Confrontos e Revelações

9 6 0
                                    

Lilian estava com os sentimentos em conflito. Embora tivesse aceitado o convite de Mike para um novo encontro, sua mente estava cheia de pensamentos sobre Pedro e as palavras que ele havia dito. Enquanto se preparava, sua mente ia e vinha entre as conversas e os momentos que compartilhara com Pedro, e a empolgação incerta de estar conhecendo alguém novo.

Mais cedo, Mike a havia chamado para um encontro no parque, e Lilian aceitou, tentando afastar as dúvidas e aproveitar o momento. Ela chegou no horário combinado, mas depois de esperar por mais de meia hora, começou a se sentir ansiosa e um pouco desanimada. Mike não apareceu.

Enquanto isso, Pedro, perdido em seus próprios pensamentos e sentimentos, andava sem rumo pelas ruas da cidade. A ideia de Lilian com Mike o atormentava, e ele não conseguia se concentrar em nada. Ao dobrar uma esquina, viu Mike com alguns amigos, rindo e conversando como se não tivesse nenhuma preocupação no mundo.

Pedro sentiu uma onda de raiva subir dentro dele. Com passos firmes, foi até Mike, interrompendo a conversa.

— Mike, por que você não está no encontro com Lilian no parque? — perguntou Pedro, sua voz carregada de tensão.

Mike olhou para ele, claramente surpreso e um pouco confuso.

— Ah, fiquei com preguiça. Ela deve estar bem no parque — respondeu Mike, com um desdém evidente.

A raiva de Pedro atingiu um ponto crítico. Sem pensar duas vezes, ele agarrou Mike pelo colarinho, puxando-o para perto.

— Você a deixou sozinha no parque? — perguntou ele, sua voz agora um rosnado ameaçador.

Mike, assustado, tentou se desvencilhar.

— Sim, sim! Deixei, ok? Agora me solta!

Pedro o empurrou contra a parede com força, a frustração e a preocupação queimando em seus olhos.

— Se algo acontecer a ela, você vai se arrepender — disse Pedro, liberando Mike e correndo em direção ao parque.

Ao chegar ao parque, Pedro olhou em volta freneticamente, procurando por Lilian. Ele correu pelos caminhos, gritou o nome dela, mas não havia sinal de Lilian. O pânico começou a se instalar. Pegou o celular e ligou para ela repetidamente, mas cada chamada ia direto para a caixa postal.

Com o coração acelerado, Pedro expandiu sua busca pelas ruas ao redor do parque. Finalmente, ao virar uma esquina, ele a avistou andando na calçada, com um olhar vago e passos incertos. Lilian estava claramente no meio de um distúrbio.

— Lilian! — gritou Pedro, correndo até ela. — Lilian, sou eu, Pedro!

Ela não respondeu, continuando a andar como se não o ouvisse. Pedro alcançou-a e pegou sua mão suavemente, tentando não assustá-la.

— Lilian, estou aqui. Está tudo bem. Volte para mim — disse ele, sua voz cheia de preocupação e ternura.

Lentamente, os olhos de Lilian focaram em Pedro, e a clareza voltou ao seu olhar.

— Pedro? O que aconteceu? — perguntou ela, confusa e visivelmente abalada.

Pedro não conseguiu segurar as lágrimas. Ele caiu de joelhos, ainda segurando a mão dela, sentindo uma mistura de alívio e angústia.

— Eu fiquei tão preocupado. Eu... eu pensei que te tinha perdido. — Sua voz estava embargada, cada palavra carregada de emoção.

Lilian olhou para ele, seus olhos cheios de compreensão e tristeza. Ela se ajoelhou ao lado de Pedro e o abraçou, segurando-o com força.

— Pedro, estou aqui. Obrigada por vir me buscar — disse ela suavemente.

Eles ficaram ali, no meio da calçada, abraçados, enquanto Pedro chorava. A dor e a preocupação que ele havia carregado nos últimos dias finalmente encontravam uma saída. Lilian, sentindo o peso da culpa por causar tanto sofrimento, começou a chorar também.

— Me desculpe por te dar tanto trabalho, Pedro — disse ela, a voz trêmula.

Pedro balançou a cabeça, ainda segurando-a.

— Lilian, você nunca é um trabalho para mim. Eu quero estar aqui para você, sempre.

Eles ficaram abraçados por mais alguns minutos, até que Pedro conseguiu se recompor. Levantou-se e ajudou Lilian a se levantar também.

— Vamos para casa — disse ele, com um sorriso tímido, mas sincero.

Enquanto caminhavam de volta, Pedro decidiu que precisavam conversar seriamente sobre seus sentimentos e sobre como poderiam lidar com as dificuldades de Lilian. Ele sabia que não poderia protegê-la de tudo, mas também sabia que não estava sozinho nessa jornada.

Ao chegarem à casa de Lilian, ela se virou para ele, com um olhar decidido.

— Pedro, eu sei que temos muito para conversar. E sei que meus sentimentos estão confusos agora. Mas quero que saiba que você é uma das pessoas mais importantes para mim. Vamos encontrar uma maneira de lidar com isso juntos.

Pedro assentiu, sentindo uma nova onda de determinação.

— Juntos, Lilian. Sempre.

E assim, com as emoções expostas e a determinação renovada, Pedro e Lilian enfrentavam um futuro incerto, mas unidos por um vínculo que se fortalecia a cada desafio superado.

Cortes do Destino Onde histórias criam vida. Descubra agora