Capítulo 04

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Já estamos na estrada a um bom tempo, e ainda nada de chegar ao tal lugar. Mamãe deu a ideia de Savannah ir com a gente no carro, pois assim, diz ela que eu não ficaria muito entediada.

-Está tão pensativa... - Indagou a minha amiga ao meu lado.

-Eu só queria que chegasse logo, seja lá para onde estamos indo. - falei sem mesmo olhar para a mesma.

Eu não estava chateada com ela, só estava se passando muita coisa na minha cabeça agora.

Vendo isso, ela resolveu não falar mais nada. Mas o silêncio não durou muito...

-Alô... - Indagou a minha mãe ao atender o seu celular - O que?... Fala mais devagar, eu não estou te entendendo. - Pela sua voz, ela demonstrava estar apavorada.

Eu só consegui entender quando a voz da mãe da Savannah ao telefone gritou...

-Eles nos acharam...-  O meu sangue  gelou naquele momento.

Olhei para trás ao mesmo tempo que a minha melhor amiga... não tinha apenas um carro nos seguindo, havia três carros. Meu pai no mesmo instante pisou no acelerador nos jogando bruscamente para trás com o ato.

Eu não poderia acreditar, tudo parecia muito irreal. Meu pai adentrando e ultrapassando outros carros como se fossemos fugitivos... bem, de certo modo éramos. Mas de quem? Eu não fazia ideia.

Savannah estava tremendo, era nítido o seu medo. Não era para menos, o carro dos pais dela estava logo atrás e nem eu mesma sabia se iríamos conseguir.

Ouvimos uma grande batida...

-Naoooo, não.- Gritou a minha mãe do banco da frente.

Eu instintivamente segurei firme a mão de Savannah. Eu não sabia o que tinha acontecido, mas tinha certeza que a explosão tinha sido atrás da gente.

-Elliot... - indagou minha mãe com a voz embargada.

Meu pai apenas a olhou por um instante e voltou a sua direção para a estrada. Ele sabia, só queria aparentar-se calmo.

-Foram meus pais... não foi senhora Harris?- Perguntou Savannah em um sussurro embargado.

Minha mãe não precisou dizer nada em palavras, apenas olhou para Savannah e assentiu com a cabeça que sim. A mesma não gritou nem nada, só pude ver as lágrimas descendo de seu rosto lentamente, até ficar mais e mais constantes. Eu não sabia o que dizer... apenas fiquei ali, segurando a sua mão.

Eu estou aqui...

....

Quando eu abri os meus olhos, Savannah estava dormindo profundamente em meu colo. Eu decidi não acorda-la, seria melhor.

- Pai? Onde estamos?- Indaguei, percebendo que acabamos de entrar em uma estrada de terra no meio de uma floresta.

- Estamos perto querida.- Respondeu ele calmamente.

Não demorou muito para o meu pai estacionar o carro. Calmamente ele acordou a minha mãe e Savannah, para podermos descer do carro.

Andamos por uma pequena estrada que dava de frente para um enorme portão velho de ferro acompanhado de duas pequenas tochas iluminando fracamente o local.

- Quem está aí?- Ecoou a voz de um alto-falante no quem eu nem fazia ideia que estava ali.

Meu pai se aproximou mais do portão e falou...

- Sou eu... Elliot Harris.- Meu pai soltou um pequeno suspiro ao se distanciar.

O grande portão se abriu em com um barulho estridente, deixando notável a falta de óleo nas grandes dobradiças.

Mas isso não era importante, mas sim a quantidade de soldados que nos aguardava quando o mesmo se abriu.

- O que faz aqui Elliot? - Perguntou a moça a nossa frente com os braços cruzados.

- Preciso da sua ajuda... por favor Aruna.- indagou meu pai ao implorar...

O Mundo das SombrasWhere stories live. Discover now