Capítulo 3 - A verdadeira forma do amor

82 15 3
                                    

Era mais tarde naquela noite, pouco antes do crepúsculo.

Sam alcançou a sapateira perto da entrada da escola. Ela se inclinou contra uma prateleira, suspirando para si mesma: "Ainda bem que finalmente acabou..."

"Ei, Sam. Parece que nós duas estamos nos saindo bem." cumprimentou uma voz. Era a amiga de Sam, Tee.

Ambas bombaram em uma prova e tiveram que fazer aulas suplementares como resultado. Tee estava pegando seus sapatos quando parou, como se algo lhe ocorresse, então falou:

"Pensando bem, é raro ver você tendo que fazer aulas suplementares."

"Eu sou péssima em matemática, Tee, e você sabe disso." respondeu Sam.

"Mas nunca é tão ruim assim."

"Geralmente não, eu acho." admitiu Sam.

Embora não quisesse se achar tanto nem nada do tipo, ela era deveras habilidosa academicamente. Não que fosse super inteligente; só era capaz de prever o que os professores estavam planejando colocar em provas e coisas do tipo. Ela só precisava fazer alguns estudos de última hora e tudo acabava bem.

"Você tem encarado muito o nada nos últimos dias, Sam. É como se tivesse algo em mente. Se importa se eu tentar descobrir o que é?" perguntou a amiga."

"Fique à vontade."

"É a Srta. Kornkamon, certo?"

"Na mosca." Sam deu de ombros frouxamente.

"Eu estava morrendo de vontade de te perguntar sobre isso, haha! Todo mundo está falando sobre a garota de aparência sombria por quem 'A Rainha dos Espinhos' está apaixonada." Tee brincou. Ela deu um empurrão de brincadeira em Sam antes que seu rosto ficasse um pouco sério de repente. "Ainda assim, não consigo entender. Com o que está preocupada? Qual é o problema se vocês duas estão namorando?"

"Bem, ela não é realmente o problema." respondeu Sam, hesitante.

"E você é?"

Sam deu um suspiro pesado em resposta. Ela estava feliz que Mon gostasse dela, de verdade. Sentia-se até mesmo honrada. O problema era ela.

"Eu não sei, tipo, como eu gosto dela, se é que me entende." explicou.

"Na verdade, sendo bem honesta, não faço ideia." respondeu sua amiga, tranquila.

Como exatamente ela se sentia sobre Mon? Como descreveria essa afeição — era como família (sisters)? Uma amiga (bff)? Ou possivelmente um amor? O que realmente significava "gostar" de alguém, afinal? Sam sabia que Mon tinha sentimentos românticos por ela. Mas como ele se sentia? A pergunta lhe havia ocorrido no dia anterior, e quanto mais pensava nisso, mais confuso ficava.

"Então, sim, é isso que está em minha mente." concluiu Sam. "Por que está me olhando desse jeito?"

"Porque eu não entendo qual é a nóia que você está falando. Até os alunos do fundamental podem decidir se gostam ou não de alguém, sua tonta! Você é quase uma maldita adulta!" gritou sua amiga, incrédula.

"O que quer que eu faça sobre isso?! Nunca estive em uma situação como essa antes!"

"Bem, claro! Você sempre dava um jeito de acabar com a porra toda no passado!"

"Uh, bem... Sim, acho que tem razão." murmurou Sam timidamente.

Nada poderia abalar mais do que as palavras de alguém que te conhecia a vida toda. Foi por uma razão semelhante que ela manteve aquelas que a abordaram romanticamente no passado à distância. E por ter feito isso, nunca conseguiu distinguir seus próprios sentimentos diante de tais situações. Em outras palavras, o motivo para estar se debatendo agora era culpa sua apenas.

From Toxic Classmate to Girlfriend GoalsOnde histórias criam vida. Descubra agora