Ansiedade - Guapoduo

9

Roier parecia meio intimidado com as atitudes estranhas de Spreen, mas algo nele era familiar. De repente Cellbit chegou e empurrou Spreen de lado.

— ei! Nerd! Porque não faz meu dever de casa?— perguntou Cellbit prendendo Roier na parede

—.. v-você tem notas melhores que as minhas.. eu não sou nerd.. — dizia Roier gaguejando com medo e ansiedade acumulados

— verdade, nem para isso você serve — falava Cellbit soltando Roier e se afastando — bom, espero que ninguém fique no seu pé hoje! — Cellbit sorriu travesso enquanto saía

Roier ficou levemente impressionado como Cellbit espantou o novo possível amigo de Roier com tanta facilidade. Roier mal tinha amigos por conta do bullying que Cellbit lhe fazia. Roier tentou.. mas as pessoas não queriam ser intimidadas por Cellbit quase todos os dias.

O dia todo sem nenhuma ameaça ou algo assim. Roier ficou o Recreio sentado no canto atrás da árvore do pátio, era meio escondido e mal apareciam pessoas ali. Cellbit se aproximou e sentou ao seu lado.

— fiquei sabendo que eles te chamaram para morar com eles.. eu não sabia que estava passando por problemas.. — falava Cellbit envergonhado de suas atitudes e se sentando

— só porque eu passo por problemas não significa que preciso que tenha dó de mim.. você não precisa fingir que gosta de ficar perto de mim.. você quase destruiu a minha vida toda — falava Roier se levantando e saindo andando

— espera.. — foi apenas um sussurro que Roier ouviu e olhou para trás vendo que Cellbit saiu de perto dele

Roier sentiu um pingo de empatia por Cellbit, mas, ao voltar para a sala lembrou e percebeu que Cellbit nunca iria mudar de verdade. O loiro segurava os cadernos de Roier na mão enquanto conversava com seus amigos.

O menor já estava pronto para sair e dar meia volta, mas se ele continuasse fugindo Cellbit poderia piorar suas atitudes, então Roier por meio que querer proteger os outros não se importava de sofrer bullying, e esse pensamento sempre estava destruindo sua cabeça por dentro.

Ele se sentou e Cellbit se aproximou pegando o caderno de Roier lhe devolvendo sem falar muito. Roier ignorou e guardou o caderno por ser de outra matéria que eles mal ouviram sobre. E pelo resto do dia Roier ficou estudando até dar o último sinal, alguém tinha colocado um papel pedindo para encontrar Roier no banheiro.

E lá estava Roier esperando a pessoa aparecer e lá estava Cellbit se aproximando, Roier correu para o banheiro e se escondeu dentro de uma das cabines fazendo Cellbit o procurar dentro do banheiro.

— você parece um rato assustado — dizia Cellbit enquanto fechava a porta do banheiro fazendo Roier tremer por dentro — você acha que poderia fugir de mim só por morar com eles? — Cellbit riu baixinho — patético..—

Cellbit abriu todas as portas das cabines fazendo Roier tremer e ficar ansioso com medo do que viria.

— sabe.. se você for obediente eu posso ser mais gentil da próxima vez — falou Cellbit abrindo a penúltima porta e em seguida batendo na última porta fazendo Roier tremer por sua vida — vamos lá Roier.. saía daí, eu juro que serei bonzinho se me obedecer— dizia Cellbit com uma voz meio falhada enquanto sorria — suas pernas vão tremer o suficiente quando eu brincar com você — dizia Cellbit baixinho enquanto se afastava da porta

— vai fazer oque comigo?..— perguntou roier abrindo a porta com medo e gaguejando

— nada demais, nada que vai doer muito — falava Cellbit empurrando a porta com força fazendo Roier se assustar e trocar de ideia por ter aberto a porta

Cellbit fez Roier chorar mais do que nunca.. ele disse e fez coisas horríveis, Roier sentia seu corpo doer, sua visão embaçada, estava cheio de hematomas pelo corpo.

— Você entendeu quem manda? — perguntou Cellbit segurando Roier pelo queixo enquanto Roier chorava de dor

— por favor.. — falava Roier como um suspiro baixinho

— eu só fiz o necessário para se ter respeito e para ninguém nunca me desrespeitar como você fez — dizia Cellbit se levantando e pisando na mão de Roier que chorava pedindo para ele parar — não me leva a mal Roier, mas se você soltar um Piu daquele dia, você vai conhecer o céu mais cedo — Cellbit disse por fim enquanto puxava o cabelo de Roier e se abaixou ficando perto dele — estamos entendidos, docinho? —

— sim.. por favor para..— Roier falava com a voz arrastada e com lágrimas nos olhos

— Que bom! Então dá próxima vou pegar leve — Cellbit dizia dando um beijo no topo da cabeça de Roier e sorrindo, e saindo dali rapidamente

— por que faz isso?.. — dizia Roier fazendo Cellbit parar na porta

— porque o amor é algo bruto — dizia Cellbit indo embora finalmente

Roier se levantou todo dolorido sem entender nada do que aquele louco dizia. Ele fez alguns curativos com o que tinha na bolsa, ele sentia uma dor terrível na mão, e ao chegar no apartamento que parecia vazio ele se trancou no quarto chorando mais.