capítulo 17

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Já estava noite quando retornei a Astergar, e meu coração palpitava de medo. O frio continua presente, a neve por todos os lados e eu estou com meu vestido da noite anterior, não esquenta nada.

Quando chego aos portões da aldeia, os aldeões estão apavorados, eles rezam e falam que o fim está próximo.

Apenas os ignoro e sigo em frente, chego aos portões do castelo e os guardas abrem para mim.

— Por que a senhorita está sem sua escolta? Indaga o guarda.

Que diacho, o que responderei? Arregalo os olhos e falo.

— Eu pedi para não irem comigo.

O guarda assente e me escolta até os estábulos. Eu não queria voltar para o castelo.

Ver Tomás, aquele príncipe nojento medíocre, me dá ódio. Desmonto a donzela e logo o guarda me escolta para o castelo.

Chego ao salão e a rainha Eleonora está andando de um lado para o outro, até que seus olhos encontrem os meus.

— Oh, céu, Amélia, achei que você tinha perecido, ela vem em minha direção e coloca suas mãos quentes em meu rosto.

— Estou fora há muito tempo? Pergunto com o cenho franzido de preocupação.

Ela suspira e tira suas mãos de meu rosto.

— Está desde manhã sem aparecer, onde você estava?

Engulo em seco, mas preciso mentir, não posso dizer a verdade agora.

— Eu estava no bosque, respondo, você viu a neve? O inverno chegou muito cedo, tento mudar de assunto.

— Eu vi, acho que algo está fora do comum, indaga com a voz ponderada.

Assinto para ela e me despeço com uma reverência, vou para meus aposentos e chamo Teresa para me ajudar com o banho.

Após isso, Teresa vem em meus aposentos e eu fico na água quente, estou tão gelada que a água quente se torna insuportável quando entro, como se mil agulhas entrassem em meu corpo.

A dor começa a se despedir, logo o banho se torna calmo, Teresa falava no meu ouvido enquanto eu estava absorta em meus pensamentos.

— Em uma semana será seu casamento, minha alteza, Teresa fala lavando minha mão.

Olho para ela com os olhos espantados, franzi o cenho e fito seus olhos.

— Quê? Uma semana? Questiono: como vou me casar com aquele príncipe nojento? Indago furiosa.

Ela franze o cenho, sem entender absolutamente nada.

— A senhora não o amava? Questiona, Teresa se levanta, enxugando as mãos no vestido, fito seus passos enquanto tento falar algo.

— Eu amava ele, até ele me deixar sozinha no dia do baile, da anunciação do nosso noivado.

A mesma se vira para mim e fita meus olhos.

— Você perguntou para ele, o porquê de ele não comparecer?

Olho para baixo pensando no que fiz, será que fiz errado? Será que fui precipitada demais?

Teresa me deixa a sós com meus pensamentos, saio da banheira e logo me enxugo, visto minha camisola e me deito na cama.

Fecho os olhos e suspiro, o mundo está em minhas mãos agora, estou com uma grande responsabilidade em minhas costas, tenho que me resolver com Tomás, talvez adiar o casamento.

Levanto-me da cama e vou em direção à janela, está tudo coberto por neve, está nevando lá fora, as árvores verdes estão com uma camada branca sobre elas, e eu sinto um medo profundo dentro de mim.

Apoio meus cotovelos na coluna de pedra, suspiro frustrada.

Eu não posso ficar parada, eu tenho que agir.







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