Capítulo 12: Sapporo, a Cidade do Amor

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~Dê play na música e comece a leitura ❤️~


Júlio César ❤️

Ali deitado com o Renato eu derramei minhas lágrimas, as lágrimas que só ele via e enxugava, enquanto eu estava sob o seu peito eu dormi tranquilo e sereno, nada mais nesse mundo importava a não ser o calor dele me aquecendo. Nós acordamos de manhã cedo ainda abraçados e sentindo a respiração do outro, entre bocejos e carícias nós despertamos para mais um dia.

O Renato havia se adaptado melhor do que eu imaginei a Taiwan, ele falava inglês muito bem e conseguia se virar nas áreas principais, onde o inglês é amplamente usado, e teve a iniciativa própria de aprender mandarim. Eu me surpreendi com o pedido dele e achei até que era alguma brincadeira, eu pensei em escrever ele em um dos cursos de mandarim para estrangeiros mas ele achou melhor aprender um pouco e ter uma base antes de ir para um curso assim, ele tem se esforçado bastante tanto na escrita como na fala, ele ainda erra a ordem dos traços dos ideogramas mas eu acho isso muito fofo da parte dele.

Várias vezes quando eu voltava da aula eu peguei o Renato praticando sozinho, escrevendo no caderno de caligrafia e vendo vídeo aulas de conversação. Eu sempre dava um sorriso bobo quando eu via ele assim, um homem alto de calção repetindo frases em mandarim como uma criança.

"Ele fica tão lindinho assim!" eu pensei rindo.

Eu ainda estranhava não ver o Renato armado o tempo todo e nem cercado de homens armados, eu demorei muito para me habituar e ele também. Nós conseguimos ir a uns clubes de tiro aqui em Taipei onde o Renato pode matar a saudade de praticar tiro e pegar uma arma na mão, Renato atira muito bem e impressionou os instrutores com suas habilidades com pistola e fuzil, eu fiquei imaginando o quão irônico seria se eles soubessem que o Renato era um traficante no Brasil.

Em Taiwan as leis anti-drogas são duríssimas e o tráfico e posse de drogas pode render prisão perpétua mas pelo que eu sei o tráfico existe mas não queremos envolvimento nesse mundo. Ele amou conhecer esse país que amo tanto e eu levei ele a vários lugares que eu amei conhecer quando estive aqui, levei ele pra Taichung, Hualien, Pingtung e as montanhas. Visitamos as aldeias aborígenes nas montanhas e as pequenas ilhas no sudeste, ele amou as praias e até praticou surf, eu nem imaginava que o Renato sabia surfar!

Ele tentou me ensinar mas eu sequer conseguia me equilibrar na prancha de surf, isso fora o fato de eu não saber nadar e ficava com um colete o tempo todo. Nossa troca de conhecimento foi mútua também, eu ensinava mandarim e o Renato começou a me ensinar a nadar, eu ainda não consigo 100% mas estou evoluindo a cada ida à piscina. Ele também adora me assustar quando estamos na praia, teve uma vez que ele disse que viu uma barbatana e eu quase me caguei na água, ele sabe como eu morro de medo de tubarões e adora me provocar!

Mesmo depois de tanto tempo ele ainda é o mesmo comigo, ainda é o mesmo homem por quem eu me apaixonei na favela da Rocinha e que faz eu me apaixonar pro ele cada dia mais!

Eu sinto muito saudades de todos que ficaram lá, não há um dia em que eu não pense neles e isso me dói muito. Eu sei que meu primo e o Barão estão bem, Barão agora é o dono do Morro e o Montanha é seu 02, a última vez que falei com Lucas ele disse que a data de casamento dele com o Jamerson está marcada já e que eles estão ansiosos, Jamerson chorou tanto na última vez que nos falamos por chamada de vídeo que eu senti meu coração apertado.

Mateus e o Victor estão a cada dia mais habituados a vida de casados e eu fico feliz por eles, aqueles dois merecem toda a felicidade do mundo depois de tudo o que passaram e sofreram para finalmente estarem juntos novamente. Eu não tenho mais raiva do Victor, eu não tenho mais raiva de ninguém. Eu aprendi que devo entender os outros para poder ser compreendido e sou agradecido a Deus todos os dias por tudo o que eu tenho.

O Dono do Morro : Laços [SEASON 2]Onde histórias criam vida. Descubra agora