Capítulo 02

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A minha cabeça parecia que ia explodir, eu não conseguia parar de pensar em tudo aquilo... eu simplesmente sai daquele lugar no qual estava me sentindo sufocada.

- Mas que merda...- Sussurrei apenas para mim.

Eu queria poder entender... sinceramente não deveria ter saído de casa desse jeito, sem respostas.

Inclinei a minha cabeça para o céu e fechei os meus olhos... o campo de futebol americano ainda se encontrava vazio e havia poucas pessoas nas arquibancadas. E era ali para onde eu fugia de tudo, ou pelo menos tentava fazer isso.

- Finalmente te achei...- Indagou a moça a minha frente ofegante.

Savannah Carthe, a minha melhor amiga. Logo depois que ela se mudou para perto de onde eu morava, instantaneamente nos tornamos amigas... tínhamos muitas coisas em comum uma com a outra.

Como resumir Savannah em duas palavras... meiga e gentil. A mesma era linda, mesmo dizendo o oposto, tinha uma pele clara e cabelos longos, em um tom de castanho meio escuro... e o que a tornava mais linda ainda na minha opinião, era a cor de seus olhos. A mesma tinha uma rara condição, chamado heterocromia... Uma Condição em que a parte colorida de um olho (íris) é diferente do outro.

 Uma Condição em que a parte colorida de um olho (íris) é diferente do outro

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- Eu te procurei em todo lugar... chegou agora?- Perguntou ela, ao se sentar ao meu lado.

- Sim...- As minhas palavras saíram mais como um sussurro.

Savannah estreitou os olhos para mim, franziu o cenho e crusou os braços.

- O que está havendo?- Indagou curiosa e no mesmo instante senti que a mesma estava preocupada, pelo tom da sua voz.

Eu suspirei... uma, duas e três vezes, e mesmo assim... não sabia como falar o que tinha acontecido, pois nem eu mesmo sabia.

- Escutei uma conversa estranha... os meus pais estavam conversando...- Enquanto Savannah prestava atenção em tudo o que eu falava, eu contava exatamente o que eu tinha escutado da conversa.

....

O mais estranho de tudo, era que quando eu havia concluído o que queria falar... a minha melhor amiga não teve a reação de surpresa que eu esperava, ela simplesmente desviou o olhar e suspirou.

- Savannah?- A chamei desconfiada - Você sabe de alguma coisa que eu não saiba? - perguntei ao franzir o cenho.

Ela negou com a cabeça, mas em momento algum olhou em meus olhos... então, eu sabia que ela não estava me contando toda a verdade. Por mais que eu quisesse respostas, eu não iria saber de tudo ali... não era ela quem deveria tirar as minhas dúvidas, a minha angústia e sim os meus pais.

As horas se passavam em uma lentidão que eu não conseguia entender, a cada vez que eu olhava o relógio... era como se o tempo estivesse parado.

Depois do que eu conversei com Savannah, ela ficou muito estranha o restante do dia... quase não falava nada, estava distante, pensativa.

....

- Savannah?- A chamei - Precisa que eu te leve para cara?- Perguntei para a mesma, assim que saímos da faculdade.

Mas acho que ela não prestou muita atenção no que eu estava falando... ela ficava olhando para os lados, como se estivesse preocurando alguma coisa.

- Savannah?- A chamei novamente, só que em um tom mais elevado dessa vez.

Na mesma hora ela olhou para onde eu estava, com os seus olhos arregados e saiu andando a passos largos em minha direção. A mesma pegou o meu braço com uma certa força e me puxou para onde estava estacionado o meu carro.

Eu nunca havia vista ela desse jeito, estava preocupada e com um certo medo...

- O que você tem?- Indaguei ofegante, por causa da rapidez na qual ela andava.

- Previsamos te levar para sua casa... agora.- E foi tudo o que ela disse.

No caminho de volta para a minha casa, eu estava tentando focar na estrada e tentar por um instante esquece o que acontecera hoje... o dia estava maluco demais e olha que mal estava começando.

Estacionei o carro em frente a casa de Savannah e por incrível que parece, os seus pais já a estavam esperando do lado de fora.

- Me prometa Malia... que vai direto para casa, não faça nenhuma maluquice de sair por aí ok?- Indagou um pouco alterada.

- Você sabe de alguma coisa... não sabe?- Indaguei com o cenho franzido para a mesma.

Savannah suspirou e olhou em direção aos seus pais...

- Só... vai para casa - Falou ao abrir a porta do carro - Pergunte aos seus pais... eles são as pessoas certas a quem você deve perguntar. - Concluiu ao sair do carro.

Imediatamente sai da casa da minha melhor amiga e fui rumo a minha casa...

- Pai? ... Mãe? - Os chamei, mas não tive respostas...

- Pai? - O chamei novamente... então escutei um barulho vindo do porão.

Andei até o mesmo e logo desci as escadas... mas os meus pais não estavam lá sozinhos.

- Como você cresceu querida.- Indagou a senhora com um sorriso singelo com os braços abertos para um abraço.

- Vovó...- Corri para onde ela estava e a abracei forte.

Clarissa Harris, a minha avó. Uma senhora sorridente e gentil com todos, com ela não tinha dias ruins. Por mais que o seu dia estivesse péssimo, ela faria de tudo para alegrar o dia de qualquer pessoa. Pelo fato da minha avó morar perto da praia, ela tinha a sua pele um pouco bronzeada por causa do sol que fazia todos os dias lá. Seus cabelos loiros na altura de seu ombro, dava um ar mais jovial para a mesma e era agraciada por seus lindos olhos cor do oceano.

 Seus cabelos loiros na altura de seu ombro, dava um ar mais jovial para a mesma e era agraciada por seus lindos olhos cor do oceano

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Mas... apesar de estar imensamente feliz por vê-la, era estranho a minha avó está ali. Clarissa quase não vinha aqui, apenas em datas comemorativas ou quando era uma coisa realmente grave.

E que eu me lembre... não está para acontecer, nenhuma data comemorativa.

- Acho que já está na hora de me contarem o que está acontecendo. - Indaguei firmemente para os três que se encontravam no pequeno cômodo.

Os três se olharam por um instante e concordaram.

- Minha querida... tudo vai parecer uma loucura contada por nós. - Indagou a minha mãe gentilmente.

- Mas peço a você minha neta, que não nos interrompa, até tivermos terminado de lhe contar exatamente tudo. - Indagou a minha avó ao pegar com cuidado a minha mão.

Eu apenas concordei e me sentei...

Então, era naquele exato momento que eu iria descobrir tudo... eu só espero que esteja preparada para o que estou prestes a descobrir.

O Mundo das SombrasWhere stories live. Discover now