Cap.(02) - Impotência

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  Tomioka abria seus olhos lentamente. De imediato, percebeu que encontrava-se deitado em uma cama. Seus olhos miravam o teto de madeira enquanto sua visão, turva, aos poucos se acostumava com a luz do ambiente e recuperava a nitidez. Ele se sentia fraco, como se tivesse sido drogado ou algo do tipo.

𝗧𝗢𝗠𝗜𝗢𝗞𝗔: Aaah... Uff... Onde eu... - As lembranças voltaram à sua mente. - UBUYASHIKI-SAMA!!! - gritou, quase saltando da cama.
𝗦𝗛𝗜𝗡𝗢𝗕𝗨: Tomioka, calma... - Tranquilizou ele, sentada em uma cadeira ao seu lado.
𝗧𝗢𝗠𝗜𝗢𝗞𝗔: Shinobu? Onde nós... - Ele olhou ao redor. Ele estava em uma espécie de quarto médico com várias outras camas em volta. De pé, espalhados pela sala, os demais Hashiras se encontravam.
𝗦𝗔𝗡𝗘𝗠𝗜: Olha só, a bela adormecida enfim despertou.
𝗧𝗢𝗠𝗜𝗢𝗞𝗔: O que houve? Onde estamos? Cadê o Muzan? O que houve com o Ubuyashiki...
𝗚𝗬𝗢𝗠𝗘𝗜: Morto - interrompeu. - Ubuyashiki está morto.

   Um silêncio se instalou dentro do quarto.

𝗧𝗢𝗠𝗜𝗢𝗞𝗔: Não... Como assim? Como consegue falar isso com tanta naturalidade?
𝗧𝗔𝗠𝗔𝗬𝗢: Raiva ou tristeza não irão trazer ninguém de volta - disse a oni, passando pela porta.
𝗧𝗢𝗠𝗜𝗢𝗞𝗔: Tamayo?
𝗧𝗔𝗠𝗔𝗬𝗢: Há quanto tempo, Tomioka. Não te via desde que havia se transformado em um oni para salvar sua amada.
𝗧𝗢𝗠𝗜𝗢𝗞𝗔: Alguém pode me explicar o que está acontecendo aqui?
𝗦𝗛𝗜𝗡𝗢𝗕𝗨: Amor, calma...
𝗧𝗔𝗠𝗔𝗬𝗢: Eu vou explicar mais uma vez, assim como expliquei para cada um dos que estão aqui presentes conforme acordavam. Assim que vocês foram para cima do Muzan, eu lancei uma ilusão nele e um feitiço de sonolência em vocês. Após isso, rapidamente levamos vocês para longe e os trouxemos para cá, a minha casa e consultório.
𝗧𝗢𝗠𝗜𝗢𝗞𝗔: E por que diabos fez isso!? - perguntou se levantando e indo em direção a mulher. - Muzan estava na nossa frente, Ubuyashiki estava morto... Era nossa chance de matar aquele desgraçado e vingar o nosso mestre!
𝗚𝗬𝗢𝗠𝗘𝗜: Tomioka! - bradou. Ele suspirou. - É duro aceitar isso, mas nós não tínhamos chance contra ele. Você sabe disso, todos sabemos. Nos deixamos levar pela ira momentânea e partimos para um ataque suicida, motivados pela raiva. Mas mesmo juntos, não conseguiríamos derrotar ele.
𝗧𝗢𝗠𝗜𝗢𝗞𝗔: Mas...

   Tomioka olhou ao redor, todos os seus companheiros estavam de cabeça baixa, com expressões tristes e frustradas. Então, ele percebeu que todos ali, inclusive ele, agora admitindo, sabiam que o que Gyomei dizia era verdade. Eles nunca teriam chances. Foram levados pela raiva e isso quase custou a morte de todos ali. E o que mais doía neles agora não era o fato de terem sido derrotados, e sim o fato de nunca terem sequer tido alguma chance. Alguns se mantinham nos cantos, mais isolados que os demais, como Kanao e Muichirou.

𝗧𝗔𝗠𝗔𝗬𝗢: Entende agora? Eu não quis impedir que vocês vingassem o Ubuyashiki, e sim impedir que vocês morressem em vão enquanto tentavam.

   Tomioka se calou, cerrou punhos e dentes.

𝗧𝗢𝗠𝗜𝗢𝗞𝗔: MAS QUE DROGA! - socou a parede.
𝗨𝗭𝗨𝗜: No fim, não fomos fortes o bastante.
𝗠𝗜𝗧𝗦𝗨𝗥𝗜: Treinamos a vida toda para esse momento, e agora que ele chegou... Fomos completos inúteis! - disse, caindo no choro de forma descontrolada.
𝗢𝗕𝗔𝗡𝗔𝗜: O que faremos agora? - perguntou enquanto tentava consolar Mitsuri.

   Todos ficaram em silêncio.

𝗧𝗢𝗠𝗜𝗢𝗞𝗔: Quanto tempo ficamos dormindo?
𝗧𝗔𝗠𝗔𝗬𝗢: Já se passaram cerca de 20 horas desde que o ataque ao Kisatsutai ocorreu.
𝗧𝗢𝗠𝗜𝗢𝗞𝗔: Muzan já deve estar longe a esta altura...
𝗥𝗘𝗡𝗚𝗢𝗞𝗨: O que sugere, Tomioka?
𝗧𝗢𝗠𝗜𝗢𝗞𝗔: Primeiro, vamos voltar lá e dar um enterro digno ao Ubuyashiki-sama.
𝗨𝗭𝗨𝗜: Acho que é o mais correto a se fazer.
𝗧𝗔𝗠𝗔𝗬𝗢: Eu vou com vocês. Esta minha base fica escondida em um local secreto e cujo apenas eu e aqueles que estiverem comigo podem entrar, então vocês precisarão de mim para ir e voltar.
𝗚𝗬𝗢𝗠𝗘𝗜: Pois bem, vamos.

Consigo Sentir Sua Respiração (03): Destinos FinaisOnde histórias criam vida. Descubra agora