Capítulo 11.

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POV: PARK CHAEYOUNG.

14 de dezembro.

Mansão dos Kim's.

Assim, depois de tudo, ela era de verdade uma princesa, pensou Chaeyoung desanimada durante o
jantar na residência dos Kim's.
OH, não uma princesa da realeza, com uma coroa e um país, mas quase. A família Kim era o mais alto depois da realeza. Ao menos em Oregon. Havia uma Fundação Kim, um Museu de Arte
Moderna Kim, uma ala Kim no Hospital Pediátrico de St. Jude e o Festival de Verão de Música Medieval Kim.

O dinheiro Kim mantinha atualizado e com os últimos adiantamentos o sistema informático PPDHQ, porque depois que tinham resgatado Jisoo, o velho Kim tinha deixado claro à Fundação
Kim que deviam dar à polícia tudo o que pedissem. Era uma brincadeira constante no andar 13 que Chaeyoung era a Menina de Ouro e que teriam que conservá-la porque era a galinha dos muitos ovos de ouro da Fundação Kim.

Assim que a pequena criatura,  magra e careca que tinha levantado do asqueroso chão da caminhonete de Rory Gavett era “sua” Jisoo? Não era estranho que não a tivesse reconhecido no Warehouse.
Embora ela tivesse então — quantos? Quinze anos?— devia pesar menos de 30 quilogramas, tinha perdido todo o cabelo e estava com os olhos enfaixados, amordaçada e atada. Recordava
com claridade ter cortado a fita adesiva da boca, dos pulsos e dos tornozelos e tirá-la dali. Tinha-lhe resultado difícil mover-se porque a dor da bala que a tinha ferido começava a intensificar-se e estava perdendo muito sangue. Mas a garotinha — ela haveria dito que teria sete ou oito anos, não quinze— não pesava quase nada e não havia custado nada levá-la.

Recordou uns grandes olhos azuis, muito abertos pela comoção, e uns tremores tão espantosos que tinha temido que lhe rompessem os frágeis ossos. Não, não teria sido possível que
reconhecesse à esbelta —ainda— e sexy mulher em que Jisoo se converteu.
Tampouco era estranho que ela não a tivesse reconhecido. A última vez que o tinha visto tinha estado aterrorizada, agarrada a seus ombros e com a cara sepultada em seu pescoço.

Naquele tempo era um jovem agente da polícia de uniforme que tinha conseguido localizar uma caminhonete Chevy azul com uma menina seqüestrada dentro. De todas as formas, as pessoas sempre recordam o uniforme, não a mulher que há dentro dele.
Além disso, ela estava coberta de cima a baixo de barro e sangue. Tinha dado aviso e a tinha segurado nos braços até que chegou a cavalaria em forma de duas unidades que estavam
patrulhando perto e uma ambulância.

Chaeyoung tinha conseguido manter-se consciente até que deu a menina aos médicos, depois tinha ficado desacordada pela perda de sangue e não tinha recuperado os sentidos até três dias mais tarde. Para então, Jisoo já estava muito longe. O Velho
Kim a tinha levado a uma clínica na Suíça que oferecia uma magnífica assistência médica e a tinha protegido com guarda-costas as vinte e quatro horas do dia.

Quem teria adivinhado os dois últimos dias que esteve fodendo Kim Jisoo? Ficou aturdida.
Ela não tinha nada em comum com uma Kim.
A mansão dos Kim poderia ser muito bem um palácio.
Ao entrar no caminho privado tinha tido uma sensação de ansiedade no estômago. Tudo aquilo estava fora de sua órbita. O lugar era enorme, uma grande casa de pedra cinza de quatro
andares para o rei de um reino de tamanho médio. O reboque no qual tinha crescido ocuparia justo um canto do imenso vestíbulo, embora tivesse parecido completamente inapropriado no chão de mármore branco e negro.

Só a baixela de prata na mesa de mogno de 6 metros de comprimento custava mais do que ganhava ele em um mês e teria apostado qualquer coisa que os quadros da parede tinham mais
valor do que ele poderia ganhar em toda sua vida.
Era uma sorte que soubesse que garfo usar. Havia quatro, mais três colheres, quatro facas e quatro taças de cristal com as bordas de ouro.
Sabia para que servia cada garfo.
A marinha era algo grandioso mudando os costumes de uma pessoa. Por um extremo absorvia humanos violentos, rudes e sem educação como ela mesma, que nunca tinha tido uma comida formal e que tinha crescido comendo a maioria das vezes de uma lata na rua, e os cuspia pelo outro extremo transformados em máquinas de matar que sabiam usar os garfos.

Midnight Detective. Chaesoo G!POnde histórias criam vida. Descubra agora