Capítulo 6

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O barco balançava de um lado para o outro. Minhas pernas começaram a tremer. Minha mente estava cercada de pensamentos " que medo" " e se eu cair? ". Minhas pernas ainda estavam bambas quando eu abri meus braços e gritei:

-EU DOMINO O VENTO!

Senti algo na minhas costas, me jogando pra frente, aos poucos, ia aumentando sua força:

-PAAAA!

-MAS QU-

Eu tinha caído na água, quando olhei pra cima, vi a Srta. Yamamoto rindo da minha cara:

-Ei, eu sou a protagonista, por isso, só eu domino o vento!

Ela só pode ser doida, sério.

A água tava gelada, e eu tinha mas medo de voltar ao barco do que ficar ali. A mão dela se estendeu na minha direção:

-Vamos, eu te ajudo a subir!

É o mínimo, espere o que eu vou fazer quando eu chegar aí em cima! Você vai ver só!

Eu aceitei a ajuda dela, e voltei pro barco. Eu tava todo encharcado...

-Que sorriso macabro é esse Aki, tá me assutan-

-Sakiii!

-Mas q-

Eu corri em sua direção, que não foi muita coisa, já que estávamos em um barco, e empurrei ela, fazendo-a cair na água:

-Me desculpa, mas vou roubar seu papel como protagonista na história! Olha, vou estender a minha mão para você ver como eu sou bondoso, em ajudar uma figurante como você, hehe!

Que medo! Ela tava me olhando com aqueles olhos azuis de um jeito que dizia " eu vou te matar". Acho melhor começar a me lamentar agora, eu vivi uma boa vida, né Deus? Eu acho que sim, mas minha hora de partir chegou... Obriga...

-Ta fazendo o que hein Aki?

-Que?

-Você tá ajoelhado olhando pro céu...

Eu, não morri?

Eu ainda tô vivo? Como, pera, é um milagre?

-Saki... Ah!

Por que, por que? Ela não tava na água, como ela subiu até aqui? Ela postou o dedo e pressionou contra a minha testa:

-Figurantes não podem roubar o papel de protagonistas, e não pode haver dois heróis em uma única história! Agora, como punição por ter agido daquele modo com a rainha do vento, você terá que remar!

-Mas eu já tava remando antes?

-Não importa, só rema!

-Ta!

Cada vez, eu me perguntava como é que ela se tornou presidente de uma empresa agindo daquele jeito. Percebi que eu ainda não poderia responder aquela pergunta.

O restante da viagem foi silenciosa, e ninguém conversou com ninguém...

-Chegamos Aki!

-Finalmente!

-Olha, é aqui que eu moro!

-Sakura! Achei você, o que você pensava que tá fazendo essa hora da manhã?

Havia aparecido uma mulher alta, com cabelos marrons enrolados nas pontas, de um tamanho médio. Ela tinha aparência de ser mais velha, mas eu não diria que tinha mais que quarenta anos. Ela era esquelética, como se tivesse sido modelo ou atriz. Eu percebi uma coisa, ela tinha os mesmos brilho azul dos olhos da Srta. Yamamoto:

-Mãe, eu falei que ia sair hoje de manhã!

Mãe?! Então aquela era a Mãe da Srta. Yamamoto? Mas tão nova assim, ou será que al já tinha passado dos cinquenta? Com aquela cara? Pera, a Srta. Yamamoto ainda mora com a mãe? Não pode ser? Tem algo errado? A mulher era alta, mais ou menos um 1,70, e a Srta. Yamamoto tinha 1,50!

-Para de comparar nossas alturas Aki!

-Como é que é?

-Sakura! Não ignora sua mãe!

-Eu já tô indo!

-Querida, é a Sakura?

Apareceu um homem um pouco maior que a mulher, com cabelos pretos e terno. Seus olhos eram escuros, e sua postura parecia de um empresário! Será que aquele seria o pai da Srta. Yamamoto?

-Pai!?

-Sakura, querida, achei você!

-Você tava me procurando?

-Sakura mãe quer que você faça o almoço, já são 11:40 da manhã!

-Que, já é tão tarde assim, pera, eu tô indo aí!

Ela olhou pra mim e me estendeu a mão:

-Vem, vamos entrar!

E segurei a mão dela e começamos a ir em direção a porta da casa.

-Mãe, pai, esse é o Aki, meu namorado!

-Namorado! - os dois disseram em uníssono!

-Aki, esses são meus país, não precisa ficar com medo, ele... Pai, você tá chorando?

-É que minha princesa já tá crescida... Parece ontem que você era só uma criança... E você cresceu tanto...

-Pai, eu tenho 22 anos! AHHH, olha, eu posso ser sua princesa pra sempre, tá!

-Sakuraaaaaa!

-Você também mãe? Tá chorando por que? Vocês vão me envergonhar na frente do Aki!

Que família peculiar era aquela:

-Hã?! Se... Senhora?

A mãe da Srta. Yamamoto havia segurado a minha mão com força:

-Se você fizer a Sakura chorar, eu te mato na hora, tá bom!

Que medo dessa mulher!

-A, querido, quer ficar pro almoço?!

Do nada ela muda pra uma expressão de inocente? Qual era a dessa família?

-Sakura, por que você não nos presta direito? - disse a mãe da Srta. Yamamoto

-Olha, Esse é o meu namorado, Akira Kazuki. Esses são meus pais, Misaki Yamamoto, minha mãe, e Ryota Yamamoto, meu pai.

-Alias, Sakura, por que você tá encharcada?!

-E que a gente caiu do barco!

-Você me empurrou!

-Você também! Vamos entrar!

Nós entramos na casa, era tão linda, que eu vou descreve-la depois!

-Akira, vem comigo, eu vou te emprestar algumas roupas limpas!

-Aaa, obrigada Sr. Yamamoto!

-Sakura, vai se trocar e começa a fazer o almoço!

-Ja tô indo mãe! Aliás, o que você quer de almoço hein, Aki?

-Curry.

-Curry de manhã? Tá legal, vou fazer o melhor curry, Curry divino, feito pela rainha dos currys!

-Para de gritar Sakura!

-Taaa!

Que família peculiar. Eu não sei o porquê, má seu senti um aconchego naquela casa. Era tudo muito, muito, como eu posso descrever, era tudo muito família, e eu me senti como parte dela:

-Chegueiii!

-Hã? Sarah?!

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