Prólogo

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~Dê play na Música e Leia~


O sol entrava pela janela do meu quarto e eu sentia a brisa da manhã quente, era Dezembro e esse mês é sempre muito quente em Recife. Eu despertei me espreguiçando devagar para tomar coragem para me levantar, eu me levantei depois de alguns minutos e olhei pela janela e um céu azul celeste se levantava e eu pensava como o ele adorava esses dias ensolarados.

"Vamo na pracinha!" era o que ele dizia sempre em dias assim quando estava de férias da escola.

Eu desci pra cozinha de casa depois de tomar banho e minha mãe já estava fazendo o café da manhã, eu sentia o cheirinho fresco de café na cozinha e meu pai já estava esperando minha mãe servir o café, eu me sentei na mesa e senti como aquele dia começaria como apenas um dia comum.

-A benção, mainha! - eu disse.

-Deus te abençoe, meu filho.

-A benção, painho. - eu pedi a meu pai.

-Deus te abençoe, meu filho. - ele respondeu.

Nós começamos a tomar café da manhã em silêncio, meu pai não gosta de falar muito no café da manhã e minha mãe,que gosta muito de falar, estava muito calada nessas últimas semanas e eu tenho certeza absoluta que é por causa dele. Eu tentei falar com ela suavemente sobre ele mas ela fugiu de todas as maneiras do assunto e sempre veio com as mesmas desculpas.

"Ele está bem!"

"Ele está no Rio"

"Ele está feliz!"

Eram as desculpas de sempre, eu já estava cansado de ouvir elas e sabia que tinha coisa errada nessa história, eu mandei mensagem pra ele mas ele não me respondeu. Eu tentei acessar o celular da minha mãe mas eu não sei a senha....mas eu vou descobrir.

Tem algo de muito errado nessa história toda e eu preciso descobrir. Toda vez que minha mãe falava dele ela dizia que ele estava bem mas os olhos dela diziam o contrário,eu hoje ia esperar meu pai sair pra cuidar do mercadinho e ver o que eu conseguia arrancar dela. Meu pai terminou de tomar café e já estava se preparando para seguir para o mercadinho, meu pai já tinha sido várias coisas na vida: pedreiro, marceneiro, eletricista, vendedor,segurança e agora na terceira idade ele virou comerciante e abriu seu próprio mercadinho no nosso bairro. Um sonho que ele tinha há muito tempo,aquela era sua aposentadoria e sua apólice de seguros.

Eu cuidava do mercadinho nos meus dias de folga e minhas irmãs vinham ajudar quando podiam também e minha mãe ajudava bastante lá também, era o nosso negócio familiar. Eu tinha me separado da minha esposa a poucos meses e tinha voltado a morar com meus pais, ela me abandonou e me trocou por um cara de patente mais alta que a minha, eu nem sei porque sofri tanto, acho que no fim eu sabia que ela não gostava tanto de mim e bastou aparecer alguém acima de mim e disposto a comer ela e eu fui largado tão rápido quanto ela se juntou comigo.

-Eu vou pro Mercadinho, qualquer coisa é só me ligar. - meu pai disse.

-Eu já já apareço lá, Painho. - eu disse.

-Tô te esperando lá. - ele disse.

Quando meu pai se afastou eu continuei a tomar meu café da manhã e minha mãe estava vendo o jornal da manhã com as notícias da madrugada e das primeiras horas da manhã. Com meu pai longe era a minha chance de tentar mais uma vez que ela me dissesse algo.

-Mãe...

-Oi, filho.

-A gente precisa conversar. - eu disse.

O Dono do Morro : Laços [SEASON 2]Onde histórias criam vida. Descubra agora