Capítulo 2 - A rainha dos espinhos

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Na manhã seguinte, Sam tinha acabado de sair da bilheteria da estação quando por acaso viu uma pequena figura.

"Bom dia, Samanun."

"Ei."

Não era outra senão Mon. Sam ficou surpresa por um momento, e Mon parecia ter aceitado isso como algum tipo de pequena vitória.

"De boca aberta e sem graça como sempre, hein?" brincou ela, orgulhosa. Sua língua ácida continuava bem treinada. "Desculpe, mas você parece mais sem vida do que os velhotes passeando pelo parque. Se não consegue se endireitar, nem pense em chegar perto de mim."

Vendo que Mon tinha pequenas olheiras, Sam lentamente cobriu a boca e sussurrou:

"Droga, você é fofa demais..."

Mon corou e gritou:

"Poderia parar de falar essas porcarias aleatórias? O que quer dizer com 'sou fofa'?!"

"Só achei que é adorável demais ver você acordar tão cedo para ir à escola comigo." explicou Sam.

O rosto de Mon ficou ainda mais vermelho do que antes, se isso fosse possível, mas ela ficou em silêncio em vez de gritar. Quando ela a examinou mais de perto, notou que Mon parecia ainda mais bonita do que o normal – havia prestado atenção extra ao seu cabelo e maquiagem agora. Ela se esforçou ainda mais só porque estaria indo para a escola com ela.

O fato de que Sam era capaz de ver tudo isso logo de cara só confirmava sua suspeita.

"Oh, qual é, você gosta mesmo de mim, não gosta?" perguntou ela.

"Hã, nem! Às vezes, só acordo mais cedo do que o normal, o que me dá tempo extra para me preparar. Não tem nada a ver com você, entendeu?!" retorquiu Mon antes de se virar e sair bufando. Sam podia ver que ela só fez isso para esconder seu constrangimento.

Ela se pegou pensando no que tinha acontecido no dia anterior.

Depois que Mon fez sua declaração, passaram mais algum tempo na loja de donuts antes de partirem juntas. A cidade estava tingida pelo vermelho do crepúsculo, e as ruas estavam cheias de mães comprando mantimentos e estudantes voltando para casa.

"Uau, que brilhante." murmurou Mon enquanto protegia os olhos do brilho urbano. Naquele momento, seu cabelo estava tingido de carmesim pelas luzes refletidas da cidade.

Ela é, sem dúvidas, linda, Sam não conseguia deixar de pensar.

O momento mágico foi rapidamente arruinado, no entanto, quando Mon de repente se virou e começou a se afastar com uma fala rápida:

"Tudo bem, tchau."

Sam gaguejou um pouco antes de gritar para pará-la:

"Ei, Srta. Kornkamon. A propósito, onde você mora?"

"Yotsumori. Por quê?"

"Ah, eu moro na direção completamente oposta. Só estava pensando em te levar para casa. É bem longe e tal."

"Nem se estresse. Não é como se estivéssemos namorando nem nada do tipo." respondeu.

"Vai escurecer em breve. Tipo, se preocupar é natural, sabe?" comentou ela.

"Ugh, eu adoraria se parasse de dizer porcarias vergonhosas como essa."

Mon abaixou a cabeça e respirou fundo várias vezes. Ela então levantou-a, encarou ousadamente os olhos de Sam e declarou:

"Você não vai dizer coisas assim por muito tempo! Estou começando meu contra-ataque hoje. Não será capaz de viver sem mim quando eu te destruir!"

"Fico no aguardo por isso. Nunca gostei de ninguém antes, então, pois é... Estou animada para ver como vai ser." respondeu ela.

From Toxic Classmate to Girlfriend GoalsOnde histórias criam vida. Descubra agora