capítulo 2

43 7 37
                                    

— Amélia! Onde você está, Amélia? — Céus, para onde ela foi? — Grito, preocupada.

— Você lembra disso? — Pergunto à minha irmã, com um tom mais irritado do que pretendia.

Ela revira os olhos.

— Pare, Cassandra, já disse que foi sem querer — Amélia cruza os braços.

Olho para ela e digo:

— Eu sei, mas hoje não faça isso! Fiquei preocupada, sabia?

— Aff, Cassandra, já tá ficando chato — ela bufa.

Suspiro fundo e digo:

— Depois do café da manhã, iremos ao tão esperado festival das flores, seja lá qual for o motivo de você querer ir.

— Vamos, estou com fome! — ela sai na minha frente.

Chegamos à sala de refeições com a nossa escolta ao lado. Tudo estava indo bem até Amélia dizer:

— Se algum garoto me cortejar, não conte para o papai e a mamãe! —Ela me olha.

— O quê? — murmuro. — É lógico que irei falar, você é muito nova para ficar cortejando meninos.

— É impressionante como você tem uma alma de velha presa nesse corpo jovem!

— Fica quieta! — Ordeno.

— Fica quieta, você! — ela me empurra de leve com o ombro.

Fico tão brava que sou capaz de empurrar Amélia mais forte do que ela me empurrou, mas tento manter a compostura. Quando entramos na sala de refeições, as grandes portas de madeira se abrem e Amélia sai disparada em direção à mesa.

— Bom dia, pai! Bom dia, mãe! — ela revira os olhos e se senta rapidamente.

— Bom dia, fi… — ela o interrompe. Acho isso extremamente desagradável da parte de Amélia; nunca se deve interromper o rei.

— Eu e Cassandra iremos ao festival de flores.

— Bom dia! — sorrio, bem, Amélia quer que eu vá com ela para fazer companhia.

Minha mãe e meu pai arqueiam as sobrancelhas e me encaram.

— Está correto isso? — Meu pai pergunta, me acompanhando com seus olhos azuis, enquanto me sento ao lado de minha mãe.

— Sim! — assinto.

— Céus, Cassandra, você está bem? — minha mãe me encara com seus olhos castanhos e suas sobrancelhas escuras arqueadas de preocupação.

Engulo em seco e assinto para ela, pego um cacho de uvas que está sobre a mesa.

Nunca fui de sair do castelo, muito menos quando são festivais.

— Pai — digo alto.

Devo perguntar sobre o motivo de eu e Amélia irmos embora de Radergar?

— Diga, minha filha! — ele sorri para mim.

— Por acaso estamos passando por necessidade? — pergunto.

No mesmo instante que termino a pergunta, meu pai se engasga com o leite que estava tomando. Minha mãe e Amélia me olham, preocupadas, com os olhos arregalados.

Rapidamente, as criadas socorrem meu pai e ele volta lentamente ao normal.

— Por que a pergunta? — Ele tosse.

Minha vontade era perguntar o porquê de me mandar para tão longe de nosso reino, pois não suportaria ficar tanto tempo longe de casa. Minha mãe sabe muito bem como tenho um grande afeto por ela. Mas não posso ficar acreditando nas criadas; afinal, são apenas rumores absurdos sobre nós.

Apenas uma Onde histórias criam vida. Descubra agora