu ódio por mais uma boneca que teve sua cabeça arrancada.

"Vocês devem ser amigos, não brigue com o Draco, Sansa." É o que meu pai sempre diz, mas o que ele não sabe é que esse pequeno demônio albino me provoca todas as vezes.

Temos 8 anos e ele ainda insiste em arrancar partes dos corpos das minhas bonecas por pura maldade.

- Se pelo menos Mattheo estivesse aqui.. - penso comigo mesma.

Draco sempre fez questão de frizar o quanto sou sardenta, puxa as minhas tranças e fala mal do meu cabelo ruivo atoa.
Eu queria dizer o quanto isso me magoa, mas ele tiraria sarro de mim.

- SAMYYYYY.

Engulo o choro quando ouço a voz da minha irmã ao longe.
Me viro e vejo um pontinho louro em meio a todo aquele branco da neve, Druella vem correndo, para ao meu lado ainda ofegante, bochechas vermelhas, cabelos desgrenhados e olhos muito azuis.

- Você não deveria ter saído da sala daquele jeito, papai está furioso.

- Não aceito nada disso, Ella. Não posso me casar justamente com ele, não posso. - Reclamo

- Isso é conversa para o futuro, até lá muitas coisas podem mudar. - Ela diz enquanto alisa os meus fios ruivos.

Sei que estou sonhando porque Druella está adulta e com uma barriga enorme, grávida.

- Ele arrancou mais uma cabeça. - Mostro a boneca decapitada.

Ela suspira ruidosamente como quem está desacreditada.

- Meninos são imaturos, irmã, não leve tudo tão a sério.

Eu desvio do seu olhar e encaro o céu azul, límpido sem nenhuma nuvem.
Um gota cai em meu rosto e quanto eu limpo vejo a cor carmesim em meus dedos.

Olho para Druella e ela tem a barriga cortada e está caída no chão.

- Mana.. - grito enquanto dou apoio a sua cabeça com as mãos.

- Me ajuda, o meu filho. - Ela ofega.

- ALGUÉM ME AJUDA POR FAVOR!!

- SANSA!! - sou acordada pela voz do Draco enquanto ele da leves tapinhas em meu rosto.

Estou ofegante e suada.

- Foi só um pesadelo. - ele diz - Você gritou pedindo ajuda.

- Tive um sonho com a Druella. Preciso falar com o meu pai. - Falei enquanto me levantava e colocava minhas roupas.

- No meio da madrugada? Não vai conseguir sair do castelo esse horário.

- Não tem nada que eu queira que eu não consigo.

Ele bufa e concorda com um leve aceno de cabeça. Draco sabe que não adianta tentar me parar.
Faz dias que peço para o meu pai me levar até onde a minha irmã está e ele só me enrola. Druella precisa de mim, esse sonho foi um sinal.

Termino de me vestir e vejo que o Draco já está pronto.

- Vamos juntos. - ele diz enquanto abre a porta do quarto

Prometida - DRACO MALFOYOnde histórias criam vida. Descubra agora