Capítulo 7

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'Soca! Soca! Soca!'

O que estava acontecendo? Por que ele estava lá? Ele tentava pensar, mas sentia que não conseguia fazer nada além de continuar.

'Soca! Soca! Soca!'

O que aconteceu? Onde é que ele estava mesmo? Não se lembrava de nada, e tudo ao seu redro era um vazio preto imensurável. Ele só conseguia ver uma coisa além da escuridão redundante.

'Soca! Soca! Soca!'

Mas por que? Por que isso? Qual a fonte disso? Raiva? Medo? Vergonha? Faz alguma diferença? Talvez até faça, mas, aparentemente a razão não valia mais. Tudo era levando por um fogo ardente vindo de dentro. Algo preso que estava preste a explodir, algo que precisava sair. Culpa?

'Soca! Soca! Soca!'

Quem era ele? Apenas um vazio? Oco? Algo Cassio? Babando, espumando saliva. Os músculos estavam rígidos, pareciam gritar de dor, mas o som dos socos era maior do pedido de ajuda dos membros do corpo.

'Soca! Soca! Soca!'

Isso vinha do que? Algo o vazia lembrar do motivo disso. Um gatilho. Sangue. Remorso. Quem ele está socando? Ainda estava vivo? Por que não revida? Continuando a socar, não havia motivos para parar. Seus punhos doíam, mas era prazeroso, eles queriam mais, queriam continuar.

- Ca...

A pessoas que estava no chão, sangrando, com o nariz quebrado, fraturas no crânio, com o rosto totalmente desfigurado pela ira tentou falar, sua voz era triste, ele estava usando todas as suas forças para falar, como se seus pulmões estivessem perfurados, ou como se sua traqueia estivesse estilhaçada.

- Cassius...- Kairo deu seu ultimo suspiro.

Cassius olhou para suas próprias mãos ensanguentadas.

De repente, o chão invisível sumiu e Cassius começou a cair no próprio vazio. E então, com um tombo bem feio, Cassius acorda caindo de cara no chão.

- Aaagh! - Cassius grunhiu de dor enquanto cobria a testa avermelhada pela queda, mas não durou dois segundo para ele se levantar desesperadamente e olhou para suas mãos. Estavam limpas- Kairo! - Ele começou a chama-lo e saiu correndo.

Cassius estava em seu quarto que estava extremamente arrumado. Ele deu um chutão na porta e foi direto para o quarto do lado do seu, que era o quarto de Kairo. Estava vazio, e estava arrumado que nem o quarto de Cassius. Era arrumado de mais, de uma forma que nenhum dos dois faziam.

Entrando em desespero, Cassius começou a andar ainda mais rápido, sua respiração ficava mais acelerada. Estava suando. Uma coisa vinha à sua mente, uma hipótese, algo que ele sabia que não era verdade, ou que ele não queria que fosse.

"Eu matei Kairo?"

Ao pronunciar isso na própria mente, ele começou a correr. No embalo, ele desceu as escadas, mas não estava prestando atenção nos degraus, sua visão estava embasada. E o inevitável aconteceu.

Um passo em falso. Ele inconscientemente pensou que o degrau era maior do que na verdade era, e seu pé passou além do que devia. Ele tentou por reflexo se segurar no corrimão, mas por conta de sua alta velocidade, apenas o bateu com muto força, quase o deslocando. E então, desceu a escada rolando. Convulsionando varias partes de seu corpo. Ficou imóvel ao finalmente cair no chão do primeiro andar. A dor em seu corpo era grande, mas a dor da duvida era maior.

Não se importante com o próprio bem estar, Cassius se levantou e voltou a procura. O primeiro andar também estava extremamente arrumado, e não havia ninguém lá, e o mesmo vale para a cozinha. Estando lá, viu que a geladeira cinza estava entreaberta. Outra duvida veio em sua mente, mas essa não a pronunciou na própria mente. Felizmente, ao abrir a geladeira com pé, ficou surpreso de uma forma inesperada. A geladeira estava cheia de comida fresca. Tinha tanta coisa que mal dava para fechar a porta. Ele então foi abrindo os armários da cozinho e estava tudo cheio que nem a geladeira. Estava tudo tão estranho que Cassius pensava que ainda estava em um sonho, mas logo lembrou que ao cair da escada não acordou, então aquilo não podia ser um sonho.

De repente. Cassius escutou a porta principal ser aberta, e dela, entrou uma pessoa.

Em outro lugar do Brasil, mais ao norte, uma pessoa de cabelos azuis dirigia seu trailer com muita raiva.

- É sério isso, Lúcidus? - Koli falou consigo mesmo- É sério que você só mandou uma carta transfigurada com uma criatura? Por que? Uma punição? A... isso até faria sentido, já que né... eu estou me desviando de algumas missões que eles estão me dando. Bem, eu sou um dos únicos do rank 2 que não é do grupo principal do rank 2.

Ele apertava o pé no acelerador e virava o volante de um lado para o outro para se desviar de inúmeros carros. Para os outros motoristas ele parecia só um bêbado esperando um acidente acabar com sua corrida, mas, na verdade, ninguém ali era mais apto no volante do que o incrível Koli. Seus olhos eram velozes, e seus reflexos também era muito bons, e isso possivelmente se dá por conta do que os Becos fizeram com o corpo do Koli.

Os Becos é uma junção de todos os lugares em um lugar que não existe, e, por ser algo muito intenso, quando alguém cai lá não sendo lucido, sendo uma pessoa comum, os Becos acabam mudando algo na genética da pessoa.

E de todas as possibilidades de mutações genéticas que Koli poderia sofrer, ele foi abençoado com uma reflexo além da média.

O velocímetro estaca travado nos 200 Km/h, o que Koli ainda achava muito devagar, mas ele não era burro o suficiente de ir ainda mais rápido em uma rodovia tão movimentado como agora. Mas Koli amava velocidade, ele gostava de sentir seu corpo sendo puxado para trás enquanto apertava fundo o acelerador. Ter a visão distorcida pela alta velocidade. Quebrar a barreira do som era seu sonho.

- SH! - Koli fez um som com a boca, como se estivesse com raiva, e então pegou seu celular em seu bolso, sem ver, ele digitou um numero – Alo? Janji? Tá na escuta?

- Oi Koli, quanto tempo hein? - uma voz cansada falou.

- Você também recebeu uma carta? - Koli pareia nervoso, bem diferente de Janji.

- Ah, recebi sim, achei bem legal enquanto durou, matou o tedio. - era possível ouvir alguns sons eletrônicos além da voz de Janji, possivelmente estava jogando algum jogo como sempre.

- Você só vai aceitar assim? Sem mais sem menos?

- Ah... por que iria? Eu pensei que fui alguma punição, sei lá, já que eu sou do rank 2 e não fui pra nenhuma missão recentemente.

- Bem, foi o que eu pensei, mas a Lúcidus nunca fez isso- Koli falou irritado enquanto desviava de um grande caminhão.

- Bom.... - Deu para ouvir Janji colocando algo na boca, possivelmente uma fática de pizza- Tanto faz... (mastiga, mastiga)... Você tá irritado?

- É claro que eu tô, a Lúcidus mandou uma criatura para mim do nada

- Ah, que coitadinho. A Lúcidus machucou seu ego e agora você esta indo tirar satisfação.

- Cala a boca Janji!

- Então por que ligou? Você está me atrapalhando na minha maratona de Prince of Tersia.

- Eu só liguei para checar mesmo se eu fui o único. Não quer ir comigo tirar satisfação?

- Meh... foi pensar no caso.

- Bem, não 'r como você estivesse com muita coisa para fazer.

- OhOHoohohohoho!!- Janji se exaltou- Você sabe como o que eu estou fazendo é de suma importância para mim. É minha vida, minha paixão, é tudo!

- Mas você não acabou de falar que foi divertido o combate que a criatura acabou dar do nada como boleto atrasado? Se você foi comigo talvez tenha mais.

Janji suspirou pela ligação.

- Eu vou se você passar aqui e me levar.

- Chego em 10 minutos.

- OK, see ya! (Até mais)

- See ya!

Janji e Koli era os únicos dois do rank 2 que não fazem parte do grupão do rank 2 que vai em missões juntos. Os dois se conheceram quando quase mataram um ao outro em um mal entendido numa missão em 2039. Os dois eram uma ótima dupla, os dois faziam parte do grupão do rank 2, mas depois de um mal entendi os dois saíram. Janji era bem antissocial, e praticamente só falava com aqueles que ele respeitava. Então, depois que os dois saíram do grupão, os dois ficaram em uma dupla por uns 2 anos, mas depois de um tempo sem missões interessantes ou animadas os dois se separaram e ficaram nas suas, tendo missões bem raramente, e praticamente ficaram com cargos de rank 3, pois, praticamente a única coisa que eles faziam era mandar harmonias que encontravam par aa Lúcidus... Janji decidiu voltar aos seus antigos hobbies e maratonou todos os lançamentos de jogos que perdeu enquanto estava nas missões importantes. Koli por outro lado, comprou o trailer quis explorar o Brasil.

Koli e Janji se tornaram lúcidos por caírem nos Becos, que nem Kairo, a maior parte da lúcidos no mundo inteiro se tornaram lucido por conta dos Becos, já que cerca de 30% da população mundial caiu nos Becos, e para se tornar lúcidos por meio do 0.01 era muito difícil e raro, precisa de muita sorte pata sobreviver. Já o Becos era de certa forma mais fácil, pois mesmo sendo mais perigoso, tinha áreas pacificas onde pessoas poderiam ficar, além de que varias pessoas foram resgatadas pela Equipe de Resgate dos Becos. O mesmo não era possível para o 0.01.

Koli ainda tinha pesadelos com tudo que aconteceu nos Becos. Ele perdeu tudo que tinha. Entrou com muitos e saiu apenas com a própria sombra, uma sombra que o atormentava por não ter sido forte o suficiente para salvar aqueles que amava.

Koli desviou de outro caminhão, e com sua visão limpa, conseguia ver a cidade de seu amigo no horizonte.

De volta na casa de Visconde, uma pessoa abre a porta da frente. Deixando o clarão da manhã entrar na casa. Os olhos de Cassius foram cegados por um segundo, pois parecia que o sol estava atras do individuo na porta, mas logo que seus solhos se adaptaram ele gritou:

- Kairo! – ele correu até o irmão que estava um pouco confuso. Kairo tinha vários sacos plásticos nas mãos

- Cassius, que bom que você finalmente acordou- ele começou a passar as mãos no cabelo bagunçado do irmão

- O que aconteceu? Você está bem? E o papel que estava grudado aos seus olhos?

Kairo respirou fundo e disso:

- Posso entrar primeiro?

- Ah...

Kairo então colocou as compras na mesa da cozinha e então os dois se sentaram no sofá da sala. Cassius se sentou, mas logo mudou de ideia, estrava muito confuso e ansioso para ficar parado, então ficou rodeando o móvel, Kairo se sentou cruzando as pernas que nem um monge.

- Olha, eu também não sei muito o que aconteceu, mas o que aconteceu foi: aconteceu aquele negocio com a bolha e a confusão toda até que eu comecei a cair em um infinito psicodélico cheio de olhos e bolhas vibrantes. Mas, de repente, eu ouvi a sua voz e vi a sua mão, e me agarrei a ela, mas aquele Cassius não era você, mas era você. Ele falou muitas coisas horríveis, e então...- Kairo pensou muito no que falar e o que não falar-... ã... de repente teve um solavanco e eu acordei. Tinha um papel no meu rosto, era aqueles mesmos papeis das cartas, mas depois de um tempo olhando para eles, os rabiscos começaram a se mover pela folha formando uma frase, mas enquanto isso acontecia no papel, eu percebi que você também estava no chão, inconsciente, e sem o papel no rosto. Dai e te levei para sua cama e quando eu voltei a frase estava formada, era uma localização com uma data, e também tinha um aviso, "Quem comunicar à Lúcidus sobre isso será desqualificado e sofrerá penalidades.".

- Que? Então o que foi isso? Por que rebemos isso? - Cassius valou dando mais uma volta no sofá- E onde você colocou os papeis?

- Bom? Meio que eles... evaporaram.

- Que? Você os perdeu?

- Bem...foi quase isso se você pensar bem. Ele estava em minhas mãos e no outro segundo não estavam mais. Felizmente eu tirei uma foto antes disso acontecer- Kairo falou tirando o celular do bolso.

- Tá, mas... e aí? O que é tudo isso? Foi um ataque de graça da Lúcidus?

- Bom, eu chuto que seja algum tipo de teste ou algo do tipo.

- Tá, mas e tudo isso?- Cassius apontou para as compras.

- Ah, eu também achei uma pilha de dinheiro em cima da mesa, dai eu já fiz um estoque.

Cassius piscou varias vezes confuso.

- E se esse dinheiro for, sei lá, da máfia e agora a gerente esta sendo perseguido com um cartas de recompensa?- Cassius começou ao redor preocupado

- Você é muito paranoico, Cassius. Olha, eu chuto que o dinheiro seja como uma recompensa por passar da primeira fase se isso for um teste.

- E você presumiu que foi isso e já gastou o dinheiro sem considerar as outras probabilidades.

-Isso. Mas tenho quase certeza de estar certo.

- Tá, então agora tudo se resume nesse teste e essa tal localização.

Cassius ficou quieto por alguns segundo pensando, Kairo fez o mesmo. Depois de um tempo os olhos depois se encontraram e falaram a mesmo tempo:

- Vambora!

Mais ao norte do Brasil, um trailer para bem na frente de um grande prédio que se estendia até as nuvens. Koli saiu de sua casa e olhou para cima, mas nem assim conseguiu ver o topo.

-Nossa, aumentaram ainda mais! – exclamou- Bom, pelos menos a casa dele não mudou.

Ao lado do prédio havia uma casa bem humilde com uma velhinha no quintal da frente regando plantas. Ela usava um óculos que faziam seu solhos parecerem duas bolas de tênis de tão aumentados.

- Ô de cassa- Koli falou enquanto se dirigia para frente da casa.

- Koli! Faz tanto tempo- a idosa mostrou um grande sorriso e logo abriu a cerca da casa então abraçou-o – Você está tão alto e forte.

- É, talvez eu tenha aumentado um pouquinho.

- E como está a sua casinha? Está tudo certo? Está faltando algo? Você está com pratos o suficiente? A, eu vou. Lá na cozinha pegar uns pratos para você querido, vou pegar uns copos e docinhos também.

- Precisa não, Dona Gina- Koli falou todo envergonhando enquanto passa a mão na própria nuca- Eu vim ver o Janji.

- A, aquele menino- ela bateu o pé no chão emburrada- Ele não sai do quarto e sempre está pedindo porcarias para comer, ele podia ser igual a você, Kolizinho- Ele deixa tudo bagunçado no quarto dele, fica fazendo coisas que não dão em nada, e só fica fazendo nada o dia inteiro.

Não sabia ela que Koli era igual. E a única coisa que Koli pesava agora era "Espero que ela não veja com esta dentro do trailer".

- Bom...- Koli falou voltando ao foco – Presumo que ele esteja no quarto dele.

- Sim, pode ir e leva-lo embora para fazer lago de útil- ela falou abrindo a porta da pequena casa.

Tudo na casa, absolutamente tudo na casa era vestido com algum tipo de roupa bordadas. Havia vários artefatos dos anos 80 que eram apreciáveis aos olhos de colecionadores. Havia uma sala muito fofa com 2 poltronas. Duas eram de couro e velhas, um era mais pequena e a outra mais rigida e robusta, nessa segunda tinha uma fotografia que Koli não conseguiu ver direito. A terceira poltrona era na verdade uma poltrona gamer de ultima geração.

- Quer café? Querido.

- Obrigado, eu passo.

- Mas você já comeu hoje? você está tão magrinho.

- Pior que não comi mesmo, mas não estou com fome não.

Seguindo os corredores da casa, havia uma porta preta que era de um material diferente das demais, nela havia vários adesivos de desenho animados e adesivos de placas de sinais estranhos.

- Ai eu não entro- Dina Gina falou- Eu vou preparar uma torna de frango, já volto.

- Não precisa n....- mas ela já tinha ido.

Koli então voltou os olhos para a porta e entrou.

O quarto era bem escuro e bem bagunçado. Havia muitas coisas jogadas no chão como mangas, livros e pilhas. Também havia vários pôsteres de inúmeras coisas nas paredes, a maioria de jogos, mas em uma das paredes não havia nada além de uma mascara pendurada, ela era verde com círculos pretos sobrepostos no lado direito da mascara. Tinha também uma cama bem grande, mas em cima dela havia só sacos plásticos pretos, lixo. E como o principal do quarto, havia uma enorme tela passando nele um jogo em 8-btis, e na frente dela havia uma silhueta escura. Ele se virou e disse:

- E aí? Filho do Caos?

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