Lamento, mas não estou bem.

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Três meses depois

Rodolffo estava muito bem.  O médico já havia começado a reduzir drásticamente a medicação para a ansiedade e depressão.

Juliette não conseguiu a colocação na clínica,  mas em compensação Rodolffo conseguiu entrar como economista numa grande empresa.  Saulo tinha sido o responsável pela indicação, pois também ali prestava serviços.

Ficou muito feliz, não só por ir trabalhar na àrea para que tinha estudado, mas porque o salário permitia melhorar o nível de vida.
Despediu-se e agradeceu muito ao seu Zé do restaurante.

Juliette vibrava a cada conquista dele como se fosse dela.  Já tinha deixado o seu apartamento e viviam agora os três juntinhos.

Aproximava-se o aniversário dele.  Juliette pensou no presente, mas nada lhe ocorria.  De repente teve uma ideia.
Faltava cerca de um mês.  Daria certo com certeza.

Rodolffo estava a reaprender a ser romântico. Pediu Juliette em casamento sem muitos floreados, numa noite de paixão.   Ela respondeu que sim.

Saulo tinha-se tornado amigo dos dois por isso Juliette não exitou em pedir-lhe ajuda.

- Ajudo sim Juliette.  Com o maior prazer.

Tempo depois...

- Amor, vamos às compras.

- Comprar o quê?

- Roupa nova para todos.

- Porquê?

- É teu aniversário daqui a dois dias.  Preparei um programinha legal para os três.

- E precisa roupa nova?

- Claro que sim.  É dia de festa.  Há quanto tempo não comemoras um aniversário?

- Nem me lembro, mas não quero nada chic.

- Normal.  Um terninho básico.

Fizemos um dia de shopping.   Escolhemos o terno dele e um vestido para Pilar.  Parecia uma princesinha a minha bébé.

- Agora os dois ficam aqui que a mamãe vai comprar o vestido sózinha.

- Não vale.   Tu viste a nossa roupa, porque não podemos ver a tua?

- Quero que seja surpresa, Rodolffo.
Vá lá!

- Está bem.  Então nós vamos comprar sorvete enquanto tu escolhes a tua roupa.  Já voltamos.

- Não deixes ela comer muito nem sujar-se.

- Vou tentar.  Não prometo.

Juliette não demorou muito a encontrar o que queria.  Pegou na sacola e foi ter com eles.

- Que rápida.  Nem deu tempo de repetir o sorvete.

- Eu sou decidida.  Sei o que quero e tudo fica mais fácil.  Também quero sorvete.

- Pede lá um para ti e outro para mim.

Voltaram para casa.  Juliette estava felicíssima pois tudo estava dando certo.  Faltava um pequeno pormenor, mas o mais importante.

No dia seguinte depois de deixar Pilar na escola foi buscar a única coisa que faltava para o aniversário de Rodolffo.   Tinha tirado esta semana de férias para poder tratar de tudo com pormenor.

- Rodolffo,  amanhã é teu aniversário.   Não vais trabalhar,  pois não?

- Vou.  Até pedi o dia, mas não me deram.  Não tem como faltar.

- Pára, Rodolffo.   Queres que eu enfarte?

- Não vou trabalhar, não.   Sossega o teu coração.  Não sei o que andas a aprontar, mas vou aguardar.

- É só uma festinha privada.