Capítulo 6

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Oi, oi! Este capítulo será breve, mas necessário para entenderem algumas coisinhas...

Boa leitura, pessoal 🩵

🩵

>>>> Jungkook <<<<

15 ANOS ATRÁS

— Toma! — tiro um pêssego da sacola e ofereço para um garoto que chorava no balanço do parquinho.

— O-obrigado. — ele estendeu os braços e pegou a fruta da minha mão.

— Por que cê tá chorando? Cê mora na rua? — me sentei no chão, encarando o menino choroso na minha frente.

Ele não era sujo, era limpinho. Mas estava descalço, com os cabelos molhados, e usava somente um calção. E isso definitivamente não são trajes comuns de ver na Coreia.

— E-eu não moro na rua. — ele limpava as lágrimas com as costas das mãos.

— Por que tá vestido assim? — apontei descendo e subindo minha mão, para a extensão do seu corpo.

— A-alguns colegas da natação riram d-do meu corpo, quando eu me despi. — fungou — E-eu tô assim porque corri sem tempo de trocar minhas roupas.

— Aaah, entendi — balancei a cabeça afirmando — Por que riram do seu corpo?

Não me julguem. Eu fui uma criança muito curiosa e sem papas na língua.

— Eu sou um pouco gordo... — ele encara o pêssego.

— Pode comer! — apontei para a fruta — Não tem nada de errado no seu corpo. Volte para sua natação. Se quiser, eu posso bater em quem riu de você. — fico de pé, e começo a socar o ar várias vezes, fazendo o menino do balanço rir.

— Eu não vou voltar mais para lá. — sorriu triste.

— Eu acho que cê deve voltar sim. Toma! — tirei uma bolita dos meus shorts, que meu pai me deu, e entreguei para o menino — Meu pai me deu, mas pode ficar. Ela parece o mar, não acha? — apontei para a bolita na palma da mão dele.

— É linda! Por que está me dando algo que seu pai te deu, garotinho?

— Primeiramente, não sou um garotinho. — comecei a andar de um lado para o outro na frente dele — Segundamente, ela parece o mar, e você parece um peixe bicudo. Use ela como um amuleto. Sempre que se sentir desconfortável com algum comentário, olhe para ela. E volte para a água.

— Você é Jesus? Jesus decidiu entrar no corpo de uma criança para falar comigo? — ele me encarou confuso e eu soltei uma gargalhada.

— Olha, minha mãe sempre corre atrás de mim falando "Jesus" quando eu apronto, mas acho que não é no mesmo sentido do que você está falando.

Ficamos conversando até o menino terminar de comer o pêssego, e então ele foi embora.

Depois daquele dia, eu sempre o encontrava por ali, e lhe dava um pêssego, e seguia meu caminho. Nunca trocamos nossos nomes ou brincamos juntos. Só virou costume lhe dar um pêssego; Ele realmente parecia mesmo um mendigo, porque eu sempre passava lá e parava para lhe dar comida.

Minha mãe é a louca dos pêssegos. Faz bolo, torta, doce e afins. E sempre puxava minha orelha por chegar com um pêssego a menos em casa.

Mas, um dia, ele que foi até mim. Foi uns dias depois do dia em que meu pai havia se suicidado. E agora era eu quem estava chorando no balanço, com a sacola de pêssegos jogada no chão.

Azul é a cor mais quente JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora