Capítulo 5

6 0 0
                                    

Acordei por volta das 6:30 da manhã. O sol iluminava todo o meu apartamento em uma amarelo alaranjado. Toda vez que o dia amanhecia assim, eu ficava feliz por ter acordado mais uma vez. Levantei da cama e fui para a sacada apreciar a vista do primeiro dia das férias de verão. A luz do sol refletia nas águas do lago. O céu estava todo azul e sem nuvens, podia se ouvir os pássaros cantando. Esse era o silêncio daquela manhã. Eu podia ver as árvores e o prédio da empresa em que eu trabalhava. Era o maior prédio daquela cidade, alto e super moderno. Era um ponto estranho no meio da cidade, mas eu gostava de olhar para ele de manhã. Aquele visão linda daquela manhã me motivou, e paguei meu caderno de desenho, sentei na varanda, e comecei a colocar no papel aquela paisagem. Depois de uma hora mais ou menos, fui atrás da minha aquela para dar cor a aquele desenho. A mistura de azul, amarelo, luz, sombra, reflexo no lago foi a parte mais complicada. Cada lugar tinha um tipo de mistura de cor diferente, e não era regular. Eu amava aquilo tudo. A sensação de pegar meu pincel e passa-lo no papel acalmava e me trazia paz. Cada detalhe colocado no papel era importante para dar vida a arte. Alias, eu estava desenhando algo vivo, não era nada morto. Eram quase 10:17 da manhã quando meu celular tocou:

-"Mochi Mochi"

-AKI! OLHA PRA VARANDA!

CARAMBA EU VOU FICAR SURDO!

Eu tava na varanda agora pouco. A Srta. Yamamoto me deu um susto.

Ainda com celular no ouvido, fui até a sacada e de lá, no lago, vi a Saki em pé, em cima de um barco, acenando pra mim. Meu corpo se moveu sozinho. Fechei as cortinas e me troquei. Coloquei uma bermuda cargo bege e uma blusa com listras grandes, alternando entre verde e branco. Peguei meus óculos redondos e minha mochila do "Meu amigo Totoro", que tinha minhas coisas de arte. Na porta, peguei meu All Star azul claro, que tava meio velho, e eu ainda insistia em usá-lo. Num impulso, abri a porta e comecei a correr até o lago. No meio do caminho, eu tropecei e caí de cara no chão. Tava doendo,as continuei a correr até a margem do rio.

Lá estava ela, com um vestido branco de alças finas. Ele era mais justo na parte de cima, e folgado e esvoaçante na saia. Era um vestido de saia curta. Ela tinha uma rasteirinha marrom claro nos pés e uma flora branca no cabelo. Ela estava de pé no barco, com um sorriso!

-Demoro hein!-disse a Srta. Yamamoto

-Foi mal, você meio que me surpreendeu...

-Hehe! Vamos, sobe no barco!

-Hã?

-Eu trouxe o barco aqui pra gente andar nele!

-Ta bom!

Eu subi no barco com a ajuda dela. Ela estendeu sua mão para eu me apoiar, já que eu estava me desequilibrando. O barco balançava muito, parecia que ia virar a qualquer momento...

-Você não parece acostumado com isso. -"foi o que ela disse enquanto ela me ajudava a ficar de pé, e eu me apoiava em seus braços tentando não cair"

-Eu nunca andei em um barco antes...

-Pffff, já sei, por que você não tenta rema-lo?

-Oi?!
Eu sentei no barco, segurei o remo, e tentei fazer aqueles movimentos que eu via nos animes. A Srta. Yamamoto estava sentada na minha frente, olhando para mim. Os movimentos que eu fazia era desengonçados, mas eu mandava o barco para frente.:

-Ta Bom! Já vi o que eu precisa ver!

-O quê?

-O seu esforço jogado fora pfffftt!

-Queeee?!

-Viu, sua cara da vermelha agora! HAHAHA!

Desgraçada! Pra que fazer isso agora!

Ela se levantou e foi para atrás de mim. Ela passou as mãos pelos meus braços até alcançar as minhas, que estavam segurando o remo. Ela segurou e movimentou-as junto com o remo.

-Viu, não é tão difícil assim...

Senti sua respiração atrás de mim, meu coração palpitava de agitação. Eu não sabia o que estava sentindo, minha cabeça estava uma bagunça. Meus olhos caminhavam de um lado para o outro. Aquilo tudo era, era...

Em um movimento, virei o meu corpo para trás, dando de cara com a Srta. Yamamoto. Ela ainda segurava os remos, fazendo esforço para se equilibrar. Seus olhos brilhavam diantes dos meus, em um tom que eu não sabia descrever aquela hora.
Estávamos olho no olho, só se ouvia o som do mar ao nosso redor. A correnteza empurrava o barco lentamente para frente. O meu coração estava acelerado...

Ela se desequilibrou, e caiu em cima de mim. O barco balançou de um lado para o outro:

-Herrrr... Fo....Foi mal!

Ela se levantou rapidamente de cima de mim. Eu ainda estava deitado no fundo do barco, sem me mover... Eu não sabia o que fazer naquela hora:

-Aki, você tá bem?! Tipo, eu caí em cima de você...

Ela estendeu a mão para me ajudar a levantar, e eu a aceitei...

-To bem sim!! Obrigado!

-Aaaaaaah! Bem, a gente tá na metade do caminho, então, você rema o resto, ok?

Que resto o que? Eu remei tudo até aqui! E a gente tava só na metade do caminho!

Bem, eu fui e voltei a remar, como ela havia me pedido pra fazer...

O barulho dos pés dela correndo pelo barco até a ponta de do barco. Ela sobe na borda, ficando em cima dela, e abri seus braços. O vento bate em seus cabelos, bagunçando-os:

-EU DOMINO O VENTO! HA HA!

Oi?! Como assim?!
Olhando para ela assim, parecia uma adolescentes do colegial. Ela era meio infantil as vezes, era o que eu achava:

-Hã... Ahh!

Ela havia se desequilibrado, caindo, sentada, dentro do barco!

-Você tá bem?!

-pfffff...KAKAKAKAKAKAKA!

Ela estava rindo, com um sorriso muito grande!

-Você viu Aki! Eu dominei o vento, mas perdi o controle e caí!

-Hã?! Que?!

Ela se levantou em um pulo e olhou para mim:

-Você consegue dominar o vento, Aki?!

-Acho que não!

-Então, tenta, é a sua vez agora!

23 e 25 Onde histórias criam vida. Descubra agora