Capítulo 58 : Mesologia Imaginária

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~Dê play na música e comece a leitura ❤️~


Jadson Silva

Eu estava dentro de uma das celas do presídio militar, eu estava sozinho e pouca mordomia me foi dada. Eu sequer tive o direito de ser ouvido, eles me bateram e senti que me odiavam a cada momento que me olhavam, o coronel Sottomayor era muito querido pelo visto e eu parecia estar marcado para morrer por ter sido incriminado pela morte dele.

-Tá bem aí monstro? - um carcereiro falou.

-EU SOU INOCENTE! EU NÃO FIZ NADA! -eu gritei.

-É o que todo filho da puta diz! - o carcereiro disse.

Eu fiquei sozinho por horas, não me foi dado direito a um telefone e nem a chance de pedir um advogado. O filho da puta do Nóbrega armou pra mim e agora eu vou ser a bucha de canhão pela morte do Sottomayor, eu não posso aceitar....não posso!

"Júlio....meu irmão voltou à cidade e se ele voltou então o Renato da Rocinha voltou com ele." eu pensei

Eu dei um pulo da cama da cela e fiquei olhando pro nada.

"Se o Júlio deu as caras e o Renato está com ele....então o Fernando vai atrás deles dois! Ele vai usar o meu irmão pra chegar no Renato!" o pensamento veio a minha cabeça

-ME DEIXA SAIR! EU SOU INOCENTE! ARMARAM PRA MIM! FOI O CORONEL NÓBREGA! ELE É O CULPADO POR TUDO! - eu gritei nas grades da cela.

O carcereiro veio e bateu com o cacetete nas grades me dado um susto.

-Cala a boca, paraíba imbecil! - ele disse com um sotaque carioca.

-Por favor, acredita em mim! Eu sou inocente! O Nóbrega armou pra mim! - eu disse.

-Sim e eu sou a Fada do Dente! - ele disse rindo.

-Me escuta, por favor! - eu pedi.

-Cala tua boca que já tá tarde, sargento! - ele disse batendo na grade de novo.

-EU QUERO MEU ADVOGADO! EU TENHO DIREITO AO MEU ADVOGADO! - eu gritei.

O carcereiro saiu assobiando e seguiu pelo corredor e as luzes foram se apagando. Eu comecei a andar na cela de um lado para o outro, eu não sabia o que fazer, eu fui muito idiota por concordar e me unir ao plano do Fernando atrás de vingança, tudo o que está acontecendo é culpa minha devido a minha arrogância e estupidez e eu acabei me envolvendo tanto nesse nó que não consigo me libertar sozinho agora.

"Diego...o Capitão pode me ajudar! Se eu entregar o Nóbrega e o Macedo ele vai me ajudar a sair daqui!" eu pensei.

Eu me sentei e comecei a pensar na minha vida enquanto olhava para as paredes frias da cela quando ouvi passos no corredor, eram passos lentos e despreocupados vindos pelo corredor, eu fiquei olhando atentamente para as grades e vi uma sombra se aproximando da cela e fiquei naquela expectativa aguardando a revelação de seja lá quem fosse. Ele estava fardado e parou na frente das grades, o sorriso maldoso em seus lábios e os cabelos pretos como a noite me olhavam e eu podia jurar que seus olhos brilhavam no escuro.

-Eae Jadinho! - Fernando disse.

-Filho da puta desgraçado!Traidor filho arrombado! - eu gritei e corri pra grade.

Ele se afastou da grade rindo e botou a mão sobre os lábios.

-Melhor fazer silêncio, Jadson! Não quer que ninguém venha te visitar enquanto você dorme, não é? - ele disse com um riso sinistro.

O Dono do Morro : Laços [SEASON 2]Onde histórias criam vida. Descubra agora