CAPÍTULO • 002

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II

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II.

Depois de sua corrida matinal, Neil passou pelo salão do hotel para tomar seu café da manhã. Ele colocou pedaços de mamão e melão em seu prato, pegou uma xícara de café e foi se sentar em uma mesa mais afastada.

Neil observou uma família servindo pratos para as crianças e um casal de idosos analisarem os pães. Ele virou a cabeça e viu através da grande parede de vidro. Funcionários já limpavam as piscinas, despejando cloro e retirando sujeiras da superfície. Neil sabia que estaria nublado o dia inteiro.

A verdade era que ele não havia conseguido dormir quase nada. As lembranças turvas da noite passada inundavam sua cabeça. Eden's, bar, Roland, água com limão, Allison. Acaba que ele não ficou na boate nem por duas horas inteiras. Já sabia que não fazia o tipo de pessoa que frequentava um lugar como aquele, mas aquela era uma nova fase de sua vida, onde ele deveria tentar coisas pela primeira vez.

Ele só havia esquecido que aquele não era um novo Neil Josten.

Seu corpo continuava sendo o quadro branco de seu pai — agora morto. Neil era um mapa de relevos, curvas ásperas e indelicadas. Ainda usava suas palavras para se defender e seus olhos ainda procuravam portas de fuga em todo lugar que ele entrava. Ele era o mesmo de sempre.

Se perguntava vez ou outra se haveria um momento em sua vida que ele poderia genuinamente se sentir em paz. A resposta que surgia rapidamente era sempre desapontadora.

Quando voltou ao quarto, Neil abriu seu computador, dando de cara com o navegador aberto, exatamente como havia deixado antes de cair no sono de madrugada. Descobriu que o local que Allison havia lhe escrito era um antigo armazém de caminhões velhos; um lote abandonado que estava à venda há alguns anos. Neil imaginou que quem quer que estivesse organizando essa corrida, levou muito tempo para retirar toda a lata velha dos galpões e do pátio.

Ao analisar fotos na Internet, Neil descobriu que o armazém ocupava um quarteirão inteiro. Apesar disso, não era grande o suficiente para fazer uma corrida que se preste. Se fosse adivinhar, Neil chutaria que eles fariam uma exposição antes. Julgando pelas pessoas frequentando o bar na noite anterior, teria dinheiro apostando nas rodas, então eles precisariam dar uma olhadinha em seus investimentos.

Neil sentiu uma vontade de recuar. Aquilo, aquela situação, era exatamente o que ele sempre procurou evitar. Próximo demais da ideia de seu pai para ser seguro.

Mas Neil queria sentir algo novamente. Seu corpo já recusava o medo. Ele queria se desafiar, ver seus limites. Estava cansado da mesmice de todos os anos, das mentiras que tiveram que se transformar em verdades por meses. Neil finalmente tinha um rosto e um nome que era seu. Ele sentia muito por fazer sua mãe revirar em seu túmulo, mas ela não podia esperar que ele tivesse pernas o suficiente para fugir pelo resto de sua vida. Ele corria por escolha agora.

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⏰ Última atualização: 7 days ago ⏰

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