Capítulo 5 - A visita de trabalho

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O céu estava nublado e sombrio naquele dia.

Sam parou na bilheteria da estação de trem e suspirou.

"Será que ela está bem?" ponderou ela em voz alta.

Fazia uma semana desde que elas saíram em seu encontro incrivelmente agitado e emocionante, e estavam se dando melhor do que nunca... até ontem, no caso.

O trem chegou e os passageiros logo começaram a inundar o portão de embarque. Uma distinta cabeça alourada se destacou do resto da multidão.

Sam levantou a mão e gritou para ela:

"Bom dia, Srta. Kornkamon!"

Mon reagiu um tanto estranho à sua saudação. No início, seu rosto ficou tenso, mostrando uma expressão sombria, mas seu sorriso frio voltou rapidamente.

"Bom dia, Samanun." respondeu ela com uma voz reservada.

Sam piscou, surpresa com sua resposta incomum. Ela estava esperando sua língua adoravelmente venenosa. Talvez uma piada como: "Você está aqui para me encontrar de novo? Nem tem como estar mais desesperada, não é? Vejo que já está completamente acabada, entendo". Algo não estava muito certo. Ela podia ver que tinha alguma coisa a incomodando, mas ela não estava sendo honesta consigo mesma.

"Você leu o que te mandei ontem?" perguntou Sam em voz baixa.

Mon fez um barulho estranho, então começou a chorar enquanto se jogava dramaticamente no peito de Sam. Ela ficou atordoada com suas ações; ao mesmo tempo, porém, não pôde deixar de notar o calor e o doce aroma dela. Sam sentiu um forte desejo de envolvê-la em seus braços e só conseguiu se conter ao saber que não era o momento nem o lugar para fazê-lo. Olhares sujos estavam sendo disparados por estudantes e adultos para elas:

"Briga de casal? A escola ainda nem começou. Credo..."

"Ah, como é bom ser jovem..."

"Malditos normies."

Sam gentilmente, e com muita relutância, colocou as mãos no ombro de Mon e a afastou dela, certificando-se de mantê-la no comprimento do braço.

"Uh, por que não tentamos nos acalmar um pouco, pode ser?"

"Acalmar?! Como vou me acalmar?" gritou ela enquanto vasculhava freneticamente sua mochila. Quando encontrou o que estava procurando, a coisa que Sam lhe dera no dia anterior, ela pegou e acrescentou: "Por que Fran teve que morrer?! Eu não entendo!"

"Ahhh..." Sam suspirou. Ela tinha imaginado que poderia ser o caso.

Tudo começou ontem.

A caminho de casa, Mon mencionou que queria ir a uma livraria. Sam concordou, pois também pretendia passar em uma, por isso se dirigiram para uma perto da estação juntas.

"É isso que você quer comprar, Samanun?"

"Sim? Por quê?"

Sam olhou para o livro que estava segurando, que atualmente era o assunto dos olhares de Mon. Era o último volume de uma série de light novels que ela acompanhava: Até o Fim do Mundo. A capa apresentava um elenco de garotas de cabelos coloridos vestidas com armaduras minúsculas e armas caricaturais grandes. Era uma série de fantasia bastante padrão, em que o protagonista era transportado para outro mundo, daquelas que existiam aos montes.

Mon continuou seu olhar aguçado para o livro e disse:

"Anil gosta desses tipos de livros. Eles têm... imagens o-obscenas e coisas do tipo, certo?"

"Sim, não posso negar."

"Acho que você é uma menina pervertida, afinal." murmurou Mon com um aceno grave para si mesma, como se aceitasse alguma verdade terrível.

From Toxic Classmate to Girlfriend GoalsOnde histórias criam vida. Descubra agora