𝐈𝐦𝐚𝐠𝐢𝐧𝐞𝐬 - 𝐉𝐮𝐝𝐞 𝐞 𝐂𝐚𝐫𝐝𝐚𝐧.

「 ✦𝐂𝐨𝐛𝐫𝐚𝐧𝐜̧𝐚𝐬✦ 」

𝟎𝟓:𝟎𝟓 𝐃𝐀 𝐌𝐀𝐍𝐇𝐀̃.

𝐉𝐔𝐃𝐄 estava sentada em uma cadeira inclinada sob a grande mesa de madeira do grande salão de guerras.

Ela estava sozinha.

Mapas de Elfhame espalhados por todos os cantos, pilhas de papel e documentos amontoados.
E a chuva de fios de seus cabelos como uma enxurrada de promessas que a pesavam.

Seus olhos pesavam implorando para que ouvesse uma trégua, mas não, não havia.

A jovem garota e, agora A Grande Rainha de Elfhame se negava a dormir. Por mais que depois de tudo o que fez por Elfhame e seu povo, ainda se sentia cobrada por todos, era como se um grande martelo a martelasse para tentar concertar o erro que ela, e apenas ela conseguia enxergar.
﹌﹌﹌﹌﹌﹌﹌﹌﹌﹌﹌﹌﹌﹌﹌﹌

Jude já estava terminando mais uma papelada de contrato com outro reino vizinho. Ela olha para toda aquela pilha de papéis e documentos importantes, e depois olhava para si mesma pelo reflexo da imensa janela.

Ela dá um longo suspiro, percebe o tempo que havia passado naquele lugar escuro e bagunçado.

Quando foi sua última alimentação digna? Quando foi que realmente descansou pela última vez? Quando realmente teve tempo para fazer algo que goste?

Ela refletiu.

Jogando-se para trás da cadeira procurando uma posição de conforto, ela fecha os olhos. Ela sabe que não deveria estar se cobrando tanto, sabe que isso também é papel do Grande Rei de Elfhame. Porém, a diferença de um rei feérico para uma rainha mortal, já deve se imaginar para aonde iria todos os olhares de julgamento e as fofocas dizendo mal a seu respeito caso ela fizesse um mísero erro.

Jude, desorientada e cansada, abriu os olhos e acaba se encontrando nos aposentos reais.

Como?

Exatamente a um minuto atrás ela estava no grande salão. Ela esfregas seus olhos mortais como se fosse uma iniciativa para tentar mantê-los acordados por mais tempo.

A desagradável cadeira de madeira que ela se sentava havia sido trocada pelo conforto dos lençóis de renda.
O cheiro de velas e lavanda permeiava o ar, isso significava que ela acabou cochilando em sua desconfortável cadeira e alguém a teria trazido para lá, mas quem?

𝐂𝐚𝐫𝐝𝐚𝐧

Então, lá estava ele, em pé na ponta da cama, a observando com seus olhos feericos penetrantes, que brilhavam como duas luas na escuridão, como se eles a devorassem por completo.

Um leve arrepio percorreu as costas da jovem, por apenas perceber a presença o mesmo "tarde" demais. A sensação era única para ela, já que a garota não era de se apavorar assim tão facilmente. No entanto, a exaustão parecia ter tomado o controle, impedindo-a de pensar corretamente. Era como se cada célula de seu corpo gritasse por descanso.

-Quanto tempo esteve por lá?
Disse Cardan, com um leve tom irritado. Percebesse que estava preocupado com a garota.

-Eu não sei. Não fico cronometrando meu tempo, Cardan.
Disse Jude, o retrucando.

O garoto fecha o cenho, formando um leve bico, quase imperceptível.

O menino se aproximava sem falar uma palavra. Ela podia sentir sua presença se aproximando, como uma nuvem pesada de tempestade que se aproximava sem avisar.
Cardan por fim se senta ao lado de Jude sob a cama, fazendo a afundar.

Por uns breves minutos, o silêncio tomava aquele lugar.A solidão que já tinha tomado conta da garota, agora a afogava ainda mais. O silêncio era tão opressivo, que a jovem parecia que estava sofrendo com a falta de ar. mas Jude sabia que não duraria por muito tempo e que logo em seguida o sermão viria.