Na última vez, naquele mesmo dia, havia sido ela, mas agora seria eu.
Juntei todo o meu orgulho e peguei a sua mão. Dessa vez, eu ia conduzir ela para o local. A sensação de ser o primeiro a encostar em suas mãos macias foi incrível, para outros pode parecer besteira, mas para mim, foi como andar sobre as nuvens. Eu puxei-a, guiando-a pela rua, sem ter um rumo específico, só tínhamos em mente o objetivo de de ir parar em algum lugar para o nosso primeiro encontro. Eu não sabia nada sobre ela, só tinha certeza precisava decidir isso logo, apesar de se ruma sensação alegre, me senti um pouco pressionando na escolha do que comer.
AHHHGR! Como é que eu vou fazer isso?!
Eu não sei do que ela gosta de comer, nem suas preferências, se tem alguma alergia, AHHH!
E se eu fizer a escolha errada, e se ela me odiar, e se ela...:
-Você tá pensando em qual seria a melhor opção, já que você não sabe nada sobre mim, né?
Tá de brincadeira Yamamoto.
Ela adivinhou, ela lê mentes? Que chute foi esse, eu deixei muito na cara?
Ainda segurando a minha mão, ela disse:
-Frango. Eu gosto de frango com Cerveja Asahi, e... Sorvete, muito sorvete, principalmente de chocolate!
Ela falou isso com um sorriso no rosto, como se já fosse esperado eu não saber suas preferências:
-Tudo bem, vamos comer frango.
-Aí mais que respostinha ruim essa hein Akira. Cadê sua empolgação de adolescente, Cerveja e Frango!
-Haa... Eu não tô acostumado a sair, depois que eu acabei a faculdade, não saio muitos em companhia de pessoas...
-Vamos animar isso aí então!
Que tipo de empolgação é essa, acho que é demais para uma pessoa tão pequena como você, Yamamoto:
-Já sei! Apelidos!
Que aleatório!
-Apelidos?!
-É, eu ouvi seu amigo no corredor chamando você de Aki, que quer dizer brilhante né?!
-Hã, sim, é...
-Pode me chamar de Saki!
-Saki, significa florescer, certo?!
-Ponto pro Aki! Saki combina com meu nome, Sakura!
-Ha! Verdade...
Eu tava muito confuso com aquela conversa.
Parecia que, conforme a gente conversava, lembrança de ter esquecido algo importante vinha à minha mente, mas, por mais que eu me esforçasse, não me lembrava...
-Hey Hey Hey! Nada de ficar com cara de bosta no primeiro encontro, pode ser?!
-Ok...
Eu não tava entendendo nada muito bem. Estava acontecendo muita coisa rápido demais, ou pelo menos eu me senti assim. Percebi que ela não havia soltado a minha mão até agora:
-Sa...Saki...
Eu murchei, cara que vergonha! Ela é tão fofa: achei que meu coração ia explodir. Por um momento, senti uma enorme satisfação. Eu não tava entendendo nada, mas só de conseguir falar o apelido dela, foi incrível!:
-Pfff...!
Do que ela estava rindo?!
-Seu rosto tá todo corado!
Queeeee?!
Como assim, eu...
-Você conseguiu me chamar pelo apelido, mas sua cara ficou hilária!
Pronto, eu desisto. Foram apenas meia hora de conversa, mas eu não tava entendendo mas nada.
Vamos!-Hã?!
-Vamos comer frango, Aki!
Um sorriso havia se estampado na cara dela. Era um sorriso sem mostrar os dentes, que trazia calma e paz. Era delicado como a pétala de uma Sakura. Tenho certeza que, enquanto Yamamoto se virava e, segurando a minha mão, me levava para comer frango, fiquei boquiaberto por alguns minutos, como o rosto ardendo de felicidade, provavelmente ele estaria corado agora.
Sussurrei para mim mesmo, as palavras, que do fundo do meu coração, senti naquele momento:
"Saki, você é linda".
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23 e 25
RomantizmSe soubéssemos que duraria tão pouco, teríamos aproveitado mais. O amanhã de nossas vidas nunca chegou. A lembrança daqueles dias parece mais um borrão, um sonho que eu tive. Muitas vezes, a realidade é difícil de aceitar, e muitas vezes, recusamos...