Capítulo 02.

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POV: PARK CHAEYOUNG.

Chaeyoung acompanhou a princesa.
—Jisoo — para fora.
As enormes portas de aço contra incêndios do Warehouse se fecharam atrás delas e de repente o mundo ficou em silêncio. Nenhuma só nota de música transpassava a porta. Tudo o que
ficava do ruído e caos do interior era um profundo batimento, mais uma vibração que um ruído.
Encontravam-se no momento justo da noite em que era muito tarde para que chegassem novos clientes ao Warehouse, e muito cedo para que os que haviam dentro fossem para casa. Estavam
sozinhas na enorme esplanada que servia como estacionamento.

Nevava. Estavam a dois passos da porta em um mundo privado, branco, imaculado, silencioso e limpo.
O casaco de Claire era uma capa longa com um capuz que emoldurava seu rosto. Ela elevou a cabeça e fechou os olhos com deleite. Inspirou profundamente. Os cantos de sua boca se curvaram.
—OH — suspirou — eu adoro a neve — Girou a cabeça e abriu os olhos— Obrigada —murmurou—, por me resgatar e se oferecer para me levar para casa.

A capa, a noite escura, a mulher angustiosamente bela, a neve. Nunca havia custado tanto a Chaeyoung afastar a sensação de que estava presa em um conto de fadas. A lenhadora, talvez, escoltando a princesa de volta ao palácio depois de tê-la resgatado do dragão. Ou a guerreira, que chegava para reclamar a noiva predestinada.

Ela não era uma princesa. Teve que voltar a recordar-se. Ela era uma garota normal de Portland chamada Jisoo. Jisoo. Falava com um acento americano normal, e usava roupa normal. E apesar disso, se ela tirasse a capa para revelar um vestido de noite em vez de um
vestido de lazinha azul e lhe dissesse com acento estrangeiro que era a princesa Esmeralda que vinha de um país remoto, não a teria surpreendido.
—Não é necessário que me agradeça.
— disse e a segurou pelo cotovelo. Antes, no Warehouse, tinha sido muito duro segurá-la apenas para guiá-la através daquela enorme quantidade de gente. O que tinha querido fazer — o que se obrigou a não fazer — era agarrá-la
nos braços e levá-la. Encontrar algum canto tranqüilo em algum lugar e despi-la.

Averiguar se sua pele era tão suave como parecia, percorrer com as mãos a curva dos seios, tirar aquelas varinhas
do cabelo e vê-lo cair sobre seus ombros nus, lamber seus seios e chupar com força os mamilos.
O membro se moveu nas calças.
Quietoooo.
Certamente não era isso o que ela quereria. Que sua salvadora lhe fizesse insinuações amorosas. Estava se arriscando muito ao meter-se com ela no carro, uma completa desconhecida.
De acordo, não é que tivesse nenhuma outra opção. A ruiva a tinha abandonado para foder com o
último namorado. E o garçom tinha razão, os táxis não chegariam até ali. Não, não tinha outra saída.

—Já estamos. —disse com voz baixa, pondo uma mão na maçaneta da porta do passageiro.
A neve caía ligeira, grossos flocos de neve, flocos de neve de conto de fadas. Jisoo jogou o capuz para trás e levantou o rosto com um sorriso nos lábios. Chaeyoung encontrou-se lhe devolvendo o sorriso como uma idiota, embora não estivesse acostumada a sorrir quase nunca. Os flocos beijavam aquela pálida pele e se derretiam ante seu calor. Sabia exatamente como se sentiam.

Abriu a porta do passageiro e respirou profundamente. Ela estava se metendo em um carro com uma mulher que não conhecia. Uma mulher que pesava ao menos vinte quilogramas mais e que a ultrapassava em mais de quinze centímetros. Tinha chegado o momento de quebrar a magia e lhe dizer quem era.
Por que vacilava? Descobriria seu disfarce, mas já o havia feito com o garçom. Não era por isso.
Chaeyoung estava acostumada a ser brutalmente sincera consigo mesma e sabia a verdadeira razão pela qual não queria dizer-lhe.

As mulheres tinham duas reações diferentes quando descobriam que era detetive de homicídios.
Ficavam frias ou ficavam quentes. Não queria que ela reagisse de nenhuma das duas maneiras. Não queria que se afastasse com aversão e não queria que se aproximasse com curiosidade mórbida para saber como era foder com uma mulher armada que investiga
assassinatos para ganhar a vida.
Durante um pouco mais de tempo, queria que ela fosse a princesa e ela sua cavalheira.

Midnight Detective. Chaesoo G!POnde histórias criam vida. Descubra agora